Se não bastasse o risco causado pelas superbactérias, agora, quem está ameaçando a saúde em todo mundo é uma espécie de fungo. O pior é que os cientistas não sabem a origem do problema. O fungo, chamado Candida auris, normalmente é encontrado na pele e nas mucosas das pessoas, mas é inofensivo e não causa qualquer infecção. De acordo com matéria divulgada pelo jornal americano The New York Times, uma forma mais resistente e perigosa desse fungo está se espalhando no mundo, já tendo sido registrada na Inglaterra, na Espanha, na Índia, na Venezuela e nos Estados Unidos.
O Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA emitiu pela primeira vez um alerta sobre a forma resistente a medicamentos do C. auris em 2016 e voltou a considerar o fungo uma "séria ameaça à saúde" em comunicado divulgado na última segunda, dia 8 de abril. Segundo o novo alerta, citado pelo jornal, a perigosa levedura foi descoberta pela primeira vez em 2009 a partir da cera do ouvido de um paciente no Japão, embora um estudo de análise de amostras médicas antigas tenha encontrado uma infecção causada por ela em 1996 na Coreia do Sul.
Grande parte dos subtipos do fungo é resistente a pelo menos um remédio antifúngico, conforme com o CDC, e mais de um terço das cepas são imunes a dois medicamentos. Porém, existe uma versão do Candida auris que é resistente a todas as três classes de substâncias antifúngicas, como mostra o The New York Times.
O que torna a ameaça ainda mais alarmante é que esse fungo consegue sobreviver em diferentes superfícies e registros mostram que já consegue se espalhar entre pacientes internados em hospitais e clínicas. Dados do CDC, citados pelo periódico americano, apontam que metade dos residentes de algumas casas de repouso na área de Chicago (EUA) tiveram reultados positivos para C. auris e já foram notificados 587 casos de infecção pelo fungo nos Estados Unidos.
Ainda conforme o Centro de Controle de Doenças, as infecções causadas por essa levedura são mais perigosas para pessoas que tenham o sistema imunológico comprometido. A doença geralmente se espalha em ambientes hospitalares, afetando justamente quem já está com a saúde precária. Os sintomas iniciais são febre, dor e fadiga. Quando atinge o sangue, pode afetar o cérebro e o coração, levando até à morte.
O jornal explica que a resistência a medicamentos das cepas do C. auris são geneticamente distintas em diferentes continentes, mas ocorrem simultaneamente em todo o mundo. O problema é que ainda não se sabe o que está gerando o "superfungo".