Publicidade

Estado de Minas MERCADO

Mercedes oficializa fim da produção do Classe X

Como era esperado após o cancelamento da fabricação na Argentina e vendas muito abaixo do estimado, a Daimler finalmente encerra a curta vida de sua pick-up premium


postado em 17/02/2020 14:28

Desempenho abaixo do esperado: as vendas globais do Classe X em 2018 atingiram apenas 16.700 unidades na Europa, Austrália e África do Sul(foto: Daimler/Divulgação)
Desempenho abaixo do esperado: as vendas globais do Classe X em 2018 atingiram apenas 16.700 unidades na Europa, Austrália e África do Sul (foto: Daimler/Divulgação)
A Mercedes-Benz está matando sua pick-up Classe X, que chegou a ter produção confirmada no Mercosul (Argentina), depois cancelada. O modelo, que gerou muita expectativa, tinha o propósito de expandir o alcance global de sua divisão de veículos comerciais da Daimler e reduzir a dependência da unidade no furgão Sprinter. O Classe X foi lançado em 2017 para concorrer com veículos como o Volkswagen Amarok, Ford Ranger e Toyota Hilux na expectativa de abocanhar uma fatia do segmento de picapes médias, que deverá crescer para 3,2 milhões de unidades nos próximos 10 anos.

Mas os compradores não se convenceram a pagar preços “premium” por um veículo com a logomarca Mercedes-Benz derivado do Nissan Frontier (Navara na Europa), parte do acordo de cooperação industrial da Daimler (empresa mãe da Mercedes) com a Renault-Nissan. As vendas globais do Classe X em 2018, seu primeiro ano cheio no mercado, atingiram apenas 16.700 unidades na Europa, Austrália e África do Sul. Cerca de 10 mil foram vendidas nos nove primeiros meses do ano, de acordo com a Mercedes-Benz. Nos Estados Unidos, onde a demanda é maior para picapes grandes, a venda do Classe X nem chegou a ser cogitada.

(foto: Daimler/Divulgação)
(foto: Daimler/Divulgação)
A informação é que a produção do Classe X será encerrada na unidade de comerciais leves de Barcelona (Espanha) em junho. “Está decidido que a partir de maio de 2020, nós não iremos mais produzir esse modelo relativamente novo”, disse a Mercedes em um comunicado enviado à publicação Automotive News Europe. Um porta-voz da Mercedes-Benz informou que os clientes interessados poderão encomendar o Classe X até o dia 11 de fevereiro.

O Classe X pretendia ser o pilar central da estratégia global dos comerciais leves Mercedes-Benz. Ele estava voltado para grupos diferentes de clientes, desde fazendeiros na América do Sul, empreiteiros na Austrália, famílias no Brasil e nichos de clientes individuais, seguidores de tendências na Europa e África do Sul. A Mercedes deu ao Classe X caraterísticas mais complexas e caras tipicamente encontradas em automóveis de passageiros, em comparação com as plataformas gêmeas do Frontier (Navarra) e do Renault Alaskan.

(foto: Daimler/Divulgação)
(foto: Daimler/Divulgação)
O futuro do Classe X começou a ser questionado no ano passado, quando a Mercedes abandonou os planos de produzir o veículo na Argentina, assim como em Barcelona. Clínicas de clientes organizadas pela marca indicaram que o mercado da América do Sul não estava disposto a pagar os preços “premium” necessários para justificar a produção local. Isso fez com que as fontes de demanda ficassem limitadas à Austrália e África do Sul. Após seu lançamento, os pesquisadores de mercado da JATO Dynamics disseram que seria difícil vender o Classe X na Europa onde clientes consideram picapes como veículos de trabalho e preferem carros menores.

O Volkswagen Amarok enfrenta desafios muito semelhantes aos do Classe X. Deve ser por isso que o sucessor da Amarok será baseado no Ford Ranger, o que permitirá economia nos custos de desenvolvimento para um modelo de baixa escala de vendas. É com essa fórmula que a VW conta para garantir a sobrevivência da sua sofisticada pick-up. 

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade