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Estado de Minas PESQUISA

Chineses clonam macaco para entender distúrbios do sono

Primatas clonados nasceram com depressão, ansiedade e outras condições


postado em 31/01/2019 09:30 / atualizado em 31/01/2019 09:54

Cientistas chineses anunciaram que clonaram macacos para entender as consequências do sono irregular(foto: Jin Liwang/Xinhua/Divulgação)
Cientistas chineses anunciaram que clonaram macacos para entender as consequências do sono irregular (foto: Jin Liwang/Xinhua/Divulgação)

De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, em comunicado divulgado na última quinta, dia 24 de janeiro, cientistas chineses anunciaram que conseguiram clonar, com sucesso, cinco macacos a partir de um único primata geneticamente modificado. O objetivo dessa pesquisa de manipulação genética, conforme os especialistas, é estudar problemas no ciclo do sono, depressão e doença de Alzheimer.

Essa foi a primeira vez que clones foram produzidos a partir de um macaco modificado para fins de pesquisa biomédica, informa a Xinhua.

O feito foi divulgado em dois artigos publicados numa revista científica chinesa, como parte de uma série de recentes anúncios de avanços biomédicos no país. A pesquisa também foi publicada na revista científica National Science Review.

Alguns desses anúncios provocaram intensos debates éticos, entre eles o caso do cientista que no ano passado anunciou – sem provas que respaldassem as declarações – que havia alterado o DNA de bebês para que eles se tornassem imunes ao vírus da Aids.

Em relação ao experimento de clonagem, uma equipe do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências em Xangai afirmou à agência de notícias que alterou os genes de um macaco para causar distúrbios em seu ritmo circadiano – o "relógio" que regula o ciclo biológico de 24 horas dos seres vivos e que regula funções como o sono e o apetite.

A partir desse animal foram clonados cinco outros primatas, que nasceram ao longo dos últimos seis meses, e que mostraram sinais de sofrer de problemas mentais associados a distúrbios do sono, que incluíam depressão, ansiedade e comportamentos ligados à esquizofrenia.

De acordo com os cientistas, os achados podem ajudar na pesquisa de distúrbios cerebrais humanos, na medida em que os cientistas se tornem capazes de criar animais com problemas específicos.

Poo Muming, diretor do instituto de neurociência e coautor do estudo, disse à Xinhua que a equipe de pesquisadores poderia clonar mais macacos com diferentes transtornos mentais na esperança de que futuros experimentos facilitem a produção de novos medicamentos ou tratamentos.

O mesmo instituto de Xangai já havia recebido destaque internacional quando clonou, em janeiro de 2018, dois macacos com o método semelhante ao usado há 20 anos para criar a ovelha Dolly.

(com Deutsche Welle)

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