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Estado de Minas SAÚDE

Chupar dedo ou roer unha pode proteger os bebês

Estudo associa esses hábitos considerados ruins ao fortalecimento do sistema imunológico


postado em 04/01/2018 14:37 / atualizado em 04/01/2018 15:01

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Geralmente, os pais corrigem os bebês quando estes insistem em chupar os dedos ou roer as unhas. O hábito, no entanto, pode ser benéfico para a saúde da criança, conforme indica um estudo realizado no ano passado por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá.

Os cientistas analisaram mais de mil crianças. Aquelas que roíam unhas e chupavam dedos eram menos propensas a desenvolverem sensibilidades alérgicas. "Nossos resultados são consistentes com a teoria de que a exposição precoce à sujeira ou aos germes reduz o risco de desenvolver alergias. Embora não incentivemos esses hábitos, parece haver um lado positivo", comenta o pesquisador Malcolm Sears, um dos autores do estudo.

A equipe canadense coletou dados de um estudo multidisciplinar realizado em Dunedin, na Nova Zelândia, que acompanhou 1.037 participantes nascidos entre 1972 e 1973. O grupo que chupava dedo e roía as unhas praticava o hábito entre as idades de 5, 7, 9 e 11 anos.

Foram realizados também testes cutâneos nesses participantes, para verificar se eles eram alérgicos a pelo menos um tipo de elemento alergênico comum, como ácaros ou pelos de animais.

Os estudiosos descobriram que 31% dos participantes que chupavam dedo ou roíam as unhas eram menos propensos a desenvolverem alergias (38%) aos 13 anos de idade do que aqueles que não possuíam estes hábitos. Para as crianças que tinham os dois costumes (chupar dedo e roer unha), a prevalência foi ainda menor (31%). Os benefícios continuaram até os participantes atingirem os 32 anos de idade.

Os pesquisadores, no entanto, não souberam detalhar os motivos que levaram a esse resultado. "Mesmo se assumirmos que o efeito protetor é devido à exposição aos micro-organismos, não sabemos quais organismos são benéficos ou como eles realmente influenciam o sistema imunológico", afirma o epidemiologista respiratório Robert J. Hancox, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, em entrevista ao jornal americano The New York Times.

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