
Apesar de o tratamento odontológico para os pets já existir há mais de 20 anos no Brasil, ainda é pouco conhecido pela população. A maioria não sabe que as técnicas vão muito além da limpeza de tártaro, que, após a escovação, é o segundo método preventivo mais indicado para garantir a saúde bucal dos animais. Quando o problema vai além, outros procedimentos são realizados, entre eles extração, canal, restauração com resina, implante, prótese e ortodontia. "Além de provocar dor, muitas vezes a má oclusão dos dentes impossibilita o animal até de se alimentar", diz o veterinário Awilson Viana, responsável pelo setor de odontologia do Hospital Veterinário da UFMG.

Segundo os especialistas, os procedimentos odontológicos são seguros e não provocam sofrimento aos animais, desde que realizados por profissionais capacitados. A anestesia geral, por exemplo, que antes era utilizada em todos os casos cirúrgicos, agora é pouco usual, o que significa menos risco de morte. "Hoje, utilizamos a anestesia inalatória, que entra e sai pelo pulmão, o que a torna mais segura. Além do risco cirúrgico, monitoramos a frequência cardíaca, de pressão e respiratória durante todo o procedimento", explica o veterinário Luiz Cláudio Sofal, da Zoodonto, especialista em odontologia veterinária.

A funcionária pública Maria Rita Brandão não descuida dos dentes de seus gatos e, periodicamente, os leva para fazer raspagem e polimento. Entre eles, Sigrund, de 2 anos e meio, da raça oriental short hair. "Sou da filosofia de que a saúde começa pela boca, inclusive a dos animais", diz. Sua preocupação é justificável, já que entre os felinos é comum ocorrer a chamada lesão reabsortiva, que consiste em desgaste progressivo dos dentes, resultando em retração gengival e perda óssea. "É uma doença extremamente dolorosa, em que a extração é recomendada em caráter de urgência", explica Luiz Cláudio.