O Parque de Exposições Bolivar Andrade, no bairro da Gameleira, acabou de passar por melhorias, as primeiras em 20 anos. O espaço de 97 mil m², além de sediar exposições e leilões agropecuários, é a casa de 23 associações de equídeos, bovinos e caprinos. Às vésperas de completar 80 anos, as intervenções marcam nova fase do lugar que, agora, vai abrir de vez as portas para outros tipos de eventos.
As obras começaram em março e foram concluídas no mês passado. Os pavilhões dos bovinos, dos caprinos e dos ovinos ganharam nova pintura. Os currais foram reconstruídos. O espaço ganhou ainda banheiros com acessibilidade e o pavilhão dos leilões recebeu isolamento acústico. As vias do parque foram recapeadas. O lugar tem capacidade para abrigar cerca de 1.350 animais. As intervenções foram custeadas pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que desembolsou 4,3 milhões de reais.
De acordo com Marcílio de Souza Magalhães, diretor do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável pela gestão do espaço, a reforma vai reduzir os gastos das associações sediadas ali. "Foi implantado um sistema individual de consumo de água, o que vai reduzir em 50% a despesa", afirma. Para se ter ideia, durante a Megaleite, maior evento de leite do país, que foi realizado ano passado na Gameleira, a conta foi de quase 100 mil reais.
As obras devem seguir em 2018. "A ideia é transformar galpões que ficam em frente à pista em espaços multiúsos", afirma o diretor do IMA. Também em 2018, o desejo é de reconstruir a pista e reformar o telhado do prédio da administração. Secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leitão diz que as obras reforçam a importância do parque. "Hoje geramos vários negócios no interior, mas os criadores precisam de um local para expor. E não há melhor vitrine que o Parque da Gameleira", afirma. Agora, segundo Pedro, a expectativa é diversificar o uso do espaço. Ele lembra que o estado é o principal exportador do país de peixes ornamentais. "Trata-se de mais uma oportunidade de uso", diz.
O primeiro evento após as obras foi a 57ª Exposição Estadual Agropecuária, realizada no início deste mês de junho. No próximo mês, entre os dias 18 e 29, ocorre a Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador. A expectativa é de movimentar cerca de 20 milhões de reais em negócios. Daniel Borja, presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, afirma que "a revitalização dará cara nova ao evento, com mais conforto e melhor atendimento aos associados e visitantes". De acordo com ele, são esperadas mais de 180 mil pessoas.
Presidente da Associação de Criadores da raça bovina Brahman, Adalberto Cardoso considera as melhorias um grande avanço, apesar de o local necessitar de outras intervenções. "Esse espaço tem grande valor não só para o setor, mas para a cidade", diz. No período de exposições, o parque está aberto também para receber estudantes que queiram conhecer o ambiente de fazenda. "Muitas pessoas ainda não sabem que BH oferece um lugar como este no meio urbano", diz Mendelssohn de Vasconcelos, gerente do Parque da Gameleira. Agora, revitalizado.
Como tudo começou
Os primórdios do parque datam do ano de 1908. O então governador João Pinheiro comprou a Fazenda da Gameleira por 8 mil réis. A intenção era construir um centro de formação agrícola, o Instituto João Pinheiro. Com o passar dos anos, o espaço serviu ao Posto Central à Monta, com o primeiro polo de melhoramento genético de rebanhos de Minas. O local começou a sediar exposições agropecuárias apenas em 1938. Antes, elas aconteciam onde hoje funciona o Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes da Polícia Militar, no Prado. A homenagem a Bolivar Andrade foi definida em 1980. Homem de prestígio no setor do agronegócio, Bolivar foi um dos que ajudaram a fortalecer a Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg).
CIDADE | EXPOSIÇÕES
De cara nova, Parque da Gameleira quer atrair novos eventos
Obras que transformaram um dos principais espaços de eventos agropecuários do país foram concluídas e, agora, a batalha é para que o uso da área de quase 100 mil m² seja diversificado
Compartilhe no Facebook
Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor.
As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação