O programa chamado Acelera MGTI, liderado pela Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), em parceria com a prefeitura, vai selecionar empresas interessadas em desenvolver ideias para contribuir com o avanço da capital dentro do conceito das smart cities. As chamadas cidades inteligentes são conhecidas por aliar tecnologia a conceitos de sustentabilidade em seu processo de planejamento e desenvolvimento, criando soluções avançadas em variados setores, como controle da poluição do ar, segurança e gestão do lixo.
Algumas dessas ideias simples que trazem grandes transformações já estão em uso por aqui. É o caso da implantação do Rotativo Digital, que eliminou os velhos talões e diminuiu a ação dos flanelinhas. A startup mineira TI Mob é uma das empresas que desenvolveram o novo rotativo de BH. Danilo César Delfim, gerente de novos negócios da startup, defende que a ferramenta traz comodidade, democratiza o uso das vagas e, para o poder público, proporciona maior controle da arrecadação. O aplicativo tem capacidade para expandir o seu uso, com serviços interessantes, a exemplo do detector de massa metálica. "Antes de sair de casa, o usuário pode verificar como está a disponibilidade de vagas na região para onde está indo." Uma novidade, que em breve deve estar nas ruas de BH, é o veículo de fiscalização. No carro, câmeras instaladas no teto farão a leitura de placas identificando quem está em dia com o rotativo e quem deve ser multado.
Segundo um artigo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), até 2020 o mercado global de soluções tecnológicas para as cidades será de 408 bilhões de dólares. Alguns países como a Coreia do Sul exibem iniciativas avançadas que servem de vitrine para outras cidades, como ideias inovadoras na gestão dos resíduos e geração de energia. Mas como BH aparece nessa fita? "A capital mineira ocupa a sétima posição no ranking brasileiro das cidades inteligentes", diz o subsecretário municipal de Modernização da Gestão, Jean Mattos. "Um conjunto de iniciativas está sendo criado para conectar a cidade dentro de diversos princípios, não só da tecnologia, mas também da sustentabilidade." E mesmo a mobilidade, nosso ponto fraco, pode avançar nos próximos anos. Jean Mattos acredita que, mesmo com o sonho do metrô ainda não realizado, a cidade pode esperar, nas próximas duas décadas modais interligados de transporte, nos quais as ciclovias terminam em estações de ônibus elétricos que circulam conforme a demanda, reduzindo as emissões de poluentes. Tudo, claro, acompanhado pelos cidadãos em apps inteligentes.