Publicidade

Estado de Minas ALERTA

Cuidado ao comer peixe cru

Estudo encontra bactéria perigosa em amostras de atum


postado em 31/01/2019 10:00 / atualizado em 31/01/2019 10:21

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

No Brasil, a gastronomia japonesa já está consolidada há tempos e é fácil encontrar alguém que adora comer peixe cru em forma de sushi, sashimi, maki e temaki. Porém, é preciso ter cuidado ao ingerir pescado in natura, já que, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Biológico (IB) da secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foram encontrados micro-organismos em amostras de atuns pescados no litoral de Santa Catarina.

A pesquisa avaliou 85 amostras de atuns frescos, vendidos no comércio atacadista de São Paulo (SP). Conforme análise do IB, 11,7% das amostras estavam contaminadas com a bactéria Campylobacter jejuni. Esta é a primeira vez que a bactéria é encontrada em atum fresco no Brasil. O consumo da carne contaminada com o patógeno pode causar diarreia, vômitos e até mesmo a síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune que afeta o sistema nervoso).

O estudo, que foi publicado na revista científica Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, da USP, mostra também que 13% das amostras estavam contaminadas com a bactéria Aeromonas hydrophila, muito comum em pescados e que pode causar diarreia e outras complicações, como sepse – infecção generalizada no organismo.

"Para evitar a contaminação, a população e os restaurantes devem congelar o atum, assim como é feito com o salmão. No congelamento, o desenvolvimento dessas bactérias é praticamente inviabilizado. Não elimina 100% das chances de contaminação, mas diminui bastante o risco", afirma a pesquisadora Eliana Scarcelli Pinheiro, coordenadora do estudo, em entrevista para a assessoria de imprensa do Instituto Biológico.

A pesquisadora explica que a população não deve se alarmar e deixar de consumir o atum cru, mas precisa tomar alguns cuidados para evitar a contaminação. Além do congelamento, Eliana orienta restaurantes e consumidores a comprar peixe apenas de fontes seguras e manipular os alimentos em local de muita higiene. "Não é possível identificar a olho nu os peixes contaminados com Campylobacter jejuni. A Aeromonas hydrophila pode causar lesão na pele do animal e ele é normalmente descartado, porém, ela pode colonizar o intestino dos peixes, não sendo possível sua detecção. Por isso, é muito importante que a faca e a tábua sejam bem higienizadas, para evitar a contaminação cruzada com outros alimentos ingeridos crus", explica a pesquisadora do IB.

A cientista explica que a bactéria Campylobacter jejuni é considerada uma zoonose, ou seja, doença que pode ser transmitida dos animais para os seres humanos, tanto por animais de companhia, como gatos e cães, quanto por bovinos, por meio do consumo de leite cru e pela carne contaminada de aves e suínos. "Essa bactéria nos animais causa, principalmente, problemas intestinais e relacionados à reprodução, como o abortamento", afirma Eliana Pinheiro.

(com assessoria de imprensa do Instituto Biológico)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade