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Estado de Minas ESPECIAL SAÚDE

Mineiros do Ano 2020 - Henrique Salvador

Além das adaptações necessárias em seus hospitais, diretor-presidente da Rede Mater Dei cedeu três andares da unidade de Betim para o atendimento público, deu apoio técnico à construção de respiradores de baixo custo e prestou apoio a pequenas empresas


postado em 16/02/2021 16:08

(foto: Pedro Vilela/Agencia i7/Divulgação)
(foto: Pedro Vilela/Agencia i7/Divulgação)
Henrique Salvador nasceu em uma família de médicos e, ainda estudante, já sabia o caminho que queria trilhar. Além de mastologista, referência em sua área, ele é diretor-presidente da Rede Mater Dei de Saúde. Já esteve à frente de entidades como as Sociedades Brasileira e Mundial de Mastologia. Tem mais. É professor de ginecologia, com 11 livros e mais de 200 trabalhos científicos publicados. O currículo mostra um pouco da estrada percorrida por esse médico que, apesar da experiência e do conhecimento acumulado, considera a pandemia que levou o planeta a uma crise profunda, de múltiplas dimensões, um teste de fogo.

Desde o início, a Covid-19 foi tratada pelo Mater Dei como uma crise sanitária grave. Esse entendimento fez com que a instituição respondesse rapidamente com diversas medidas. Criou nas unidades da Avenida Contorno, Santo Agostinho e Betim dois hospitais, dentro de um único espaço, modificando e criando novos fluxos. "Dessa forma passamos a atender os suspeitos da Covid-19 separadamente", explica Henrique. Bem no inicio da crise, quando faltavam no mundo equipamentos de proteção, o Mater Dei recebeu 1 milhão de máscaras compradas antecipadamente da China para seus colaboradores. A rede se uniu à indústria de confecção do Barro Preto para a produção de gorros e capotes impermeáveis para proteção individual. Ao mesmo tempo, implementou uma política para abertura permanente de leitos de CTI e comprou novos respiradores. Para cuidar da saúde corporativa foi criado um sistema de mapeamento de contatos tanto de médicos quanto de seus 3,5 mil colaboradores.

Apesar de o Hospital Mater Dei não ser conveniado ao SUS, ofereceu três andares da unidade de Betim para a montagem de 180 leitos destinados à demanda pública. "Cedemos o espaço, a iniciativa privada forneceu os leitos e equipamentos e o estado foi responsável pela gestão", diz Henrique. A partir do segundo semestre, grande parte dos leitos foi desmobilizada e os equipamentos doados para prefeituras do interior do estado. O hospital ainda colaborou com apoio técnico às empresas Tacom e Supermix, que desenvolveram respiradores a baixo custo em Minas Gerais. O hospital participou também do movimento Estímulo 2020, no qual donos de grandes negócios prestam apoio a pequenas empresas que corriam risco de fechar as portas durante a crise sanitária. O Mater Dei colaborou ainda com informações técnicas para compra de equipamentos de segurança para hospitais públicos dentro dos padrões exigidos e enviou profissionais ao Pará, em parceria com a companhia Vale.

Henrique Salvador, que durante a entrevista para este texto, no final de 2020, se recuperava da infecção pelo novo coronavírus, acredita que a crise trouxe muitos questionamentos e levou para as empresas de forma mais forte o dever de serem cidadãs, além de trazer a oportunidade de trabalhos em conjunto. "E, acima de tudo, a gratidão de conseguir atender a população, a reflexão de que a saúde deve ser prioridade", diz. Se estamos em uma guerra uma lição tem de ser aprendida: ninguém a vence sozinho.

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