Publicidade

Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Wagner Pires de Sá

Em seu primeiro ano de mandato, o presidente do Cruzeiro apaziguou os ânimos do clube, comemorou o hexacampeonato da Copa do Brasil e avisa: em 2019 o foco será a Libertadores


postado em 02/01/2019 14:58 / atualizado em 02/01/2019 17:25

Wagner Pires, com sua primeira taça:
Wagner Pires, com sua primeira taça: "Já era acostumado a ganhar títulos como torcedor, agora, como presidente, a sensação é maravilhosa" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O Cruzeiro viveu, no fim de 2017, uma de suas disputas eleitorais mais acirradas dos últimos anos. De um lado, o candidato da situação, Wagner Pires de Sá; de outro, a oposição liderada pelo jovem advogado Sérgio Santos Rodrigues. A situação venceu por uma diferença de apenas 35 votos. Um conselho dividido era presságio de tempos difíceis para o novo  comandante.

Antes mesmo de tomar posse, o clima ficou quente. Wagner, mineiro de São Gotardo, município do Alto Paranaíba, teve de enfrentar dissidências. O então diretor de futebol Bruno Vicintin, desde 2012 no clube, entregou o cargo 24 horas depois do resultado da eleição. Ele estava insatisfeito com a vinda de Itair Machado para assumir a função de vice-presidente de futebol. O ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, apoiador de Wagner, também rompeu com seu sucessor.

Mas o jogo estava apenas começando. Com seu jeito discreto, Wagner foi, passo a passo, colocando a casa em ordem. Primeiro firmou um discurso de união. Depois, vencendo o maior rival, Atlético Mineiro, conquistou o 38º título do campeonato mineiro.

Vitórias se somavam e no principal campeonato em disputa, a Libertadores da América, a estrela celeste surgia como forte concorrente ao título. Surgia. O time caiu nas quartas depois de ser eliminado pelo Boca Juniors, da Argentina. "Não deixaram a gente ganhar a Libertadores, essa é a verdade", diz Wagner. Foi aí, inclusive, que o presidente teve de elevar o tom e deixar de lado a sua face mais discreta. "Vagabundo!", disparou contra o árbitro uruguaio Andrés Cunha, logo depois da partida no Mineirão, que sepultou as chances azuis de levantar pela terceira vez a taça da competição continental. Na partida decisiva, a equipe estrelada teve o gol de Barcos anulado e o zagueiro Dedé, expulso. O jogo em BH terminou empatado em 1 a 1, resultado insuficiente para a classificação.

Uma batalha havia sido perdida, mas não a guerra. Apenas 13 dias depois, e a sorte voltou a sorrir para o torcedor. Em plena Arena Corintiana, o clube venceu os paulistas e sagrou-se hexacampeão da Copa do Brasil, algo inédito na história da competição. "Já era acostumado a ganhar títulos como torcedor, agora, como presidente, a sensação é maravilhosa", afirma Wagner, com a taça de 12 quilos e 72 centímetros de altura. O sentimento era também o de alívio. Mostrou a todos que suas ações no início do mandato e outras articulações necessárias nos bastidores se mostraram corretas. "Eles (os críticos) puderam ver que eu estava certo", diz. Com o título o Cruzeiro tornou-se o clube com mais conquistas nacionais nas duas últimas décadas.

Os torcedores, acredita Wagner, estão satisfeitos com a sua gestão. "Recebo carinho da nossa torcida em qualquer lugar que eu vá, aqui ou no exterior." É com esse jeito mineiro de ser que Wagner busca um 2019 ainda melhor do que 2018. O passaporte, afinal, já está carimbado para a Libertadores. "O torcedor pode esperar", avisa Wagner. "Entraremos forte nesta disputa." A fala do presidente do Cruzeiro é sinal de bom agouro. Foi exatamente depois de uma disputa acirrada nas eleições do clube que Wagner colheu sua maior vitória.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade