Foi na pequena cidade de Bernardino de Campos, localizada no interior de São Paulo, carinhosamente chamada de Pérola do Planalto, que nasceu a artista plástica Elizete Aguiar, há 62 anos. Lá foram concebidas as lembranças de uma infância feliz, aconchegada entre goiabeiras, pitangueiras, mangueiras e um manto colorido de orquídeas. No imenso quintal de terra da casa da família, espaço era o que não faltava para que as crianças corressem livres para criar e fazer descobertas. E tudo era encantamento. O ciscar das galinhas em sua infinita cantoria, ou mesmo o rugido do trem que passava bem ali, ao fundo da casa, na Estrada de Ferro Sorocabana, onde o pai trabalhava. “Vem desse tempo o meu amor pela natureza e o meu fascínio pelas sementes, guardiãs de toda a vida”, diz.
Os primeiros rabiscos retratavam aquele cenário cotidiano, com todos os seus personagens intrigantes, entre eles a mãe e a avó, sempre austeras e dedicadas, e as desavenças infantis com os dois irmãos. Aos 10 anos de idade, uma mudança de destino, rumo à cidade grande, deixou no passado momentos preciosos. “Até hoje, quando olho para trás, sinto o perfume do quintal e ainda ouço o farfalhar do vento. É como se uma parte de mim ainda estivesse lá.” Na cidade de Sorocaba, Elizete aprendeu, pela primeira vez, a técnica de pintura a óleo e chegou a produzir algumas telas. Mas, como recorda, naquele tempo, a arte ainda era tida como algo de menos valia e ser artista, um estigma de má sorte. “Por isso, sem nunca deixar a arte ir-se de mim, tornei-me gauche da vida, tentando me encontrar em outros caminhos.”
A paixão pelas Minas Gerais surgiu na adolescência, quando a artista contava 19 anos e se preparava para iniciar a carreira universitária no curso de engenharia de alimentos. A exuberância das montanhas e cachoeiras da cidade de Viçosa, localizada a 230 quilômetros de Belo Horizonte, a culinária peculiar e todo o acolhimento mineiro, fizeram Elizete encontrar novo pouso. “Eu me encantei tanto que casei com o mineiríssimo Ari, para sempre amado.” Com todo o entusiasmo juvenil, intensificou sua produção artística fazendo desenhos e pinturas para simpósios, congressos, encontros e até mesmo pirogravuras em móveis restaurados. Vez ou outra também produzia alguma tela a óleo. Após a formatura, uma proposta de trabalho a fez mudar novamente de ares: o mar, em Vitória, no Espírito Santo. Lá descobriu um cenário marcante para a sua produção artística, tanto que o pôr do sol e as marinhas estão sempre presentes em suas obras.
Mas foi a partir de 2008 que ela decidiu dedicar-se realmente à arte. Voltou a Belo Horizonte e iniciou seus estudos na Maison Escola de Arte. A convivência com outros artistas a ajudou a aprimorar os seus traços e a desenvolver o seu talento. A crítica foi tão positiva que foi convidada a participar do projeto Cem Mona Lisas com Mona Lisa, com a obra Secreto Eu. De volta a Vitória, passou a utilizar a pintura e o desenho como arteterapia para auxiliar os servidores públicos. Em 2017, já aposentada, e sempre inspirada pela cultura mineira, retornou a BH, desta vez, para ficar, tendo como foco a arte contemporânea. “Minhas marinhas, pintadas com tinta acrílica sobre tela e, às vezes, com algumas texturas, situam-se entre o figurativo e o abstrato. Sempre com muita luz, pouca forma e grandes espaços coloridos.” Estas e outras obras da artista poderão ser contempladas na mostra Entrecais, que será exposta na Duas Galerias, a partir de 10 de julho.
A paixão pelas Minas Gerais surgiu na adolescência, quando a artista contava 19 anos e se preparava para iniciar a carreira universitária no curso de engenharia de alimentos. A exuberância das montanhas e cachoeiras da cidade de Viçosa, localizada a 230 quilômetros de Belo Horizonte, a culinária peculiar e todo o acolhimento mineiro, fizeram Elizete encontrar novo pouso. “Eu me encantei tanto que casei com o mineiríssimo Ari, para sempre amado.” Com todo o entusiasmo juvenil, intensificou sua produção artística fazendo desenhos e pinturas para simpósios, congressos, encontros e até mesmo pirogravuras em móveis restaurados. Vez ou outra também produzia alguma tela a óleo. Após a formatura, uma proposta de trabalho a fez mudar novamente de ares: o mar, em Vitória, no Espírito Santo. Lá descobriu um cenário marcante para a sua produção artística, tanto que o pôr do sol e as marinhas estão sempre presentes em suas obras.
Mas foi a partir de 2008 que ela decidiu dedicar-se realmente à arte. Voltou a Belo Horizonte e iniciou seus estudos na Maison Escola de Arte. A convivência com outros artistas a ajudou a aprimorar os seus traços e a desenvolver o seu talento. A crítica foi tão positiva que foi convidada a participar do projeto Cem Mona Lisas com Mona Lisa, com a obra Secreto Eu. De volta a Vitória, passou a utilizar a pintura e o desenho como arteterapia para auxiliar os servidores públicos. Em 2017, já aposentada, e sempre inspirada pela cultura mineira, retornou a BH, desta vez, para ficar, tendo como foco a arte contemporânea. “Minhas marinhas, pintadas com tinta acrílica sobre tela e, às vezes, com algumas texturas, situam-se entre o figurativo e o abstrato. Sempre com muita luz, pouca forma e grandes espaços coloridos.” Estas e outras obras da artista poderão ser contempladas na mostra Entrecais, que será exposta na Duas Galerias, a partir de 10 de julho.