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Estado de Minas ENCONTRO DÉCOR | MÓVEL

Penteadeiras ainda merecem destaque na decoração

Herança de tempos glamorosos, elas são peças modernas e versáteis. Costumam dar um toque romântico aos ambientes e muitas vezes roubam a cena nos projetos de arquitetos


postado em 24/09/2018 17:32 / atualizado em 25/09/2018 14:45

A estudante de design Gabriela Vilhena herdou a penteadeira da bisavó:
A estudante de design Gabriela Vilhena herdou a penteadeira da bisavó: "Além de gostar da peça, tenho uma história afetiva com ela" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Ter uma penteadeira para chamar de sua é o sonho de quase toda mulher vaidosa e que gosta de maquiagem. A peça, que surgiu como móvel de barbear na Europa no século XV, é hoje um móvel bem versátil, está em alta nos projetos de decoração e é capaz de arrancar suspiros de amor no público feminino, desde crianças e jovens a mulheres adultas. A fama de elegância se espalhou com as cenas de muitos filmes e imagens em luxuosos camarins de estrelas de cinema. Ela costuma guardar maquiagens, vidros de perfumes, joias, bijuterias, cremes, escovas e outras infinidades de produtos de beleza.

O que muitas mulheres não sabem é que pode ser fácil ter uma penteadeira em casa, sem precisar fazer grandes mudanças no planejamento dos móveis e do espaço. Geralmente elas ficam no quarto ou no closet, mas podem ser adaptadas até mesmo na sala de estar, como peça de decoração. Os tamanhos e estilos são variados e vão desde clássicas vintage, modernas a rústicas, provençais ou fixadas na parede. Improvisadas ou compradas, podem deixar o ambiente com uma decoração bem especial.

A bancada do quarto da piloto Ingrid Guerra transforma-se em ambiente de embelezamento:
A bancada do quarto da piloto Ingrid Guerra transforma-se em ambiente de embelezamento: "Acho que toda mulher deveria ter uma penteadeira no quarto" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Além de todos os produtinhos de beleza, na penteadeira não pode faltar um belo espelhão, boa iluminação e organização, já que os mimos femininos ficam à mostra. A escolha da cadeira também é importante e o ideal é optar por um modelo que alie beleza e conforto. Pode ser uma confortável e charmosa poltrona ou uma cadeira com almofada no assento e encosto. Alguns elementos decorativos podem dar ainda estilo e personalidade quando colocados em cima dela.

Atemporal, este é um móvel que muitas vezes passa de geração em geração. A estudante de design de moda Gabriela Vilhena, de 18 anos, herdou a penteadeira de madeira jacarandá da bisavó. "Eu sempre gostei do estilo antigo. Aí comentei com a minha avó que queria um cantinho para guardar minhas coisas e ela me deu a da mãe dela para o meu quarto. Adorei", afirma Gabriela. Agora é ela quem se maquia diariamente no mesmo banquinho que a avó e bisavó se embelezavam. "Além de gostar da peça, tenho uma história afetiva com ela", diz. No seu quarto, no condomínio Vale dos Cristais, o móvel antigo faz um mix com a decoração moderna, com iluminação de lâmpadas de filamento e tecido argentino estampado em patchwork fixado acima da sua cama. "Gostei do resultado, pois quebrou um pouco o moderno e trouxe o vintage para a decoração", diz Gabriela, que trabalha na escola Behub Criativo, de empreendedorismo, moda, entretenimento e marketing.

A advogada Andréa Santos Silva considera a penteadeira prática na correria do cotidiano:
A advogada Andréa Santos Silva considera a penteadeira prática na correria do cotidiano: "É lá que coloco tudo que uso no dia a dia" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O arquiteto Marco Dias Reis, que projetou o quarto de Gabriela, considera a penteadeira uma peça muito feminina e romântica. "E é o lugar onde a mulher costuma ter seu momento, o ritual de sentar, se arrumar e maquiar", afirma Marco. Se ela fosse fazer isso no banheiro, diz, provavelmente teria de ser em pé e sem tanto conforto.

A piloto Ingrid Guerra, de 26 anos, tem há cinco uma penteadeira no quarto. De laca branca, fica abaixo de uma bancada. Quando o tampo sobe, a peça transforma-se no ambiente de embelezamento de Ingrid. Aí surgem o espelho e gavetas com divisórias, onde ela guarda a maquiagem, joias e bijuterias. "Acho que toda mulher deveria ter uma penteadeira no quarto", afirma. É lá que ela se senta diariamente para fazer a maquiagem. "Depois do banho não dá para enxergar direito no espelho do banheiro, pois fica embaçado e o vapor atrapalha", diz. Os compartimentos das gavetas ajudam a deixar tudo mais organizado.

