Estado de Minas FEIRA HOSPITALAR

Expo-Hospital Brasil reúne 15 mil pessoas e movimenta R$ 450 mi em BH

Evento no Expominas trouxe debates sobre IA e humanização na saúde, além de gerar empregos, negócios e atrair especialistas internacionais


postado em 30/09/2025 09:50 / atualizado em 30/09/2025 09:53

Eduardo Luiz Agostini (diretor na Planisa Planejamento e Organização de Instituições de Saúde - Campinas/SP), Thiago Camargo (head de Novos Negócios/Projetos da Associação Nacional de Hospitais Privados - Anahp - São Paulo/SP), Adalberto Campos (ex-ministro da Saúde de Portugal).(foto: Divulgação / Fly Uai)
Eduardo Luiz Agostini (diretor na Planisa Planejamento e Organização de Instituições de Saúde - Campinas/SP), Thiago Camargo (head de Novos Negócios/Projetos da Associação Nacional de Hospitais Privados - Anahp - São Paulo/SP), Adalberto Campos (ex-ministro da Saúde de Portugal). (foto: Divulgação / Fly Uai)
A Expo-Hospital Brasil 2025 reuniu mais de 15 mil pessoas entre 23 e 25 de setembro no Expominas, em Belo Horizonte, consolidando-se como a segunda maior feira hospitalar do país. O evento atraiu representantes de mais de 400 marcas, fabricantes e distribuidores de dez estados, além de cerca de 3 mil instituições de saúde vindas de mais de 500 municípios. Gestores, médicos, enfermeiros, engenheiros clínicos e especialistas nacionais e internacionais marcaram presença para conhecer novas soluções em gestão hospitalar, equipamentos, insumos e tecnologias.

A programação incluiu rodadas de negócios, palestras técnicas e espaços de networking, reforçando o ambiente propício à criação de parcerias duradouras. De acordo com a organização, o evento gerou cerca de 1,2 mil empregos diretos e indiretos e movimentou mais de R$ 450 milhões em novos negócios. “Calculamos que, em média, 30% desse volume de negócios se reverte em recolhimento de ICMS para Minas Gerais. Isso porque, quando uma indústria de São Paulo vende para um hospital mineiro, durante o evento, parte deste faturamento fica no nosso Estado”, explicou o organizador Fernando Kutova.

Ele destacou ainda que a feira confirma a relevância de Minas no setor. “A Expo-Hospital chega consolidada como o grande encontro das lideranças da saúde em Minas. É o momento em que unimos entidades, empresas e profissionais para pensar o futuro e impulsionar o setor”, disse.

Para além da movimentação financeira, Kutova ressaltou o alcance das conexões criadas. “Mais do que impulsionar a economia, a Expo-Hospital conecta a indústria a uma rede de revendedores, permitindo que soluções cheguem a todo o país. Minas Gerais, com seus 853 municípios e posição estratégica, é fundamental para ampliar esse acesso e garantir que o paciente receba o que há de melhor em termos de tecnologia e serviços de saúde”, afirmou.

O evento trouxe 467 palestrantes e promoveu 53 congressos em três dias, abordando temas como inteligência artificial, telemedicina, governança de dados, inovação tecnológica e cibersegurança. Entre os convidados internacionais, estiveram Jamie Newman, da Mayo Clinic (EUA); Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde de Portugal; Neil H. Winawer, diretor médico do Grady Memorial Hospital (Atlanta, EUA); e Mariano de la Serna, do Hospital Italiano de La Plata (Argentina). Eles discutiram modelos de gestão que unem tecnologia, eficiência e cuidado humanizado.

“Promovemos conexões que transformam conhecimento em soluções práticas que impactam diretamente a gestão hospitalar e a experiência do paciente, e que, principalmente, valorizam o maior ativo do segmento de saúde e gestão hospitalar: as pessoas”, destacou Kutova. Para ele, por maiores que sejam os avanços das novas tecnologias e da IA no futuro da saúde, as pessoas são insubstituíveis nesta cadeia de valor e para a evolução, profissionalização e humanização do cuidado com o paciente. “A inovação desenvolve ferramentas que possibilitam melhor estrutura e eficiência na atuação desses profissionais, e, consequentemente, bem-estar e saúde mental às pessoas que estão na linha de frente da área hospitalar”, pontua.

Entre as autoridades e lideranças presentes, estiveram o secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti; o secretário adjunto da Secretaria de Atenção Especial à Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Amilcar Salgado; a presidente da Federação das Santas Casas de Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Rocha; além de executivos como Thiago Camargo, da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), André Wajner, CEO da Eficiência Hospitalista, e Eduardo Luiz Agostini, diretor da Planisa.

Um dos eixos centrais das discussões foi o papel da inteligência artificial no futuro da saúde. “Ferramentas de IA podem analisar grandes volumes de dados em minutos, detectar padrões que passam despercebidos ao olho humano e até prever riscos clínicos, acelerando tratamentos e aumentando a precisão dos cuidados”, destacou  o diretor de Relações Institucionais e conselheiro da feira, Bruno Fonseca, 

Apesar das possibilidades, ele ressalta que a tecnologia não substitui o contato humano. “A medicina do futuro não é apenas tecnológica, mas profundamente humana. Mesmo em um cenário cada vez mais digital, essas competências humanas continuam insubstituíveis”, afirmou.

De acordo com a ConextaExp – Plataforma de Conteúdos e Eventos para Profissionais de Saúde, estudos apontam que a combinação entre IA e competências humanas garante resultados mais respeitosos e completos. A entidade defende que a humanização é essencial para que a inovação seja aplicada de forma ética e centrada no paciente.

O próprio Bruno Fonseca reforçou a importância desse equilíbrio. “A integração da IA precisa ser pensada de forma estratégica. Não se trata apenas de implementar tecnologia, mas de criar processos que potencializem o cuidado humano, garantindo que nenhum paciente se sinta apenas um número em um sistema automatizado”, defendeu.

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