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Estado de Minas AGRONEGOCIO

Usina CMAA comemora 10 anos

A empresa consolida-se entre as maiores de Minas Gerais, com preservação dos recursos naturais e biodiversidade


postado em 07/06/2019 11:39 / atualizado em 10/06/2019 17:19

Usina CMAA(foto: Ronaldo Dolabella)
Usina CMAA (foto: Ronaldo Dolabella)
 Ele fala sério e faz cálculos rápidos ao relatar o desempenho do grupo que preside, a Companhia Mineira de Álcool e Açúcar (CMAA), dona das usinas Vale do Tijuco, Vale do Pontal e Canápolis. À frente de um complexo que é um dos principais responsáveis pela expansão da produção de açúcar, etanol e bioeletricidade na região do Triângulo Mineiro nos últimos anos, o administrador de empresas Carlos Eduardo Turchetto Santos só tem a comemorar. Com dez anos, sua companhia está, hoje, entre as cinco maiores do estado.

Mas não são os números multiplicados que fazem surgir o sorriso no rosto do empresário. A expressão muda e torna-se serena quando entre em cena o tema do meio ambiente e a volta dos animais aos corredores dos canaviais. “Eu já vi muitas coisas por aqui. Já cruzei duas vezes com lobo grande, acredita?” A pergunta, com o mesmo brilho nos olhos e entusiasmo de uma criança, vem seguida de vários relatos de animais descobertos por ele entre os mais de 80 mil hectares de plantação de cana da CMAA.
O presidente Carlos Eduardo Turchetto Santos (à dir.), com o empresário Babar Chaul Filho, que fechou o primeiro contrato de fornecimento de cana com a CMAA:
O presidente Carlos Eduardo Turchetto Santos (à dir.), com o empresário Babar Chaul Filho, que fechou o primeiro contrato de fornecimento de cana com a CMAA: "Eu me orgulho de estar preservando o meio ambiente. Os bichos estão se reproduzindo melhor e aumentando a população" (foto: Violeta Andrada)
 
Para acompanhar a biodiversidade, a empresa colocou armadilhas fotográficas nas matas dos canaviais. “Temos fotos de onça e porcos do mato. Eu me orgulho de estar preservando o meio ambiente. Os bichos estão reproduzindo melhor e aumentando a população”,  diz Carlos Eduardo, ao som da música sertaneja da festa de abertura da safra da cana em Minas, comemorada em abril, na fazenda Santa Vitória, em Uberaba, da CMAA.

É o quarto ano consecutivo que a festa acontece na Santa Vitória. Desta vez estiveram presentes cerca de 600 empresários, políticos e funcionários. O evento teve um sabor especial para a CMAA: a empresa comemora a décima safra com produção de mais de 6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar ao ano e meta de chegar à produção de 10 milhões em 2020.
José Francisco dos Santos, presidente do Conselho de Administração da CMAA:
José Francisco dos Santos, presidente do Conselho de Administração da CMAA: "A preservação do meio ambiente é importante para as próximas gerações. E o etanol é energia limpa" (foto: Antonio de Padua)
 
A usina Vale do Tijuco, a primeira do grupo,  vai moer 4,3 milhões de toneladas de cana neste ano. A Vale do Pontal (em Limeira do Oeste) mói, hoje, 1,5 milhão de toneladas e se prepara para começar a exportar energia no próximo mês. O parque industrial da Canápolis (em Canapólis), adquirido em leilão, em dezembro de 2017, está sendo modernizado, com replantação da cana para iniciar a moagem em 2020. A previsão é moer 1 milhão de toneladas já no primeiro ano. A distância de no máximo 150 quilômetros entre as usinas favorece a sinergia do negócio.

