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Estado de Minas ASTRONOMIA

Nasa deve criar novo sistema de defesa contra asteroides perigosos

Segundo a agência espacial, muitos desses objetos são de difícil detecção


postado em 17/04/2019 09:36 / atualizado em 17/04/2019 09:39

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Em fevereiro de 2013, um meteoro de cerca de 20 m explodiu próximo à cidade russa de Chelyabinsk, deixando um rastro de destruição e muitos feridos. Outro impacto famoso ocorreu há 66 milhões de anos e levou à extinção dos dinossauros. Para evitar uma possível tragédia causada por asteroides que estejam em "rota de colisão" com a Terra, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) pretende instalar um novo sistema de defesa, já que os telescópios atuais não seriam suficientes para prevenir choques dos chamados Objetos Próximos à Terra (Near-Earth Objects, ou NEO, no original em inglês). Existem ao menos 500 com mais de um km de extensão e que são potencialmente perigosos para nosso planeta.

"Se encontrarmos um objeto apenas alguns dias antes do impacto, isso limitará muito nossas opções. Nossos esforços de busca devem se concentrar em encontrar NEOs quando eles ainda estão longe da Terra, fornecendo o máximo de tempo e abrindo uma maior gama de possibilidades de eliminação do risco", comenta Amy Mainzer, pesquisadora do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa, citada pelo portal científico americano Phys.org.

Só que a tarefa não é nada fácil. É como encontrar um pedaço de carvão no céu noturno, de acordo com Mainzer. "Os NEOs são intrinsecamente fracos porque, na maioria das vezes, são 'pequenos' e distantes no espaço. Acrescente a isso o fato de que alguns deles são tão escuros quanto o toner de uma impressora [a laser], e tentar identificá-los contra o preto do espaço é muito complicado", afirma a cientista.

A solução, então, é deixar de usar luz visível para identificar os Objetos Próximos à Terra com potencial de colisão. A equipe de Mainzer no JPL propõe o uso de uma assinatura característica dos NEOs: o calor que emitem. Asteroides e cometas sofrem constante aquecimento do Sol e "brilham intensamente" em comprimentos de ondas térmicas (infravermelho), podendo ser facilmente detectados por meio do telescópio Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer (NEOWISE).

"Com a missão NEOWISE, podemos identificar objetos independentemente da cor de sua superfície e medir seus tamanhos e outras propriedades", afirma a pesquisadora da Nasa, citada pelo Phys.org.

Descobrir as propriedades da superfície de asteroides e cometas potencialmente perigosos pode fornecer aos cientistas uma visão de quão grandes eles são e do que são feitos. Estes detalhes são muito importantes para a elaboração de uma estratégia de defesa contra um NEO que ameace a vida na Terra.

Por exemplo, uma estratégia defensiva seria "empurrar" fisicamente o objeto para longe da possível trajetória de impacto. Mas, para calcular a energia necessária para esse deslocamento, é preciso conhecer a massa do NEO e, portanto, seu tamanho e composição.

"Esses objetos são muito interessantes porque alguns são considerados tão antigos quanto o material original que compõe o Sistema Solar. Uma das coisas que temos descoberto é que os NEOs são bastante distintos em termos de composição física", afirma Amy Mainzer.

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