
No início, o estado subvencionava o clube, que tinha seu presidente escolhido por lista tríplice enviada ao governador. O vínculo com o estado só foi cortado na década de 1960, quando o terreno foi doado à instituição. Daí para a frente, o MTC se transformou em uma organização privada sem fins lucrativos. E hoje possui mais de 78 mil sócios. Mesmo depois de se tornar privado, no entanto, o clube manteve a proposta de formação esportiva. Ainda bem. Afinal, o Minas, que está para completar 82 anos, não é apenas uma estrutura de lazer e convivência, mas também um dos mais modernos clubes esportivos do Brasil, celeiro de atletas com histórico de títulos nacionais, internacionais e olímpicos. "O nosso Centro de Treinamento é no Minas 1, onde tudo começou", afirma o presidente Ricardo Santiago, administrador de empresas e ex-jogador de vôlei pelo Minas e pelas categorias de base da seleção brasileira. "O esporte está em nosso DNA." Atualmente, 18 mil alunos esmeram-se em 23 modalidades.

Além da contratação de atletas profissionais do mais alto nível, o investimento na base por meio da Escola de Esportes é uma forma de desenvolver potenciais destaques nas equipes. É claro que nem todos os 900 jovens em formação terão o caminho da alta performance, mas é da quantidade que se tira qualidade. Duas pequenas que estão nesse caminho são Beatriz e Laura Comini Romero, de 11 e 8 anos, respectivamente. Filhas dos ex-nadadores profissionais Rogério Romero, de 46 anos, e Patrícia Comini, de 42, ambas já estão na equipe do Minas. "Elas fizeram o curso básico, em que os alunos são apresentados a diversas modalidades, e escolheram ficar na natação", conta Patrícia, que conheceu Rogério justamente quando veio de Americana (SP) para nadar pelo Minas, aos 19 anos, onde ele também treinava. O marido - único nadador brasileiro a participar de cinco Olimpíadas - é gerente de esportes do clube e ela, formada em educação física, dá aulas de natação lá há um mês. Mesmo a família trabalhando e treinando ali, não deixa de curtir as instalações no fim de semana. "O Minas é praticamente o quintal da nossa casa", brinca Patrícia. "Faça chuva ou faça sol, estamos lá."

Essa infraestrutura do Minas, tanto para o esporte quanto para o lazer, foi se aprimorando ao longo do tempo. Primeiramente, com a construção de novas unidades — hoje, além do Minas 1, há o Minas 2, no Mangabeiras, o Minas Country, no Taquaril, e o Minas Náutico, em Alphaville, totalizando 471 mil m2 de área. Além disso, desde 1998, é seguido um plano diretor que tem transformado o clube aos poucos. No caso do Minas 1, a reforma e construção de novas instalações estão finalizadas. O antigo ginásio deu lugar a um moderno complexo esportivo multifuncional. São 13 espaços, incluindo arena multiúso climatizada com tratamento acústico e 3,6 mil cadeiras numeradas. Há ainda o Centro de Lazer, concluído em 2007, que consiste em oito níveis com quadras, piscinas, pista de jogging, espaço para lazer infantil, vestiários e estacionamento com 600 vagas. Depois foi a vez de erguer o Parque Aquático de Lazer, concluído em outubro de 2004. Nova portaria e a praça de eventos também foram construídas. Veio então a fase dois, a do Centro de Facilidades, com 23,6 mil m2 distribuídos em 14 pavimentos que oferecem vestiários, sala do curso básico, enfermaria e saunas, lanchonete, salas de xadrez e acompanhamento escolar, lojas, academia de ginástica, além do Centro Cultural (veja quadro abaixo). O plano diretor contemplou, por fim, a restauração do prédio do relógio, que teve as características originais resgatadas, incluindo o terraço panorâmico, bem como a sede social.

Cultura no coração da cidade


