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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Antonio Filosa

O italiano Antonio Filosa assumiu o comando do grupo FCA na América Latina em abril, comemorou aumento de 15% nas vendas das marcas Fiat e Jeep, somadas, em 2018, e anunciou investimentos de 15 bilhões de reais até 2023


postado em 02/01/2019 13:58 / atualizado em 02/01/2019 16:54

O italiano Antonio Filosa, presidente do grupo FCA para a América Latina:
O italiano Antonio Filosa, presidente do grupo FCA para a América Latina: "Amo Minas Gerais, que me adotou e foi o lugar que escolhi para ser minha nação" (foto: Samuel Gê/Encontro)
A história de Antonio Filosa com o grupo Fiat Chrysler Automóveis (FCA) começou cedo. Bem cedo, diz ele. "Eu fui gerado dentro de um Alfa Romeu", diz. "Acho que foi quando começou meu amor por carros." O executivo, que desde abril de 2018 é presidente do grupo para América Latina, conta que é fruto da paixão múltipla do pai italiano Filippo pela mãe Rosalina e por um Alfa Romeu branco Giulia 1.300 ti. Quando namorados, o casal costumava fazer passeios românticos a bordo do veículo. Filosa tem um afeto especial pelo modelo, que até hoje está na garagem da casa da mãe, na Itália. "Desde que soube dessa história eu fiz questão de que ele ficasse guardado", diz. Além da memória romântica, o veículo faz parte da infância de Filosa. Quando pequeno, ele montava e desmontava peças do carro, em companhia do pai, que era especializado em restaurar e vender veículos.

Filosa respira carros. Adora o processo industrial, a linha de produção, os robôs. Entrou para o grupo há 19 anos. "Toda a minha carreira profissional, eu fiz aqui." Desde que assumiu a cadeira da presidência, conseguiu feitos importantes para a montadora. A FCA é hoje líder de vendas no Brasil de automóveis e comerciais leves, com 17,8% de participação de mercado - contra 17,4% em 2017. Neste ano vai comercializar cerca de 436 mil veículos com as marcas Fiat e Jeep, crescimento de 15% em relação a 2017. Para 2019, a meta da FCA é chegar a 18,5% de participação no mercado de automóveis brasileiro.

Até 2023, o grupo vai injetar 15 bilhões de reais na América Latina. "Queremos investir no ciclo de crescimento da indústria", afirma Filosa. Com a marca Fiat, o grupo quer crescer em segmentos que não atua, como os UVs (veículos utilitários, mais robustos e com mais espaço interno). Com 42 anos, a planta da montadora em Betim é eficiente, conectada e está de olho no futuro. "Todos os dias está mais nova do que no dia anterior, com o layout industrial muito otimizado", diz Filosa.

O setor automobilístico vem colocando seus investimentos em três motores de inovação: a eletrificação, o carro com automação e o de processos eficientes e sustentáveis. No caso específico do Brasil, Filosa afirma que há a possibilidade de trazer o carro elétrico. "Mas apostamos muito no etanol, que permite uma equação ecológica quase tão eficiente e tem competitividade muito maior", diz.

Filosa acredita que o Brasil está entrando em ciclo econômico positivo e afirma ter equipe preparada para esse crescimento. Depois de ocupar cargos em países como Espanha, Inglaterra e Estados Unidos, além da Itália, garante que o brasileiro é "excepcional" quando o assunto é trabalho. "É criativo, dedicado, tem garra e se adapta a muita coisa, principalmente por viver em ambiente econômico tão volátil", enumera. Quanto aos mineiros, se diz suspeito para falar, já que tem mulher e filho daqui. O acolhimento é o que mais o encanta. "Eu gosto de pessoas, não me imaginaria nunca numa ilha deserta", afirma. "Por isso amo Minas Gerais, que me adotou e foi o lugar que escolhi." Talvez seja por isso que, ultimamente, seja mais fácil encontrá-lo comendo fígado acebolado no Mercado Central do que nas tradicionais cantinas italianas da cidade. Mamma mia!

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