
A 4ª Região Militar foi criada no século XIX, quando o Exército passou a ter presença física em todo o território brasileiro. A princípio, o comando funcionava em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Em Belo Horizonte, a unidade no bairro Gutierrez atuava como uma divisão. Em 1995 o comando foi transferido para a capital, ficando responsável por todo o estado, com exceção do Triângulo Mineiro. Com o passar dos anos, a localização na avenida Raja Gabáglia se tornou também estratégica, já que ali estão outros órgãos de segurança e Justiça, como a Polícia Federal o e Ministério Público.
A principal função da região é administrativa e de logística. "Em tempos de paz e de guerra, devemos suprir todas as organizações militares do estado", diz o coronel Marcus Vinícius Messeder, chefe da Seção de Comunicação Social do Comando da 4ª Região Militar. A logística deve garantir que cheguem aos pontos militares estratégicos combustível, alimentos e munições. Outra função do Comando Militar é o processo de seleção de milhares de jovens que, ao completar 18 anos, fazem o alistamento obrigatório para o serviço militar. Somente no ano passado, 130 mil rapazes se alistaram e 5 mil foram incorporados. Em Belo Horizonte, o alistamento contou com 18,5 mil inscrições.

Recentemente, a intervenção militar no Rio de Janeiro chamou a atenção da sociedade para o tema. Um debate que ainda não terminou. Em Minas, a 4ª Região já participou de ações militares em conjunto com outros órgãos de segurança pública durante, por exemplo, os Jogos Olímpicos, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, atuando em segmentos como a defesa de infraestruturas, cibernética, química, biológica e nuclear, além de ações contra o terrorismo. "Uma das missões do Exército é garantir a Lei da Ordem", comenta o coronel.
Na carreira há 29 anos, o coronel Messeder tomou sua decisão assim que terminou o ensino médio, no Colégio Santa Maria Floresta, e foi um entre os dois únicos aprovados de Minas que seguiram para o curso na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro. De volta à cidade desde o ano passado, em alguns anos ele deverá se aposentar. "Existe essa obrigatoriedade para que não haja uma perpetuação, ninguém deve ser maior que a instituição." Desde que deixou Belo Horizonte para seguir a carreira, o militar já acumula em seu currículo perto de 15 mudanças. Já serviu do Acre ao Mato Grosso Sul, passando pelo Sul do país e Norte de Minas. O último curso, o doutorado, foi concluído no Rio de Janeiro, na Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
Mas a corporação também tem em seus quadros técnicos e profissionais de nível superior para suprir demanda temporária em áreas diversas, desde segmentos da saúde, como dentistas, farmacêuticos e médicos, até engenheiros, jornalistas e psicólogos. Para os temporários, o processo seletivo para admissão na carreira é diferente. Ele acontece anualmente, de acordo com a disponibilidade de vagas. Os interessados devem acompanhar o edital, que é publicado no site da 4ª Região. Os requisitos, além dos testes de conhecimento específico, incluem avaliação de títulos (nível superior) e testes de aptidão física. A tenente Marina Castanheira é um exemplo do oficial temporário. Jornalista de formação, ela foi recentemente aprovada em primeiro lugar no concurso. "Passei por um curso de formação para aprender a ser militar", diz. "Aqui dentro, a disciplina, o civismo e o amor à pátria são valorizados."