Paula Santiago Mendicino, filha da arquiteta Zilda Santiago: as duas se revezam para se maquiar no móvel antigo, adquirido em antiquário(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Paula Santiago Mendicino, filha da arquiteta Zilda Santiago: as duas se revezam para se maquiar no móvel antigo, adquirido em antiquário (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A penteadeira de Ingrid foi desenhada pela arquiteta Ana Lívia Werdine. "É uma peça que pode ser decorativa e solta ou feita sob medida para atender às necessidades de cada cliente", afirma Ana Lívia. As antigas, diz, dão um toque retrô ao ambiente e são mais indicadas para ficarem soltas. No projeto de Ingrid, ela usou divisões em acrílico para a maquiagem. "Como é um produto que costuma sujar, pode ser retirado para lavar", diz. Nos compartimentos de bijuterias, o material foi a camurça, com um visor de vidro na parte de cima. "Assim facilita a visualização", explica. Ana recomenda que a iluminação na penteadeira seja de lâmpadas fluorescentes mescladas com incandescentes. "Esse mix resulta numa reprodução melhor da cor e iluminação sem sombra", diz. Apesar de ser recomendado um banco mais confortável para o momento da beleza, Ana usou o original da penteadeira, sem encosto. "Ele é oculto, fica debaixo do móvel, não ocupando espaço", diz. No caso de ambientes maiores, ela recomenda cadeiras em acrílico com encosto.

A maquiadora Cida Nogueira mora e trabalha em uma casa dos anos 1950 no bairro Santo Antônio. Na sala de visitas, onde recebe as clientes, há duas penteadeiras. A pé palito, de madeira de jacarandá, dos anos 1950, ganhou de uma amiga. "Ficou de herança para mim. Foi um grande presente de amor, pois ela sabe que sou apaixonada pelo móvel", diz Cida. Nela costuma colocar flores, coleção de perfumes, joias e chás para oferecer às clientes. "É um objeto de decoração, compõe a sala", afirma. A outra é suspensa, com espelho gigante de cristal e bancada coberta com tecido florido e vidro. Ocupa toda a parede da sala. Nas três gavetas, Cida guarda as maquiagens. É lá quem ela atende a clientela, que costuma se sentar na cadeira ferrante anos 1950. A paixão da maquiadora por penteadeiras veio de infância. Aos 6 anos, ela já se sentava para maquiar com lápis de cor na penteadeira que sua mãe tinha no quarto.

Na sala de visitas onde a maquiadora Cida Nogueira recebe as clientes, há duas penteadeiras: a paixão pela peça veio de infância, quando se sentava no móvel da mãe para maquiar com lápis de cor(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Na sala de visitas onde a maquiadora Cida Nogueira recebe as clientes, há duas penteadeiras: a paixão pela peça veio de infância, quando se sentava no móvel da mãe para maquiar com lápis de cor (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A arquiteta Zilda Santiago, que fez o projeto da sala de Cida, conta que tentou deixar o ambiente em sintonia com o estilo da maquiadora. "Ela adora cores e flores", diz. Assim como Cida, a arquiteta também é fã da peça. Na sua casa, ela tem uma antiga de madeira de jacarandá, adquirida em antiquário. Em um quartinho, que chama de "curinga", ela e a filha Paula Santiago Mendicino, de 15 anos, se revezam diariamente para fazer a maquiagem. "Eu vou para maquiar e pentear o cabelo. A iluminação é melhor, espelho maior e a cadeira, giratória, mais confortável", afirma Paula, que usa a penteadeira desde pequena.

O design da peça tem evoluído muito e está mais "limpo" nos últimos anos, observa a decoradora Tânia Salles. "Mas é importante que esteja adaptado ao contexto e funcionalidade da decoração, de forma a alinhar a estética com a praticidade", afirma Tânia. A decoração, diz, deve ser bonita, funcional e harmônica. No quarto de casal no apartamento da advogada Andréa Santos Silva, no bairro Santo Agostinho, a penteadeira de laca com detalhe em madeira nogueira faz uma composição com o restante dos móveis. Na parte de cima, tem um vidro da cor da parede. Nas duas gavetas abaixo do espelho Andréa guarda as joias e no gaveteiro lateral, revistas. A maquiagem fica em uma caixa lateral. Há ainda uma prateleira lateral onde ela personalizou o ambiente com objetos de decoração dourados, caixas e porta-retratos. "A vida é muito corrida e minha penteadeira é muito prática. É lá que coloco tudo que uso no dia a dia", diz. A ideia foi aprovada pela filha Sofia, de 7 anos, que também tem penteadeira no quarto, onde guarda arranjos de cabelo e óculos nas gavetas. Brinquedos e material de escola ficam em um gaveteiro ao lado. A proposta do móvel, que compõe diferentes estilos, é ajudar a mulher no momento de preparar o look. Símbolo de vaidade e feminilidade, a penteadeira geralmente rouba a cena na decoração e ganha status de destaque principal do cômodo. 

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