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Estado de Minas FUTURO

Concurso vai escolher startups para tornar BH uma cidade inteligente

A ideia é criar soluções para a capital unindo tecnologia e sustentabilidade


postado em 24/07/2019 14:09 / atualizado em 25/07/2019 14:40

O diretor de negócios Danilo César Delfim (terceiro da esq. para a dir.), com a equipe da TI MOB: startup mineira é uma das empresas que desenvolveram o rotativo digital(foto: Violeta Andrada/Encontro)
O diretor de negócios Danilo César Delfim (terceiro da esq. para a dir.), com a equipe da TI MOB: startup mineira é uma das empresas que desenvolveram o rotativo digital (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Imagine ir para a cama e acordar do sono 20 anos depois? Como você encontraria Belo Horizonte? Acha que a cidade vai estar mais ou menos do mesmo jeito que era, quando você dormiu? Pode parecer pouco tempo, mas grandes transformações ocorrem em um prazo como esse. Ao redor do mundo, as ideias para modernizar os centros urbanos fervem. Para mudar as cidades, deixando-as mais simples e amigáveis, os investimentos em tecnologia são milionários. Em duas décadas, não só a paisagem pode mudar, mas a forma como os moradores interagem com o centro urbano no dia a dia. Em BH, 12 startups vão desenvolver, nos próximos meses, projetos para deixar a cidade mais conectada pela tecnologia.

O programa chamado Acelera MGTI, liderado pela Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), em parceria com a prefeitura, vai selecionar empresas interessadas em desenvolver ideias para contribuir com o avanço da capital dentro do conceito das smart cities. As chamadas cidades inteligentes são conhecidas por aliar tecnologia a conceitos de sustentabilidade em seu processo de planejamento e desenvolvimento, criando soluções avançadas em variados setores, como controle da poluição do ar, segurança e gestão do lixo.

Armando Júnior, fundador da Hi Cities (primeiro da dir. para a esq.), com a equipe do aplicativo: serviços para prefeituras(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Armando Júnior, fundador da Hi Cities (primeiro da dir. para a esq.), com a equipe do aplicativo: serviços para prefeituras (foto: Violeta Andrada/Encontro)
As propostas para deixar BH mais conectada e descomplicada chegaram de muitos lugares do Brasil e até de outros países, em áreas que vão da saúde à mobilidade urbana. "O diferencial do Acelera MGTI é que as soluções serão testadas na própria cidade, como um laboratório real", diz Jéssica Martins, presidente da Fumsoft. Entre as empresas interessadas em desenvolver ideias para a cidade está uma que criou um aplicativo para o Sistema Único de Saúde (SUS), no qual o usuário poderá ter acesso a seu prontuário médico no celular. Assim, em qualquer lugar que ele esteja, pode acessar seus dados. Com isso, evita-se que um mesmo exame seja pedido por médicos diferentes.

Algumas dessas ideias simples que trazem grandes transformações já estão em uso por aqui. É o caso da implantação do Rotativo Digital, que eliminou os velhos talões e diminuiu a ação dos flanelinhas. A startup mineira TI Mob é uma das empresas que desenvolveram o novo rotativo de BH. Danilo César Delfim, gerente de novos negócios da startup, defende que a ferramenta traz comodidade, democratiza o uso das vagas e, para o poder público, proporciona maior controle da arrecadação. O aplicativo tem capacidade para expandir o seu uso, com serviços interessantes, a exemplo do detector de massa metálica. "Antes de sair de casa, o usuário pode verificar como está a disponibilidade de vagas na região para onde está indo." Uma novidade, que em breve deve estar nas ruas de BH, é o veículo de fiscalização. No carro, câmeras instaladas no teto farão a leitura de placas identificando quem está em dia com o rotativo e quem deve ser multado.

André Andrade, do Zumpy: aplicativo de viagens compartilhadas une quem tem carro a quem precisa de carona(foto: Zumpy/Divulgação)
André Andrade, do Zumpy: aplicativo de viagens compartilhadas une quem tem carro a quem precisa de carona (foto: Zumpy/Divulgação)
Falando em ir e vir, o aplicativo de caronas Zumpy acaba de criar uma nova plataforma, voltada para quem tem rotina e vai todos os dias para o mesmo lugar, em um mesmo horário. O aplicativo ajuda a reduzir o número de carros nas ruas de Belo Horizonte, além de trazer economia para quem usa. "No Zumpy, o motorista que atende um determinado grupo é sempre o mesmo e as pessoas que compartilham a rota também", explica André Andrade, fundador da startup que fica no Órby Conecta, espaço colaborativo de fomento à inovação e ao empreendedorismo, localizado na Lagoinha. Outra startup, a Hi Cities, desenvolveu um aplicativo de serviços para prefeituras, no qual o cidadão pode pagar impostos de forma parcelada (em parceria com um grande banco). "É possível, ainda, votar no orçamento participativo", diz o fundador Armando Júnior.

Segundo um artigo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), até 2020 o mercado global de soluções tecnológicas para as cidades será de 408 bilhões de dólares. Alguns países como a Coreia do Sul exibem iniciativas avançadas que servem de vitrine para outras cidades, como ideias inovadoras na gestão dos resíduos e geração de energia. Mas como BH aparece nessa fita? "A capital mineira ocupa a sétima posição no ranking brasileiro das cidades inteligentes", diz o subsecretário municipal de Modernização da Gestão, Jean Mattos. "Um conjunto de iniciativas está sendo criado para conectar a cidade dentro de diversos princípios, não só da tecnologia, mas também da sustentabilidade." E mesmo a mobilidade, nosso ponto fraco, pode avançar nos próximos anos. Jean Mattos acredita que, mesmo com o sonho do metrô ainda não realizado, a cidade pode esperar, nas próximas duas décadas modais interligados de transporte, nos quais as ciclovias terminam em estações de ônibus elétricos que circulam conforme a demanda, reduzindo as emissões de poluentes. Tudo, claro, acompanhado pelos cidadãos em apps inteligentes.

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