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Estado de Minas DIVERSÃO

Reinventado, Mercado Novo de BH atrai cada vez mais frequentadores

Mantendo vivo o conceito de sustentabilidade e valorização dos produtos mineiros, o prédio construído em 1960 movimenta a noite do centro da capital e se prepara para inaugurar mais um andar


postado em 27/01/2020 00:30 / atualizado em 31/01/2020 17:32

O Mercado Novo, na avenida Olegário Maciel, no centro de Belo Horizonte(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O Mercado Novo, na avenida Olegário Maciel, no centro de Belo Horizonte (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Sem mesas nem garçons. Em um ou outro corredor, caixotes improvisados acomodam aqueles que precisam descansar os pés. Quem tem fome ou sede, compra ficha nos caixas e busca o pedido nos balcões. O som ambiente aposta em clássicos da Música Popular Brasileira. Entre um petisco e outro ou um gole de cerveja, a boa e velha prosa é colocada em dia bem do jeitinho mineiro, devagarzinho, na contramão do movimentado centro da capital. É lá que, nos idos 1960, foi inaugurado o Mercado Novo, mais especificamente na Avenida Olegário Maciel. E é lá que desde a revitalização do espaço, em 2016, a vida noturna de Belo Horizonte vem reverenciando os "velhos e bons tempos" da cultura de boteco.

A arquitetura rústica e a decoração retrô são a marca registrada dos estabelecimentos que funcionam no segundo andar do prédio. O piso é de cimento grosso, o reboco é a vista e os banheiros antigos não fazem distinção de sexo. "Gostamos do Mercado como ele é. Mostramos a nossa verdade mantendo a sua originalidade", diz Antônio Gabriel, superintendente do local. Há 40 anos à frente do empreendimento, ele conhece bem cada particularidade da construção. Participou da ocupação de todos os andares, desde o térreo onde ficam os hortifruts, ao primeiro pavimento conhecido pelas gráficas especializadas em tipografias artesanais, luthierias que realizam a manutenção de instrumentos musicais, lojas de alimentos, entre outros.

A gerente comercial Fabíola Vilela e o empresário Aécio Neto aproveitam a oportunidade para levar a cadelinha Catu, da raça boiadeiro australiano, para passear:
A gerente comercial Fabíola Vilela e o empresário Aécio Neto aproveitam a oportunidade para levar a cadelinha Catu, da raça boiadeiro australiano, para passear: "Unimos o útil ao agradável. E sempre somos muito bem recebidos", diz ela (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O conceito de sustentabilidade aliado à valorização dos produtos mineiros é o grande diferencial do Mercado Novo. Lá não há venda de animais, como visto no primo Mercado Central. Em breve, aliás será aberto um espaço para feiras de adoção. E 2020 chega trazendo outras novidades. A inauguração do terceiro andar está prevista para o próximo mês de fevereiro. "Lá teremos arquitetos, artistas plásticos, designers de interiores e antiquários. Além de oficinas de pintura, cursos de harmonização de cervejas, entre outras atrações", diz o empresário.

Os bares do segundo andar andam bastante movimentados, principalmente a partir de quinta-feira à noite. O empresário Rafael Quick, um dos sócios do bar Juramento 202 - Cervejaria Viela, no bairro Pompeia, foi o primeiro a apostar no movimento noturno do local. Em 2018 inaugurou a Distribuidora Goitacazes com a proposta de incentivar o mercado criativo e oferecer cervejas artesanais a preços mais populares. Alcançou o objetivo. De um, os estabelecimentos se multiplicaram para dezesseis. O chef Henrique Gilberto, do Rullus Buffet, foi outro que acreditou na proposta e baixou no Mercado Novo para inaugurar a cozinha Tupis. Além de uma comida de boteco sofisticada, trouxe descontração ao ambiente anunciando, pelo megafone, que o pedido está pronto. Próximo dali, dobrando a esquina de outro corredor, a charcutaria Tapera enche os olhos com decoração inusitada e a boca com sanduíches, embutidos e defumados artesanais. "O segredo é a combinação dos ingredientes", diz o gerente Martin da Rosa. À sua frente, o Café Jetiboca traz a nostalgia dos antigos armazéns e os sabores do café mineiro moído na hora. Em outra ala, o Rei da Estufa mantém viva a tradição das comidas quentinhas guardadas nos botecos. Carne de Panela, tropeiro, torresmo, almôndegas, são apenas algumas das receitas. "Tem para todos os gostos. A estufa é bem versátil", garante o chef de cozinha Alexandre Louzeiro Alvares da Silva.

Há alguns meses os bailarinos Luan Batista e Mariana Rodrigues descobriram o Mercado Novo:
Há alguns meses os bailarinos Luan Batista e Mariana Rodrigues descobriram o Mercado Novo: "Quando estamos aqui é como se entrássemos em um portal do tempo", conta Luan (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
No Mercado Novo há espaço para diversas tribos. Bailarino do Grupo Corpo, há alguns meses Luan Batista, acompanhado da amiga Mariana Rodrigues, também bailarina, freqüentam o local. Gostaram tanto que queriam até ter nascido em outra época. "Quando estamos aqui é como se entrássemos em um portal do tempo", diz Luan. O produtor de moda Marcelo Gabrich, e o amigo Gabriel Barbosa, farmacêutico, criaram até um roteiro particular no Mercado. Pela manhã tomam café no Copa Cozinha. À tarde, drinque à base de cachaça no Lamparina. E aproveitam para adentrar a noite na cervejaria Viela. "É um lugar que abraça a todos. Nos sentimos em casa aqui", diz Marcelo.

Para quem gosta de animais, a boa notícia é que o espaço é pet friendly e os peludos são benquistos. A gerente comercial Fabíola Vilela e o empresário Aécio Neto aproveitam a oportunidade para levar a cadelinha Catu, da raça boiadeiro australiano, para passear. "Unimos o útil ao agradável. E sempre somos muito bem recebidos", diz ela.

Onde fica: Avenida Olegário Maciel, 742, Centro, BH
Horário de funcionamento: quinta e sexta de 18h às 0h; sábado de 12h à 0h; domingo de 12h às 18h

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