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Estado de Minas NEGÓCIOS

Hospital Mater Dei prepara expansão para Salvador

Como será a primeira unidade fora de Minas e o que a chegada ao Nordeste representa para a rede mineira, que completa 40 anos em 2020


postado em 23/10/2020 14:21 / atualizado em 23/10/2020 17:12

Vista aérea da construção do Mater Dei Salvador: obra de 500 milhões de reais está a pleno vapor na região central da capital baiana(foto: Guilherme Ataíde/DVG Sical/Divulgação)
Vista aérea da construção do Mater Dei Salvador: obra de 500 milhões de reais está a pleno vapor na região central da capital baiana (foto: Guilherme Ataíde/DVG Sical/Divulgação)
O sonho de ter o próprio hospital, que povoava seu coração desde criança no Norte de Minas Gerais, levou o médico José Salvador Silva, em parceria com a mulher, a também ginecologista Norma Salvador Silva, a fundar o Mater Dei há 40 anos, no bairro do Santo Agostinho. Em breve, esse sonho vai ganhar mais um capítulo muito especial: no segundo semestre de 2022, a marca chega à Bahia, com a construção do Mater Dei Salvador, o primeiro fora da região metropolitana de Belo Horizonte, justamente na cidade que tem por nome o sobrenome da família, Salvador. Esta será a quarta unidade da rede de saúde, somando-se às duas de BH (Santo Agostinho e Contorno) e à de Betim/Contagem, inaugurada no ano passado. Desde 2014, com o lançamento da unidade da avenida do Contorno, o grupo tem crescido 15% ao ano, segundo o mastologista Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei de Saúde. Em 2019, a inauguração do Mater Dei Betim/Contagem levou o hospital a atingir uma área de influência de mais de 2 milhões de habitantes.

Em construção há um ano na região central de Salvador, o empreendimento baiano seguirá a cartilha da Rede Mater Dei de Saúde: um centro hospitalar geral para atendimento a diversas especialidades médicas, com um corpo clínico de alto nível e tecnologia de ponta. O projeto arquitetônico leva a assinatura do escritório do arquiteto paulista Siegbert Zanettini, o mesmo das duas unidades mais novas. Ao todo, serão 73 mil metros quadrados (63 mil do hospital e 10 mil do centro médico de apoio). "Serão 350 leitos. Com certeza, teremos um grande hospital e um dos maiores da cidade", afirma Henrique Salvador. Desse total de leitos, o Mater Dei Salvador terá 80 de tratamento intensivo (UTI).

Presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador diz que a escolha da cidade foi muito bem pensada:
Presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador diz que a escolha da cidade foi muito bem pensada: "Salvador é uma porta de entrada do Nordeste" (foto: Mater Dei/Divulgação)
O centro hospitalar baiano, não por acaso, foi estrategicamente pensado. "Salvador é uma porta de entrada do Nordeste", explica Henrique, que destaca a cidade como um dos principais centros urbanos brasileiros da atualidade. São 3 milhões de habitantes na capital, a terceira cidade brasileira mais populosa - atrás apenas de São Paulo (12 milhões) e Rio de Janeiro (8 milhões). E tem mais: a Bahia também é a terra da dra. Norma Salvador Silva, que é natural de Feira de Santana, a cerca de 120 quilômetros da capital. "Também há um lado afetivo na escolha da região", diz o médico, sobre as raízes familiares da mãe.

A localização do Mater Dei Salvador é para lá de estratégica: no terreno de uma antiga fábrica da Coca-Cola, bem no encontro das avenidas Vasco da Gama e Garibaldi, no Engenho Velho Federação, e bem perto do Rio Vermelho - o bairro conhecido por sediar a antiga casa dos escritores baianos Zélia Gattai e Jorge Amado, hoje ponto turístico de Salvador. Trata-se de uma região em crescimento, com diversas obras em andamento e onde há outros centros hospitalares. O empreendimento, com apoio da prefeitura da capital, por meio do projeto Salvador 360, vai consumir um investimento de 500 milhões de reais e gerar 3.500 empregos diretos e indiretos.

