Publicidade

Estado de Minas MINEIROS DE 2013 | SAúDE

Helder Avelino

Ele salvou um hospital, ressuscitou outro e hoje seu trabalho é exemplo de gestão hospitalar pública. Em 2013, investiu R$ 2,6 milhões numa rede que depende 100% do SUS


postado em 07/01/2014 14:12

Quando o médico Helder Avelino estreou na medicina, há 25 anos, não imaginou que, um dia, teria no currículo a ressuscitação de um hospital. Ginecologista por formação, mas já gestor experimentado em hospitais como o São José e o Semper, em 2009 ele assumiu o compromisso público de salvar o Hospital São Francisco, segundo mais antigo de Belo Horizonte – foi fundado em 1936, depois apenas da Santa Casa, que é de 1897 – e que estava à beira da falência, face às  dívidas, à estrutura sucateada e ao atraso no pagamento de pessoal. Após intervenção do Ministério Público, a administração passou a ser da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis (FHSFA), entidade filantrópica que convidou Helder para assumir o cargo de superintendente-geral. 

Depois de mais de três anos de trabalho e diante dos resultados alcançados, o Hospital São Francisco incorporou outra unidade hospitalar da cidade que pedia socorro: o Hospital São Bento, no bairro Santa Lúcia. Fechado havia anos, o São Bento foi reaberto em 2012, especializou-se no atendimento ortopédico e ampliou em 100 vagas o número de leitos do Complexo Hospitalar São Francisco, que hoje opera com a maior capacidade de sua história: 10 mil internações e 7 mil cirurgias por ano, com 348 leitos. 

A grande mudança no São Francisco começou a ser sentida a partir de 2011, quando o hospital passou a integrar a Rede 100% SUS da Prefeitura de BH. "O principal esforço foi o de conscientizar a equipe a fornecer padrão de serviço de hospitais privados, mas em estruturas públicas. Isso faz toda a diferença para o paciente e, felizmente, estamos sendo bem-sucedidos", diz. 

A antiga sede do Hospital São Francisco, no bairro Concórdia, teve toda a estrutura reformada e ganhou novos equipamentos. Só para a hemodiálise, a capacidade é de 2.700 sessões/mês – quase 5% de todo o serviço de hemodiálise prestado na cidade. Em julho de 2013, foram inaugurados o novo Centro de Terapia Intensiva (CTI), as novas unidades do bloco cirúgico e uma subestação de energia, investimentos que alcançaram R$ 2,6 milhões, arrecadados por meio de convênios.
  
Para 2014, a meta é dobrar a capacidade de atendimento na hemodiálise. "Temos planos de crescimento porque reinvestimos todo o recurso disponível  do hospital, que não gera lucro", diz o superintendente. 

O sucesso do trabalho de Helder Avelino é um exemplo de gerenciamento de hospital público. Casos de hospitais dependentes do SUS e que estão semifalidos no Brasil são inúmeros. Exceção está no Complexo São Francisco. Uma demonstração de que administração hospitalar não se faz com política, mas, sim, com trabalho e gestão. 
 
Perfil:
 
Helder Avelino Yankous Santos
Nascido em Bonsucesso (MG)
49 anos, casado, três filhos
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Barbacena (MG) e pós-graduado pela FGV e Fumec
Superintendente do Complexo Hospitalar São Francisco 

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade