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Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Como escritórios em BH se adaptaram à pandemia para seguir funcionando

Dos espaços colaborativos aos prédios comerciais, todos seguem à risca normas para evitar a disseminação da Covid-19


postado em 24/07/2020 14:43 / atualizado em 24/07/2020 15:43

Fabrício Fidelis e Caio Figueiredo, fundadores do coworking BHZ: distância mínima entre usuários é de 1,80 metro(foto: Divulgação)
Fabrício Fidelis e Caio Figueiredo, fundadores do coworking BHZ: distância mínima entre usuários é de 1,80 metro (foto: Divulgação)
O mundo mudou. A simples decisão de ir a uma consulta médica ou sair para trabalhar no escritório, pelo menos por enquanto, exige mais disciplina e responsabilidade do que jamais pensamos ser necessário. Nos condomínios corporativos e nos espaços para coworking uma série de novos cuidados e protocolos de segurança estão valendo para evitar a disseminação da Covid-19. Em julho do ano passado, quando o vírus ainda não era uma ameaça por aqui, o espaço de coworking BHZ abria suas portas na Savassi com a proposta arrojada de ser um escritório "premium", atendendo empresas de grande e médio porte e também pequenos empreendedores que quisessem ter uma opção de local alternativo para trabalhar, se reunir com a equipe ou treinar o time. O aniversário que comemoraria um ano do negócio ainda não havia chegado quando a pandemia do coronavirus se instalou e freou mundialmente os negócios. No novo cenário, o BHZ, assim como outros lugares de BH voltados ao coworking, está seguindo seu curso, repaginado e apostando na tendência de trabalho híbrida. "Cada vez mais as empresas vão contar com coworkings, onde os funcionários trabalham alguns dias na semana em escritórios flexíveis, mais próximos de casa, evitando grandes deslocamentos", explica Fabrício Fidelis, que fundou o espaço junto com o sócio Caio Figueiredo.

> Leia mais: Saiba como outros segmentos se preparam para a reabrir em Belo Horizonte

O BHZ ocupa 640 metros quadrados em três andares na Rua Rio Grande do Norte. São 145 posições  que se dividem em cinco salas privativas para contratos de longa permanência. Há uma sala multiuso, ocupada pelos chamados monousuários, empreendedores que a qualquer momento podem acionar o espaço como opção ao home office, ou mesmo por não terem um escritório na cidade. Desde o início da pandemia as regras de uso no local mudaram. "As salas de reunião e treinamento não estão funcionando. Também fechamos as áreas de descompressão", explica Fabrício. Na cozinha, os utensílios compartilhados não existem mais e agora cada um deve trazer o próprio copo. Nas mesas, álcool em gel, álcool spray e espaçamento entre os usuários. Máscaras são obrigatórias e avisos foram distribuídos por todo o coworking. "Acreditamos que a pandemia acelerou a necessidade de espaços alternativos para as empresas e, no nosso caso, temos planos de expansão", comenta Fabrício.

Adriano Garzon, fundador do Urbano 146: espaço recebeu o
Adriano Garzon, fundador do Urbano 146: espaço recebeu o "Selo Escritório Mais Seguro", expedido pela plataforma BeerOrCoffee e pela Sercon (foto: Divulgação)
As regras são seguidas por outros espaços de Belo Horizonte que também aderiram ao "Selo Escritório Mais Seguro". Criado pela BeerOrCoffee, maior plataforma de escritórios flexíveis do país e pela Sercon, empresa que é referência em saúde e segurança no trabalho, o selo tem o objetivo de estabelecer regras de segurança para evitar a disseminação do Covid 19.  "Estamos seguindo todas as normas de higienização, espaçamento e limpeza", diz Adriano Garzon, fundador do Urbano 146, coworking  que nasceu em 2018 e funciona em cinco unidades em Belo Horizonte. No espaço metade das posições foram inutilizadas e o horário de funcinamento foi reduzido. A distância mínima entre as mesas é de 1,8 metro, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). O ar condicionado foi desligado e os tapetes higienizadores, assim como máscaras e álcool são artigos que se tornaram tão comuns como os laptops. "Os espaços de coworking serão cada vez mais uma opção, já que nem todos se adaptam ao homeoffice, que pode ser muito estressante para a saúde mental", defende Garzon. Para ele, ter contato e conexões ajuda as pessoas a se tornarem mais criativas.

Lugar para acelerar conexões entre startups, o coworking Orbi nasceu em 2017 não só para o trabalho colaborativo, mas trazendo ainda espaços para reuniões, eventos e café. "Reabrimos no dia primeiro de junho, mas com apenas 40% da atividade", diz a diretora executiva, Anna Martins. O coworking, que também ganhou o selo de segurança, colocou em prática medidas como a medição constante de temperatura e higienização rigorosa, além de eliminar as possibilidades de aglomerações. "Fizemos inúmeras adaptações para funcionar com segurança e percebemos que as pessoas estão aderindo e se preocupado em cumprir as regras, incorporando os novos hábitos",  afirma Anna. Os cuidados se repetem em empreendimentos na região metropolitana. No Aicon Vila da Serra, de Nova Lima, com duas torres de 26 andares que recebem empresas e profissionais de segmentos variados, demarcações no chão mostram a distância de segurança na fila do elevador, que agora tem o número de passageiros limitado a menos de um quarto da capacidade. Produtos especiais de limpeza passaram a ser adquiridos para a desinfecção permanente das superfícies, banheiros e do próprio piso. O mobiliário do edifico também foi retirado para deixar espaços livres e ventilados, sem aglomerações. "A equipe de funcionários recebeu treinamento e equipamentos de proteção para evitar a disseminação do Covid 19", diz o síndico Carlos Willian de Souza. "Fizemos até mesmo uma campanha de sensibilização alertando para a importância das novas regras", reforça Inês de Souza, administradora do condômino.

Anna Martins, diretora executiva do Espaço Orbi:
Anna Martins, diretora executiva do Espaço Orbi: "Da medição da temperatura até as várias regras de higienização, acreditamos que o usuário está disposto a aderir e colaborar" (foto: Divulgação)
Diretor da Pacto Administradora, Leonardo Costa explica que as ações preventivas nos prédios comerciais já iniciaram desde o início da pandemia. A higienização e limpeza foram intensificadas, escritórios na região hospitalar tiveram as catracas liberadas e a equipe que permaneceu no trabalho passou a fazer uso constante de equipamentos de segurança, além do deslocamento ser feito em transporte particular ou aplicativos, evitando o transporte público. "Estamos com expectativas para o retorno das atividades, mas não sabemos ao certo como será a economia nesse novo normal", avalia. Síndico do E-office, no Vila da Serra, Carlos Frederico Antunes diz que além do treinamento da equipe e das medidas de higiene, o fluxo de pessoas no edifício de 21 andares passou a ser controlado. "Barreiras acrílicas foram instaladas no balcão da recepção e os elevadores passaram a transportar apenas dois passageiros por vez", diz. As medidas têm a intenção de garantir com segurança o funcionamento de diversos setores da economia como escritórios de advocacia, contabilidade, clínicas de estética e clínicas odontológicos. Para seguir na vida nova só mesmo nos vestindo de hábitos novos.

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