As cenas das áreas centrais das grandes cidades não diferem muito: pessoas caminhando apressadas e sem tempo para apreciar detalhes arquitetônicos de edifícios ou imóveis históricos. Um desses lugares que passa batido em meio à correria dos belo-horizontinos é o Brasil Palace Hotel, erguido em 1934 em plena Praça Sete. Por lá, já se hospedaram personalidades como o rei do futebol, Pelé, e a cantora Elza Soares. Para acessá-lo, o visitante tem de subir escadas, já que o estabelecimento funciona sobre bares e lojas, dentre elas uma famosa rede de fast food. Além dos 68 apartamentos que foram completamente ocupados durante os últimos carnavais, o hotel mantém um salão de 365 metros quadrados, com piso e janelas de madeira, além de lustres originais da década de 1930.

O hotel tem um vizinho ilustre e contemporâneo: o Cine Theatro Brasil. Erguido também na década de 30 e reinaugurado em 2014, o espaço também está de portas abertas para os mais variados eventos. Na reabertura, foi construído um terraço, onde já foram realizadas festas de casamentos, bailes de debutantes e eventos empresariais. Para os próximos meses, seis datas já estão ocupadas e outras cinco, em pré-reserva. "As pessoas se surpreendem quando chegam aqui. Oferecemos um espaço superinteressante e moderno em um edifício histórico e, o que é melhor, no centro da capital", diz Sandra Campos, gestora de planejamento e ação cultural do Cine Theatro Brasil.

A Praça da Estação é considerada um dos "marcos-zero" da construção de Belo Horizonte. Eram dali que chegavam e saíam os materiais para erguer a capital mineira, recém-transferida de Ouro Preto, em 1897. Nesse clima, foi construído, em 1906, um imóvel que sediaria a primeira grande indústria de BH e, posteriormente, companhias têxteis. Hoje, é mais um lugar que recebe festas. Atualmente, o A Central ocupa 320 metros quadrados, parte da antiga fábrica da 104 Tecidos. "Temos oito meses de funcionamento e já recebemos casamentos, aniversários, lançamento de produtos e treinamento de empresas. Nossa intenção, agora, é trabalhar mais as festas de casamento", diz Lucas Durães, um dos três sócios do A Central, que passou por melhorias recentes, depois de um pequeno incêndio. "É difícil achar espaços centrais, com bom acesso e com possibilidade de apresentações de música. O A Central cumpre essa função também", diz. De acordo com Lucas, há eventos marcados para os próximos seis meses, mas como não existe restrição de dias (funciona de segunda a segunda), ainda há espaço na agenda para reservas. "O interessante é que as pessoas nem precisam decorar o espaço, pois a arquitetura clássica do lugar já é uma atração à parte", afirma Lucas.