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Estado de Minas ESPECIAL GASTRONOMIA - HERÓIS DA RESISTÊNCIA

Encontro Gastrô 2020 - Conheça os homenageados na categoria Bar


postado em 03/01/2021 23:15 / atualizado em 06/01/2021 15:11

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Nessa edição especial de Encontro Gastrô - O melhor de BH contamos como os estabelecimentos da capital enfrentaram a maior crise já enfrentada pelo setor. Em meio à tempestade que tomou conta do mundo diante do novo coronavírus, todos que sobreviveram à pandemia são vencedores e merecem nossos aplausos.

Confira os homenageados na categoria Bar/Botequim:

Nicolau Bar da Esquina

O chef Leo Paixão, que está investindo nas porções:
O chef Leo Paixão, que está investindo nas porções: "Vimos, nesta retomada, que nossos clientes estavam preferindo petiscar do que pedir os pratos" (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Só mesmo uma pandemia para fazer com que o bar de Leo Paixão ficasse deserto por tanto tempo. "Antes, nós atendíamos a uma média de 200 a 230 pessoas por noite", conta o chef estrelado, proprietário também do contemporâneo Glouton e da casa de sanduíches Nico. "Não tinha jeito: estava sempre cheio." Durante a quarentena, no entanto, o Nicolau, escolhido o melhor Bar/Botequim da cidade por Encontro Gastrô 2019, ficou adormecido. O botequim localizado no Santa Tereza suspendeu completamente suas atividades, à espera do momento certo para reabrir com segurança. As luzes do bar voltaram a acender no começo de setembro. "Para atender aos novos protocolos, reduzimos o número de mesas e aumentamos a distância entre elas", conta o chef. "A média de público agora é de umas 80 pessoas por noite."

Dentro do imóvel dos anos 1930, o clima modernoso continua o mesmo de antes da pandemia. O que mudou foi o cardápio, principalmente no turno da noite, para melhor atender o desejo do público. "Vimos, nesta retomada, que nossos clientes estavam preferindo petiscar do que pedir os pratos", diz Leo. Agora, a casa trabalha com um menu fechado compostos por onze petiscos bem fartos, levados à mesa do cliente em três levas, que variam entre três e quatro porções de tira-gostos por vez. "O cardápio será trocado mensalmente, mas a ideia é que tenha sempre como base as receitas que são os nossos carros-chefes." O rodízio de tira-gostos do Nicolau custa 90 reais. Por mais 60 reais, o cliente tem acesso ao open bar da casa, com direito a chope, caipirinha, caipivodca, Moscow Mule, gin tônica, chá mate com limão e refrigerante. A casa está atendendo os clientes mediante reserva, feita pelo site do Nicolau. E aqui vai uma dica: é melhor garantir o lugar na casa com antecedência. Como diz o ditado, "quem avisa, amigo é".

Rua Pouso Alegre 2217, Santa Tereza
(31) 3318-6970

Cabernet Butiquim

Pablo Teixeira e Maria Claudia Teixeira: a dupla inaugurou a Garagem do Cab, espaço voltado à coquetelaria(foto: Cláudio Cunha/Encontro)
Pablo Teixeira e Maria Claudia Teixeira: a dupla inaugurou a Garagem do Cab, espaço voltado à coquetelaria (foto: Cláudio Cunha/Encontro)
Pablo Teixeira é apaixonado por vinhos. No ramo desde 2007, o empresário realizou um sonho antigo há cinco anos, quando inaugurou o Cabernet Butiquim. "Antes, era preciso ir a um restaurante fino para apreciar uma taça", lembra Pablo. "A nossa proposta era de trazer o vinho para a calçada, para o ambiente dos bares." Não demorou para que o público percebesse que pode haver beleza na simplicidade de se aproveitar uma taça de tinto, branco, rosé ou espumante no ambiente descontraído e informal de um bar. O pessoal que curte um happy hour e quer variar um pouco da cerveja gelada encontrou na região da Savassi uma excelente opção. Pouco a pouco, o Cabernet expandiu seus domínios, ocupando com suas mesas parte da calçada da rua Levindo Lopes.

Muita coisa mudou com a chegada da pandemia. Mas, para Pablo, algumas nem o distanciamento social consegue afetar. "O carinho e a confiança que vem dos clientes nos ajudou a seguir em frente, pesquisando alternativas para o período em que a casa estava fechada", diz. Para se adequar ao delivery, as mudanças começaram dentro da própria cozinha. O cardápio foi reduzido drasticamente. "Os grelhados foram todos retirados, pois a carne não chegaria com a mesma qualidade", explica o empresário. "Mas do risoto a gente não abriu mão." Para garantir que o arroz não chegasse cozido demais na casa do cliente, a cozinha do Cabernet realizou vários testes da receita tradicional da Itália, da procura da embalagem ideal ao ponto certo. "Pode parecer estranho, mas é preciso embalar o risoto quando ele ainda está ‘al dente’, pois a temperatura interna termina o processo de cozimento no caminho", diz Pablo.

