A imagem de Alexandre Kalil em lágrimas no gramado do Mineirão, logo após a conquista da Copa Libertadores da América pelo Atlético Mineiro, em julho, resume bem a importância de 2013 na vida do dirigente esportista. O ano fechou um ciclo na sua vida, que começou ainda na década de 1980, quando seu pai, o saudoso ex-presidente atleticano Elias Kalil, foi garfado pela cartolagem carioca e não conseguiu ver seu time campeão das Américas. Naqueles remotos anos 1980, o jovem aprendiz Kalil sofria, calado, ao lado do pai-presidente. Sem poder fazer nada. Em 2013, tudo foi diferente: a dinastia Kalil venceu. E o experiente Alexandre pôde soltar, enfim, seu grito. Sem, claro, esquecer-se do pai. "Foi ele quem me ensinou o tamanho do Atlético", diz.
Para chegar ao mais importante título do futebol do continente sul-americano, o dirigente não mediu esforços. "Vamos encher o time de gente do bem, vamos povoar o Atlético de boas intenções", disse logo que assumiu o cargo, em 2008.
Em menos de dois anos, Kalil mudou radicalmente a cara do clube. Colocou a casa em ordem, criando o melhor centro de treinamento do país, disputado, este ano, por vários países que vão jogar a Copa do Mundo 2014. Os argentinos levaram a melhor e no ano que vem, durante 20 dias, a Cidade do Galo será o endereço de Lionel Messi e seus companheiros.
"Você vê o que é o cara ser um visionário: quando meu pai comprou aquele terreno, lá em Vespasiano, ninguém falava em Cidade Administrativa ou Vetor Norte. Todo mundo achava o lugar distante, o fim do mundo", conta. Mais de 30 anos depois, a Cidade do Galo, com 250 mil m², quatro campos de tamanho oficial e um avançado centro de fisiologia, é um dos principais fatores que garantem a tranquilidade e o bom desempenho dos atletas.
No Atlético, Kalil formou um time respeitado no Brasil e no mundo, no qual a prata da casa é cuidadosamente mesclada com alguns medalhões. Investiu no desacreditado Ronaldinho Gaúcho, trouxe Jô (numa decisão estritamente pessoal, sem consultar o técnico Cuca) e recontratou Diego Tardelli. O ataque foi completado com a revelação do ano, o atacante Bernard, formado na base do clube e já vendido para o exterior.
Depois de admitir, em entrevista exclusiva à Encontro, que poderia entrar para a política, Kalil assinou, em outubro, sua filiação ao PSB. Antes, porém, foi cobiçado por outros partidos. Quanto a uma possível candidatura, garante apenas que só vai exercer função pública quando se encerrar o compromisso com seu clube do coração. Em tempo: seu mandato no Galo termina em dezembro de 2014.
Perfil:
Alexandre Kalil
Nascido em Belo Horizonte (MG)
Nascido em Belo Horizonte (MG)
53 anos, divorciado, três filhos
Graduado em engenharia civil pela Faculdade Kennedy
Presidente do Clube Atlético Mineiro
Presidente do Clube Atlético Mineiro