Fachada do hospital, com 24 pavimentos: inauguração em 2022(foto: Mater Dei/Divulgação)
Fachada do hospital, com 24 pavimentos: inauguração em 2022 (foto: Mater Dei/Divulgação)
O moderno e bonito hospital está sendo construído pelo Mater Dei com ajuda de tecnologia mineira. A DVG Sical, maior fabricante de blocos de concreto celulares autoclavados (CCA) da América do Sul, já entregou cerca de 300 metros cúbicos de blocos à obra, que saíram diretamente da fábrica em BH para Salvador, em carretas que transportam 42 metros cúbicos cada uma. Conhecido como "bloco verde", o CCA tem entre suas vantagens a leveza - se comparado aos blocos comuns de concreto ou cerâmicos - e a resistência ao fogo, como explica o engenheiro civil Marcos Senra, um dos responsáveis pela construção do Mater Dei Salvador e de todos os hospitais da rede: "Ele funciona como um isolante térmico e oferece mais segurança dentro da mais alta técnica. Por isso, é usado principalmente nas escadas, portas corta-fogo e paredes dos elevadores".

Diretor da Sical - Sistema Inteligente de Concreto para Alvenarias e Lajes -, Éder Campos conta que os blocos autoclavados existem no Brasil há mais de 60 anos e são resultados de uma tecnologia desenvolvida depois da II Guerra Mundial, mas sua utilização tornou-se estratégica nos últimos anos, por causa das normas brasileiras de construção civil, "que ficaram mais rígidas em relação às seguranças térmicas e acústicas e à proteção ao fogo". Segundo ele, "os outros produtos não conseguem atender essas exigências". O diretor da fábrica, instalada na região do Barreiro de Cima e com produção média mensal entre 10 mil e 12 mil metros cúbicos de CCA, lembra que "na China, por exemplo, os blocos cerâmicos não são mais usados".

Centro Médico: 10 mil metros quadrados com centro de convenções, consultórios e áreas administrativas e de apoio(foto: Mater Dei/Divulgação)
Centro Médico: 10 mil metros quadrados com centro de convenções, consultórios e áreas administrativas e de apoio (foto: Mater Dei/Divulgação)
Com inauguração inicial prevista para fevereiro de 2022, o hospital baiano deverá ser concluído no segundo semestre do mesmo ano. Henrique Salvador afirma que dois fatores prejudicaram o andamento das obras do Mater Dei: o maior volume de chuvas em 2020 e a pandemia do coronavírus. A pandemia, aliás, já impactou diversos setores no Brasil, um deles o da rede privada de saúde, e vem afetando o desempenho nas contas do grupo, que faturou 15% a menos no primeiro semestre deste ano, em comparação com períodos anteriores. "Nossos custos aumentaram com as novas exigências da pandemia, como a compra de EPIs [equipamentos de proteção individual] especiais e medicamentos caros, e a receita caiu", diz o presidente da Rede Mater Dei. Mas isso não significa abandonar os planos de expansão futuros: "Temos prospectado investimentos em outras regiões do país, sim, mas nada está confirmado", afirma. "No momento, nossa atenção é para o hospital de Salvador." O sonho de levar a marca da família Salvador Silva a outras regiões do Brasil, pelo visto, ainda vai render muitos outros capítulos - leiam-se hospitais.

A rede também vai construir na capital baiana um centro médico integrado, a 90 metros do hospital, com quase 10 mil metros quadrados de área e 19 pavimentos, onde vão funcionar um centro de convenções, consultórios (62) e as áreas administrativas e de apoio do Mater Dei Salvador, com mais 90 vagas de estacionamento. Além disso, hospital e centro médico terão áreas verdes internas e no entorno.

Números do Mater Dei Salvador*

  • Localização: avenida Vasco da Gama, região central da capital baiana

  • Área construída: 63 mil m2, com 24 pavimentos

  • Investimentos: R$ 500 milhões

  • Empregos diretos e indiretos: 3.500

  • Áreas de atendimento: medicina diagnóstica, pronto socorro adulto e infantil e oncologia

  • Leitos: 350, sendo 40 de CTI adultos e 40 de UTI pediátricos

  • Salas de cirurgia/obstetrícia: 21

  • Heliponto: 1

  • Vagas de estacionamento: 740

*Fonte: Rede Mater Dei

Vantagens do bloco autoclavado da Sical, utilizado na construção do Mater Dei na Bahia**

Blocos autoclavados da Sical: tecnologia sustentável está presente na construção dos hospitais da rede mineira(foto: Guilherme Ataíde/DVG Sical/Divulgação)
Blocos autoclavados da Sical: tecnologia sustentável está presente na construção dos hospitais da rede mineira (foto: Guilherme Ataíde/DVG Sical/Divulgação)
Mais econômico, porque tem maior produtividade
Ecologicamente correto, sendo 100% reaproveitado na obra
Mais resistente ao fogo e seguro em caso de incêndios
É mais leve, com menor peso que seus similares
Durabilidade: tem mais resistência aos efeitos do tempo
Proporciona o conforto acústico, com menos ruídos
Conforto térmico, já que retém menos calor do sol

**Fonte DVG/Sical

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