Aos 11 anos de idade, em 2013, a estudante Renata Pôssas sofreu um acidente durante uma de suas aulas de balé. Com a queda surgiu uma lesão na região lombar e do cóccix. Tempos depois, por causa disso ela desenvolveu uma enxaqueca crônica. "Era um sacrifício minha rotina, tanto que desisti do balé, academia, de tudo, porque as dores eram insuportáveis", diz Renata. Durante três anos ela conviveu com o desconforto, mesmo fazendo tratamentos contínuos com fisioterapeutas. Em conversa com uma amiga, recebeu a indicação de um procedimento novo, com um nome um tanto complicado: o atlasprofilax. Renata agendou então uma avaliação, sem muitas esperanças. Durante a consulta, animou-se e topou passar pelo procedimento. "Foi a solução para todos os meus problemas", lembra. Logo de cara minha dor na coluna passou. Aos poucos, os outros sintomas foram desaparecendo e hoje não sinto mais nada." A garota até voltou para as aulas de dança e atualmente faz jazz.
"A Renata já tinha um quadro de escoliose desde pequena, o que resultou em uma postura inadequada", diz a fisioterapeuta Beatriz Zacarias, responsável pela aplicação do atlasprofilax na jovem. "Quando somamos ao problema a queda e os esforços físicos, chegamos a um diagnóstico de mau funcionamento dos músculos." Após o procedimento, ela indicou cinco sessões de Reeducação Postural Global (RPG) para possibilitar a reprogramação dessas funcionalidades musculares.
Mas, afinal, o que é esse tal atlasprofilax? É uma técnica criada pelo suíço René-Claudius Shümperli, que identificou em seus estudos que a maioria das pessoas tinha um milimétrico desvio rotacional na primeira vértebra, o atlas. Essa vértebra é a responsável pela distribuição das fibras musculares e das fáscias (tecido conjuntivo que envolve músculos, grupos musculares, vasos sanguíneos e nervos) que vão da cabeça para as demais áreas do corpo. No mesmo estudo, o pesquisador descobriu que esse desvio pode ser corrigido através de massagens neuromusculares combinadas a vibrações na região da nuca.
Esse desvio pode desencadear diferentes sintomas, como dores na coluna, dores no corpo, dormências, dores de cabeça, enxaqueca e bruxismo. No Brasil, apenas nove profissionais são habilitados a realizar esse procedimento. Os quatro pioneiros estão em Minas Gerais, três deles em BH. Eles trouxeram a prática para o país há quatro anos. Os demais profissionais estão no Distrito Federal (três), na Bahia (um) e em Santa Catarina (um).
"Cada paciente reage de uma forma ao procedimento. Alguns têm resultados imediatos e outros melhoram gradativamente", diz Haroldo Leite Fonseca, fisioterapeuta e atlasprof (como são chamados os profissionais habilitados no atlasprofilax). Há também casos em que não se vê resultado algum. Ainda assim, não é recomendada a repetição da técnica. Em uma mesma sessão são realizados a anamnese, a avaliação e o processo do atlasprofilax. A técnica é validada pela Associação Latino-Americana de Especialistas em Atlasprofilax, responsável pela capacitação dos profissionais e por cobrar a aplicação de regras básicas, atualização de equipamentos, reavaliação do profissional anualmente e padronização dos valores cobrados. No Brasil, a consulta é tabelada em 500 reais.
Para os profissionais, a técnica permite uma redução no tempo de tratamento da maioria dos pacientes. "Antes, em um tratamento fisioterápico de coluna eram precisos no mínimo de 20 a 30 sessões de fisioterapia para se obter resultados consideráveis", diz o também atlasprof Ricardo Fonseca. "Hoje, com apenas uma sessão do atlasprofilax é possível chegar, se não ao resultado final, a uma melhora considerável". Assim, o número de sessões necessárias cai consideravelmente, o que já é um alívio e tanto.
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SAÚDE | ORTOPEDIA
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