O mais famoso foi pela pesquisa com nanotubos de carbono, que o professor ganhou em outubro, em Omã (Oriente Médio), pela Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS), que concede premiação anual a pesquisadores de todo o planeta que se destacam nas áreas de ciências agrárias, da terra, médica, biologia, química, engenharia e matemática, além da física. Ele também venceu outro prêmio no mesmo mês, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para valorizar estudos que gerem novas tecnologias. Tornou-se, com tantas láureas, o professor mais premiado da UFMG em 2014. “O país, para ser forte econômica e socialmente, tem de investir na ciência básica de qualidade”, diz o físico.
Pimenta começou a estudar o nanotubo de carbono em 1998. Trata-se de um tubo formado por átomos de carbono cujo diâmetro é 100 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo. A aplicação dos nanotubos em materiais como plásticos, colas, resinas, cerâmicas, tecidos e fibras pode resultar em produtos mais resistentes à ruptura. Além disso, o material aumenta a condução de eletricidade ou calor desses produtos.
A Petrobras, o BNDES e a empresa InterCement (grupo Camargo Corrêa) abraçaram o projeto e vão financiar a construção do prédio do Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CT-Nanotubos), coordenado por Pimenta, que já funciona provisoriamente no parque tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). As obras começarão no início de 2015, com investimento inicial de R$ 36 milhões, entre construção, contratação de pessoal e compra de equipamentos.
Pimenta é também um estudioso da matemática e gosta de citar o sábio grego Pitágoras, para quem o universo está governado pelos números. Para Pimenta, a música, a física e a matemática estão absolutamente interligadas.
“Mudar de um tom a outro, na música, é como a transposição do pensamento matemático”, diz. Entendeu? Não se preocupe. Basta ir, na próxima quinta, ao Bar do Pedro, que ao ver o professor Pimenta interpretar o chorinho Brasileirinho, do compositor Waldir Azevedo, tudo ficará claríssimo, e a física soará como música aos seus ouvidos.