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Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2019 | Mario Vrandecic

BH despediu-se, em setembro, do fundador do Biocor. Conhecido pelo amor à profissão, capacidade de administração e espírito inovador, ele conquistou, no início de 2019, o prêmio 100 Mais Influentes da Saúde, na categoria Gestor


postado em 16/01/2020 14:32 / atualizado em 21/01/2020 14:06

O doutor do coração: Mario Vandrecic fazia questão de visitar quartos e bloco cirúrgico sempre que estava na cidade e cobrava a mesma postura de sua equipe(foto: Samuel Gê/Encontro)
O doutor do coração: Mario Vandrecic fazia questão de visitar quartos e bloco cirúrgico sempre que estava na cidade e cobrava a mesma postura de sua equipe (foto: Samuel Gê/Encontro)
Acolher com humildade, ouvir com atenção e dedicar-se de coração. Essas são algumas das lições que a médica cardiologista Erika Vrandecic lembra ao falar de seu pai, o cirurgião cardiovascular e torácico Mario Osvaldo Vrandecic, fundador do Biocor Instituto. “Não há palavras suficientes para expressar tudo aquilo que ele nos ensinou, sempre com indescritível generosidade", diz. “Ele sempre enfatizava que o paciente deve ser o nosso foco e seu bem estar a nossa primeira e maior meta."

> Leia mais: Saiba quem foram os mineiros que se destacaram em 2019, eleitos pela revista Encontro

Perfil:

Mario Osvaldo Vrandecic Peredo
  • Nasceu em Cochabamba, Bolívia

  • Morreu aos 76 anos, em 11 de setembro de 2019

  • Fundador do Biocor Instituto, cirurgião cardiovascular e torácico, professor, pesquisador

  • Deixa a viúva Heloísa Vrandecic e dois filhos, Erika Corrêa Vrandecic e Ektor Corrêa Vrandecic
Doutor Mario Vrandecic, morto no dia 11 de setembro de 2019, aos 76 anos, era conhecido pela atenção aos pacientes, a quem distribuía sorrisos e abraços, diariamente, no hospital. Seus colegas de trabalho relatam que o médico fazia questão de visitar quartos e bloco cirúrgico sempre que estava na cidade - fosse sábados, domingos, feriados, tarde da noite ou antes do amanhecer - e cobrava a mesma postura da equipe. Ligava para o corpo clínico para saber notícias se estivesse em viagem e em congressos. Nada passava batido.

Com mesmo afinco, se dedicava à gestão da instituição, e seu perfil de liderança e administração contribuíram para o lugar de destaque que ocupa o Biocor, hospital de alta complexidade que é referência nacional em cardiologia e cirurgia cardiovascular. Ainda no início deste ano, recebeu o prêmio 100 Mais Influentes da Saúde, conhecido como o Oscar da Saúde, na categoria Gestor. “Cada reconhecimento é único e sempre foi recebido por ele com muito carinho, alegria, mas sempre com a sua habitual humildade. É um prêmio muito importante e foi acolhido de modo especial", afirma Erika.

Boliviano de nascença (filho de mãe boliviana e pai croata) e mineiro de coração, Vrandecic se formou em medicina pela UFMG em 1965 e passou anos nos Estados Unidos se especializando. Com o espírito científico e de inovação que aguçou durante o período de residência, voltou ao Brasil e se dedicou à pesquisa. Desenvolveu uma válvula cardíaca que foi vendida para uma empresa norte-americana e é até hoje exportada. Com os fundos, conseguiu colocar em prática seu sonho: um hospital que pudesse ajudar muita gente com o atendimento próximo e atencioso equivalente àquele possível em uma pequena clínica. O Biocor, fundado em 1985 no mesmo local onde está hoje, no Vila da Serra, logo se destacou no diagnóstico, tratamento e pesquisa em cardiologia, e hoje atua em mais de 40 especialidades, nas quais também realiza cirurgias de alta complexidade - ocupa uma área de mais de 32 mil metros quadrados e possui 320 leitos. Preocupado com a comunidade e atento às demandas sociais, Vrandecic sempre fez questão de que o hospital, ainda que privado, atendesse pacientes do Sistema Único de Saúde.

Ele também foi professor. Lecionou por 32 anos na sua alma mater, a faculdade de medicina da UFMG. “O professor Mario Osvaldo deixou um marco na medicina mineira. Durante as décadas em que atuou como professor na UFMG, ensinou a vários de nós não só a teoria, mas também o comportamento e a ética na prática médica", diz Cláudia Navarro, presidente do CRM-MG. Que suas lições continuem sendo colocadas em ação.

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