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Estado de Minas

Arte sem pré-conceito


postado em 23/04/2012 12:28

Glauco Moraes na casa de arte que leva seu nome(foto: Júnia Garrido)
Glauco Moraes na casa de arte que leva seu nome (foto: Júnia Garrido)

“Tudo que tem a ver com arte é bem-vindo”. Assim define o artista plástico Glauco Moraes o conceito do novo espaço que inaugurou, no fim de março: a Casa de Arte Glauco Moraes. O casarão de 1936, com 1 mil m² na avenida Getúlio Vargas, na região da Savassi, é tombado pelo Patrimônio Histórico e já abriga a sua Maison Escola de Arte há cerca de três anos. Como a escola ocupa o primeiro andar, ele vai reunir seu acervo no salão do segundo pavimento. O espaço, que tem piso em peroba italiana, majestosos lustres e pé-direito de quase cinco metros de altura, pretende ser uma nova opção e ponto de encontro para os amantes da arte na capital.

 

O lugar sedia uma mostra permanente e única do artista plástico, com 94 obras de diversas séries produzidas em seus 15 anos de carreira, entre elas 20 pinturas inéditas. A proposta é funcionar como um espaço multiuso, sendo palco para todo tipo de manifestação artística: de exposições a desfiles de moda, mostras de decoração, lançamentos de livro, palestras e encontros gastronômicos. “Não quero que a casa seja encarada apenas como uma galeria”, explica.

 

São quase 100 obras de diversas séries, produzidas por Glauco Moraes: espaço também para 20 pinturas inéditas
 

 

Vários detalhes foram pensados para que o lugar não se torne um “elefante branco” e acabe ficando às moscas com o passar do tempo. A começar pela escolha do nome ‘casa de arte’, que soa mais abrangente. “Condiz mais com a proposta que tenho, que é de uma casa de cultura diversificada. Apesar de ser um espaço que carrega um glamour, quero quebrar qualquer barreira e que as pessoas se sintam à vontade para entrar. Muitos ficam reprimidos em visitar uma casa dessas, pois pensam que precisam entender do assunto para estar ali, e isso não é verdade”, diz Moraes.

 

Depois de descobrir e lançar quase 250 artistas plásticos e de ser chamado até de “artista revelação do novo milênio” em 2004 por críticos especializados, ele acredita que chegou o momento de deixar um pouco de lado o trabalho administrativo da Maison para abraçar esse projeto, que expõe trabalhos e momentos adormecidos de sua trajetória: “Há algum tempo preciso de um espaço para expor minha arte e suprir essa minha demanda como artista. Nesse novo momento, espero receber 400 pessoas por mês, fora os eventos, que vão comportar outros 300 convidados”.

 

O painel de 4m x 2m, Seres Múltiplos, comporto por figuras humanas: “Ele é a síntese do meu trabalho nesses 15 anos”, diz o artista
 

 

A Casa de Arte vai abrigar de forma permanente somente as obras de Glauco, mas esporadicamente haverá outros artistas plásticos convidados para mostras no local. Os demais eventos que movimentarem o casarão serão 80% gratuitos. Os 20% dos eventos cobrados terão renda revertida para ações sociais do Instituto Glauco Moraes, que também pretende intensificar a filantropia neste ano.

 

Além das quase 100 obras, Glauco produziu um grande painel inédito, com 4m x 2m, intitulado Seres Múltiplos, que mostra figuras humanas. “Ele é a síntese do meu trabalho nesses 15 anos”, diz o artista, referindo-se à sua marca registrada – o homem retratado na arte contemporânea.

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