A adega do Cabernet também teve de se reinventar durante a pandemia, driblando a distância entre os clientes e os garçons, que sabem tudo sobre a bebida de Baco. "Assim nasceu o Cab na Caixa: um kit de vinhos temático com uma embalagem bem didática, com informações sobre origem, tipo de uva e características de cada rótulo." Além do delivery, o Cabernet também trouxe novidades para os clientes e inaugurou, bem ao lado, a Garagem do Cab, espaço voltado à coquetelaria, com drinques e shots – vários deles feitos com vinho - elaborados pelo mixologista Alexandre Loureiro. Tim-tim!

Rua Levindo Lopes 22, Savassi
(31) 3889-8799

Mercearia 130

Os sócios Rafael Campos, Marco Lucchese e Franco Luchesse: delivery passou de 15 pedidos por noite para até 400(foto: Samuel Gê/Encontro)
Os sócios Rafael Campos, Marco Lucchese e Franco Luchesse: delivery passou de 15 pedidos por noite para até 400 (foto: Samuel Gê/Encontro)
Inaugurada em 2012, a Mercearia 130 é um bar que, assim como um bom mineiro, tem orgulho de receber os mais variados tipos de visitante. "Jovens, reunião de trabalho, happy hour, almoço em família. Todos se sentem em casa por aqui", diz Marco Lucchese, um dos fundadores da casa. O segredo por trás da convivência amigável entre esses grupos, para Marco, está nas páginas do cardápio. "Fomos um dos primeiros estabelecimentos a mostrar que pratos finos, como steak tartare, também merecem ter seu espaço nos bares", afirma o empresário. Nas mesas da Mercearia, tanto o delicado ceviche quanto o tradicional pastel de angu marcam presença.

Mas, como não podia deixar de ser, o período da pandemia mudou o ritmo da casa. Para se adequar ao delivery e continuar rentável, o bar teve de encerrar temporariamente as atividades na unidade no bairro Serra e concentrar os esforços na Mercearia do Lourdes, focada nas opções de almoço e jantar. "Antes, atendíamos cerca de 15 pedidos por noite nos aplicativos. De repente, estávamos preparando entre 300 e 400 pratos por dia para entrega", conta Marco, que incorporou novas receitas ao cardápio da casa, como estrogonofe, tilápia empanada e escalope de filé mignon. Mas nem a pandemia conseguiu parar o maior patrimônio da casa. O picolé mineiro, um petisco feito com torresmo de costela criado pela Mercearia 130, ganhou uma embalagem própria, contando a história por trás da patente do prato. "O pessoal continuou elogiando o picolé. Teve até um cliente que pediu mais de 30 unidades de uma vez só", lembra Marco. Para comemorar a reabertura, a casa preparou uma nova carta de drinques, feita pelo mixologista paulista Leandro Rossi. Entre os destaques da carta de coquetéis está o Cafegin, feito com semente de cardamomo, casca de mexerica, café, gin e outros ingredientes secretos.

Rua Bernardo Guimarães 2267, Lourdes
(31) 2555-3395

Rua Ivaí 130, Serra
(31) 3658-3395

Albanos

Rodrigo Ferraz, diretor do Albanos:
Rodrigo Ferraz, diretor do Albanos: "Mesmo com as dificuldades, fomos fiéis ao nosso planejamento e continuamos com os planos de expansão da fábrica. Tanto que neste mês de outubro, batemos o nosso recorde de produção" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Por causa da pandemia do novo coronavírus, a Capital dos Bares viu vários dos estabelecimentos que alegravam sua vida noturna fecharem as portas em março para nunca mais abrir. Não foi fácil nem para casas bem estabelecidas. "No primeiro momento, tivemos uma queda de 40% nas vendas", revela Rodrigo Ferraz, diretor da Albanos. Apesar de não poder receber mais os clientes, a choperia não ficou parada durante a quarentena. "Mesmo com as dificuldades, fomos fiéis ao nosso planejamento e continuamos com os planos de expansão da fábrica", conta o empresário. "Tanto que neste mês de outubro, batemos o nosso recorde de produção."

O que mudou mesmo foi a maneira de entregar a cerveja. Com as portas da choperia fechada, a casa precisou criar seu próprio sistema de entregas para garantir que a cerveja chegasse impecável na mesa - de casa - dos clientes. "Pelo Albanos Express, o pedido não demora mais de uma hora", garante Rodrigo. Uma das maiores estrelas do delivery é a Mountain Ipa. Lançada para o público durante a pandemia, a nova cerveja do Albanos conquistou pelo sabor, que lembra goiabada, maracujá e outras frutas tropicais. "A saída dela está muito boa. Ela não fica parada no estoque", conta o empresário. A Mountain Ipa sai por R$ 22,50 o litro no Albanos Express.

A casa se recusou a deixar adormecida outra de suas características. Seja com colegas de trabalho, amigos, ou familiares, o Albanos ganhou fama em Belo Horizonte pelo seu ambiente ideal para o tão aguardado happy hour. O momento reservado para quebrar a rotina e descontrair continuou durante o período de confinamento, por meio das diversas lives promovidas pelo projeto "Música para todos", apresentado por Henrique Portugal, baterista do Skank. "Toda semana, o Henrique trazia para o palco dois convidados que estavam crescendo na cena musical de Belo Horizonte", diz Rodrigo. "Todas as doações feitas na live foram destinadas a instituições de caridade."

Rua Rio de Janeiro 2076, Lourdes
(31) 3892-6221

Rua Pium-í 661, Sion
(31) 3281-2644

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