
O ato de investir se popularizou. Sandro Balestrassi, assessor de investimento da Nexinvest, escritório de BH credenciado pela XP Investimentos, acredita que a grande oferta de produtos também é uma vantagem em relação aos bancos tradicionais. "É um caminho sem volta", diz Sandro, que aponta a crise de 2008 como uma das culpadas pelo mercado ter sofrido mudanças. "A partir de 2011, as corretoras brasileiras que trabalhavam com apenas um produto perderam eficiência e muitas fecharam as portas", diz. Foi o caso da paulista Souza Barros, desativada em 2015, depois de atuar por 87 anos com o mercado de bolsa de valores. Ganharam espaço, portanto, corretoras que oferecem um amplo cardápio de produtos financeiros.

Grande parte dos investidores brasileiros, de acordo com especialistas, opta por aplicações em renda fixa em vez de renda variável. Trata-se de uma opção mais conservadora (leia-se segura) e que possibilita maior liquidez, ou seja, possibilidade de resgate. Por sua vez, os ativos de renda variável são recomendados para investidores mais ousados e experientes, já que apresentam maior risco. Dentre as opções de renda fixa, os mais conhecidos são o tesouro direto, LCI, LCA, CDB e debêntures. Câmbio, ouro e ações fazem parte do conjunto de produtos de renda variável.

Tratando-se de mercado financeiro, é importante, também, que os investidores fiquem atentos a possíveis golpes. No Rio de Janeiro, recentemente, investidores amargaram prejuízo. Jonas Jaimovick, dono da JJ Invest, está sendo acusado de desaparecer com cerca de 170 milhões de reais de pelo menos 3 mil investidores, entre eles, personalidades como o ex-jogador de futebol Zico. Em seguida, outro caso veio à tona por lá. Um agente autônomo teria articulado um esquema que desviou mais de 20 milhões de reais. Ele era representante de uma corretora de investimentos, mas atuava em paralelo oferecendo ganhos de 10% acima do mercado. Depois que foi desmascarado, o agente se suicidou.

Para Rafael Rodrigues, diretor de investimentos do banco Inter, a dica de ouro é usar aplicações financeiras para alcançar objetivos concretos. "Investir não é um esporte. É uma ferramenta para atingir uma meta, viajar ou comprar um imóvel, por exemplo", afirma Rafael. Ele destaca que o acesso a tais plataformas de investimento devem aumentar nos próximos anos.
A publicitária Carolina Sousa Dias seguiu bem a cartilha. Há dois anos, ela começou a migrar sua atenção para os bancos digitais. "Pensava que para investir era necessário ter muito dinheiro. Ledo engano. Comecei a aplicar em renda fixa e no ano passado consegui realizar meu grande sonho de conhecer a Europa. Paguei a viagem à vista", diz a disciplinada Carolina.
Antes de investir, fique atento
- Entenda qual é a sua reserva financeira e sua capacidade de poupar
- Procure um assessor financeiro certificado
- Elabore a carteira de ativos que atenda ao seu perfil
- Diversifique as suas aplicações. Não coloque todos os ovos na mesma sacola
- Estabeleça uma meta ou objetivo. Não pense em curto prazo
Principais mitos
- Poupança é a melhor e mais segura forma de poupar
- É necessário grandes valores para aplicar
- Basta investir para ficar milionário em pouco tempo
