
Comum na Europa e Estados Unidos, a alimentação natural para os pets tem sido alvo de estudos. Uma das mais populares é a Dieta BARF, criada em 1980 pelo veterinário australiano Ian Billighurst com o objetivo de imitar a dieta natural dos lobos. Ao longo dos anos, esse tipo de alimentação foi sendo melhor elaborada lá fora, mas, no Brasil, o assunto é pouco divulgado e gera polêmicas. “Muitas pessoas acreditam que dar restos de comida ao animal é o mesmo que aderir à alimentação natural, o que é um grande erro. A dieta correta é baseada em conhecimentos anatômicos, nutricionais e fisiológicos de cada animal e requer comprometimento dos proprietários”, diz o veterinário Artur Vasconcelos, do Hospital Veterinário da UFMG.

Rica em ingredientes de fácil digestão, esse tipo de dieta consiste no consumo de alimentos frescos e variados, entre eles, carnes, ossos, vísceras, ovos e peixes, com inclusão ou não de verduras, legumes, frutas e sementes. “O objetivo é oferecer nutrientes que maximizem o metabolismo do animal sem comprometer sua saúde, evitando, assim, o consumo de conservantes, substâncias sintéticas e compostos tóxicos oriundos dos alimentos processados”, diz Artur. Em alguns casos, suplementos manipulados também são utilizados. “Eles oferecem nutrientes essenciais que podem faltar na dieta indicada. Nos casos em que se opta pela alimentação crua ou cozida sem ossos, por exemplo, há necessidade de suplementação de cálcio para equilibrá-la”, diz Mariana Cunha, veterinária da DrogaVET-BH.

A bióloga e terapeuta canina Liana Rizel Hieloch, de 26 anos, adotou a dieta crua aliada à suplementação para seus dois cães da raça Kuvasz, Logan e Maya. “Antes pesquisei muito, e assim que eles chegaram já entrei com a alimentação natural. Criamos uma dieta prática baseada em variados tipos de carnes. Eles se adaptaram muito bem à dieta”, diz Liana.
Por muito tempo, o adestrador de cães Augusto Lavinas, de 31 anos, alimentou seus três cães – Peter e Wendy, border collies, e Sininho sem raça definida – apenas com ração, até observar que, apesar de comer pouco, um dos cães estava cada dia mais obeso. “Tentei várias opções e nada diminuía o peso. Então, comecei a procurar por alternativas e passei a dar carnes, vegetais e suplementos, tudo balanceado. Hoje todos estão bem mais ativos e saudáveis”, diz Augusto.
A veterinária Sylvia Angélico, fundadora do site Cachorro Verde, explica que, seguindo as orientações de um profissional, é totalmente seguro substituir a ração dos pets por uma dieta caseira fresca, nutritiva e saborosa. “A alimentação natural contém ótimos níveis de proteína animal, gorduras saudáveis na medida certa e carboidratos não inflamatórios de baixo índice glicêmico”. Uma forma ainda mais saudável de cuidar do seu xodó.