Afinal, o ovo faz bem ou mal à saúde? Constantemente envolvido em polêmicas, ele já foi condenado e absolvido por diferentes estudos e pesquisas, principalmente por estar associado ao colesterol. A nutricionista Milene Cristina Henriques, professora da PUC Minas, dá uma boa notícia aos amantes desse produto, porém, com uma ressalva: "O ovo é um excelente alimento e não deve ser visto como vilão. Entretanto, o consumo não pode ser indiscriminado, uma vez que é rico em colesterol".
Segundo a nutricionista, ele é uma ótima fonte proteica, além de ser rico em vitaminas, cálcio e ferro. No entanto, 100 gramas do alimento contém 356 mg de colesterol, o que representa mais do que sete vezes a quantidade presente na carne bovina, por exemplo. O valor recomendado dessa gordura é de 300 mg por dia para uma dieta de 2000 Kcal/dia. Portanto, não é bom abusar dos ovos.
Caipira, de granja ou orgânico?
Você sabe diferenciar os tipos de ovos? Muitas pessoas pensam que a distinção pode ser feita pela cor da casca, mas, na verdade, essa característica está relacionada apenas com a raça da galinha. Basicamente, as de pena branca botam ovos brancos e as de penas amarronzadas colocam ovos nesse tom. A grande diferença está na maneira como as aves são criadas. O teor de proteína não muda de um ovo para o outro, conforme a professora Milene.
Ovos de granja
Esse tipo de ovo está ligado à produção industrial. As galinhas são confinadas dentro de gaiolas apertadas e comem sem parar. Elas têm os bicos cortados para impossibilitar que escolham a ração, impedir que biquem os ovos e evitar que os animais briguem entre si e se machuquem. Os ovos são produzidos em larga escala.
Ovos caipiras
Pela legislação, as galinhas que produzem esses ovos devem ser criadas fora de gaiolas, ciscando livremente. A alimentação das aves é toda de origem vegetal e sem pigmentação. As aves não podem tomar remédios que estimulem o crescimento e nem antibióticos. Elas colocam os ovos em ninhos cobertos.
Ovos orgânicos
As galinhas que produzem esses ovos recebem uma alimentação 100% orgânica, sem agrotóxicos e fertilizantes químicos. Os animais também não são submetidos a remédios e antibióticos. Eles são criados em condições que prezam pelo bem-estar e comportamento natural.
Para ser considerado orgânico no mercado, o produtor precisa receber um certificado emitido por uma empresa terceirizada, que segue parâmetros ditados pelo Ministério da Agricultura. Esses tipos de ovos apresentam maior concentração de vitamina A e também são mais caros.
Novo ou velho?
E como saber se o ovo está fresquinho? Uma boa dica é sacudi-lo. Se o conteúdo se mover, há grandes chances do alimento estar velho. Outra forma de verificar é colocar o ovo em uma vasilha com água e sal. Quanto mais fresco, mais fundo ele fica. Se boiar, é sinal que não está bom para consumo.
A nutricionista afirma que as dicas estão corretas, mas lembra que nem sempre é possível verificar dessa forma na hora de comprar o produto. "No supermercado, o que deve ser feito é olhar o prazo de validade e só adquirir o ovo se ele estiver com a casca sem rachaduras ou quebrada, para que uma possível contaminação não vá para o interior do alimento. De preferência, a casca deve estar limpa", destaca Milene.
Ela ainda ressalta que o ideal seria comprar o ovo refrigerado, mas é difícil encontrá-lo dessa forma. Ao chegar em casa, ele deve ser armazenado no interior da geladeira (não na porta) e deixar para ser lavado apenas quando for preparado.
Modo de preparo
De acordo com a nutricionista, a maneira mais saudável é consumir o ovo cozido. Deve-se evitar o alimento frito, embora seja a forma mais apreciada.
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BEM-ESTAR
Existe um ovo mais saudável?
De granja, caipira ou orgânico. São diferentes na forma de produção, mas será que diferem também em relação aos nutrientes?
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