Na vanguarda da mecanização do setor do açúcar e álcool no estado, a usina Vale do Tijuco foi a primeira a ser construída com 100% da produção sem usar queimadas. Mais de 90% dos 4 mil funcionários trabalham, hoje, em ambiente com ar-condicionado. O programa de educação ambiental ocorreu não só internamente, como também em parceria com a prefeitura de Uberaba. “A melhor maneira de preservar o meio ambiente é educando as pessoas”, afirma Carlos Eduardo.
Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig):
Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig): "O estado tem uma característica importante que é a flexibilidade de produção. Ou seja, nossas fábricas podem escolher o limite da produção de açúcar e etanol" (foto: Violeta Andrada)
 
No lugar das queimadas e do fogo, que afugentavam os animais, as folhas da cana passaram a proteger as plantações. As boas práticas recuperaram a biodiversidade e criaram melhores condições de vida para a fauna local, com a formação de grandes corredores ecológicos.  A onça voltou para o seu habitat, assim como tamanduás, emas, siriemas e outros pássaros.

O setor, sempre taxado como inimigo da sociedade, hoje busca ser amigo. “A preservação do meio ambiente é importante para as próximas gerações. E o etanol é energia limpa. Se tivermos competitividade e bons preços, vamos crescer”, afirma José Francisco dos Santos, pai de Carlos Eduardo e presidente do Conselho de Administração da CMAA. De agronegócio, José Francisco entende. Ele também é fundador da JF Citrus, em Bebedouro (SP), uma das maiores produtoras de laranja do país. Para ter sucesso na área agrícola, ele não abre mão de um tripé: boa terra e topografia, colheita com máquina e gestão agrícola de qualidade.  “O nosso maior mérito nos 10 anos foi desenvolver o trabalho em equipe”, afirma.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, elogiou a organização do setor em Minas:
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, elogiou a organização do setor em Minas: "É forte porque tem lideranças fortes" (foto: Violeta Andrada)
 
Minas Gerais vai bater novo recorde na produção de etanol na safra 2018/2019 e a produção vai chegar a 3,4 bilhões de litros, a maior da história. Serão moídas 65 milhões toneladas de cana, 3% a mais do que na safra passada e a produção de açúcar será mantida em 3 milhões de toneladas. “O estado tem uma característica importante que é a flexibilidade de produção. Ou seja, nossas fábricas podem escolher o limite da produção de açúcar e etanol”, afirma Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig).
 

 

A CANA EM NÚMEROS

 

Raio-x do setor em Minas Gerais

 

Área plantada:780 mil hectares

Produção anual: 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 3,4 bilhões de litros de etanol e 3 milhões de toneladas de açúcar

Municípios com unidades industriais: 26

Unidades Produtoras: 33

Municípios canavieiros: 120

Empregos diretos e indiretos: 170 mil

Energia gerada: 2,9 milhões de MWh/ano

Produtividade por hectare: 77,2 toneladas de cana/hectare

Cinco maiores usinas em Minas:Grupo Coruripe, Delta, Bunge, CMAA e Santo Ângelo

 

Alexandre Kalil, prefeito de BH:
Alexandre Kalil, prefeito de BH: "O que presencio aqui nesta festa é um segmento que muito ajuda e que pouco atrapalha. O governo tem de participar e escutar todos os setores" (foto: Antonio de Padua)
 

A meta da entidade também é bater recorde na produção de energia elétrica e ultrapassar a barreira de 3 milhões de MWh/ano. Mário já prometeu ao governador Zema que até o final do seu mandato o estado vai voltar a ser o segundo maior produtor de cana do país, posição já ocupada há 10 anos. Hoje, está em terceiro, atrás de São Paulo e Goiás. E nesse processo a CMAA é motor importante. “A empresa está investindo e é consolidadora”, afirma Mário.


Durante a festa de abertura da safra da cana, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, elogiou a organização do setor em Minas. “É forte porque tem lideranças fortes”, diz.  O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que entende pouco do agronegócio. “Mas o que presencio aqui nesta festa é um segmento que muito ajuda e que pouco atrapalha. O governo tem de participar e escutar todos os setores”, afirma. O recado dos empresários do setor sucroenergético mineiro já foi dado: eles querem subir no ranking nacional com competitividade, geração de riqueza, empregos e tributos. Tudo isso com a recuperação das áreas de preservação permanente, mantendo o fluxo de espécies como emas, siriemas e tamanduás. 
 
 

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