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Estado de Minas BEM-ESTAR

Quando a remela passa a ser um problema?

O muco no canto do olho costuma ser benigno, mas pode ser sinal de uma doença


postado em 15/05/2018 13:31 / atualizado em 15/05/2018 13:46

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Não é estranho que, após acordar de manhã, o canto interno dos olhos apresentem um muco branco ou amarelado – popularmente conhecido como "remela". Esse "resquício" da noite de sono nada mais é do que sobra de lágrima carregada de poeira e gordura que se cristalizou durante o período em que a pessoa permaneceu de olhos fechados. Porém, quando esse muco é produzido em quantidade acima do normal e há outros sintomas como vermelhidão nos olhos, é preciso ficar atento. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, de São Paulo (SP), a produção excessiva de secreção pode estar associada a um quadro de conjuntivite ou síndrome do olho seco, entre outras doenças oculares.

Independentemente da causa, o médico adverte que a primeira medida é evitar ao máximo ficar colocando a mão nos olhos para retirar remela, até porque, eventualmente, a sujeira dos dedos pode agravar o quadro. Nesse sentido, além de lavar bem os olhos durante o banho, é possível usar uma quantidade mínima de xampu neutro para crianças e lavar os olhos ao longo do dia, com o auxílio de um disco de algodão embebido em água gelada.

"A infecção ocular, geralmente, se apresenta por meio dos seguintes sintomas: vermelhidão dos olhos; excesso de lágrimas ou remelas; dor ou sensação de queimação; além de inflamação ao redor dos olhos. Caso seja diagnosticada uma conjuntivite, é importante saber que se trata de uma condição altamente contagiosa e que pode ser causada por alergia, bactéria ou vírus. De todo modo, lavar as mãos com maior frequência é uma dica importante, bem como evitar compartilhar objetos de uso comum, como toalhas de mão ou rosto, fronhas e travesseiros", comenta o oftalmologista.

Renato Neves afirma que, nesta época do ano, da mesma forma que o paciente pode vir a sentir congestão nasal, dor de garganta e tosse, a conjuntiva também costuma ficar irritada. "Se o quadro de conjuntivite surge na sequência de uma gripe ou resfriado, é quase certo que é do tipo viral e vai passar em uma ou duas semanas, sem necessidade de antibióticos. Já a conjuntivite provocada por bactéria apresenta um quadro mais sério. Neste caso, colírios antibióticos devem ser prescritos o quanto antes, a fim de conter o avanço da doença. Também é importante alertar para os riscos da automedicação", orienta o especialista.

Já quando o excesso de remela ocorre em função da síndrome do olho seco, pode surgir em virtude do uso excessivo de computador ou qualquer dispositivo eletrônico com tela (celular, televisão, tablet etc.). Por isso, é importante adotar medidas para aumentar a produção de lágrimas. "O paciente deve se condicionar a piscar mais frequentemente. Em média, as pessoas piscam entre 14 e 18 vezes por minuto. O piscar promove uma limpeza de toda sujeira e oleosidade depositada na superfície dos olhos e os mantém hidratados. O problema é que, com a diminuição das piscadas, vêm o ressecamento dos olhos e a irritação desencadeada pelo acúmulo de sujeira", afirma o médico.

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