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Estado de Minas PET

Grandes redes de produtos para bichos investem em BH

Mercado pet supera a crise e aposta na diversificação e fortalecimento das marcas para fidelizar a clientela


postado em 04/07/2021 23:28 / atualizado em 05/07/2021 10:15

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O Pimp My Pet se reinventou para superar a crise:
O Pimp My Pet se reinventou para superar a crise: "Transformei o meu modelo de negócio, investi em marketing, comunicação. Saí literalmente da minha zona de conforto", conta a empresária Nathália Junqueira Minzon (foto: Geraldo Goulart/Encontro)
Novo coronavírus, crise econômica, turbulência política. Se o clima é de incerteza para muitos negócios, o mercado pet segue o baile driblando os percalços e vendo seus rendimentos dispararem. Para os pais e mães de animais de estimação, o cuidado com os filhos peludos continua sendo destaque na lista de prioridades. Segundo dados do IBGE e do Instituto Pet Brasil (2018), bichos de estimação já são mais de 139 milhões e superam o número de crianças nos lares brasileiros. O Sudeste encabeça a lista com a maior população de pets (47,4%), seguido pela regiões Nordeste (21,4%), Sul (17,6%), Centro Oeste (7,2%) e Norte (6,3%). Não é de se admirar que o mercado de produtos para a bicharada seja um dos mais aquecidos, mesmo em meio ao caos gerado pela Covid-19. Uma caminha aqui, outra roupinha ali, ração, guias, coleiras, medicamentos e o setor de acessórios e alimentos cresceu 87% no Brasil nos últimos cinco anos. Em 2019, o faturamento do setor foi de 35,5 bilhões de reais, o que coloca o país como o segundo mercado consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em um primeiro momento, pequenas, médias e grandes empresas se valeram de estratégias para sobreviver à crise. Para superar as interrupções de fornecimento e o aumento nos preços das matérias-primas, o mercado pet se reinventou, apostando na diversificação e fortalecimento das marcas para engajar a clientela e evitar a escassez de produtos. Os pets shops locais tiveram papel fundamental na venda de produtos para animais de estimação. Cativando bichos e gente, passaram a disponibilizar ainda mais comodidades e serviços confiáveis como banho, tosa e atendimento veterinário. 
Inaugurada na década de 1970, a Dog’s Home, que em 1981 se transformaria em Dog's Shop, completou 40 anos de atuação no mercado mineiro. Com cinco lojas em atividade na capital, entre elas a Cat's Shop, exclusiva para o público felino, a rede investe tanto na qualidade do atendimento presencial quanto no delivery e na competitividade dos preços. "Com a pandemia, ações complementares como as entregas em domicílio e a criação de novas plataformas de venda nos ajudaram a estabilizar o faturamento e até aumentá-lo", diz a sócia- proprietária Paula Ferraz. A empresa também se prepara para alçar novos voos com a  inauguração do e-commerce.

A Animalle Mundo Pet superou a queda no ticket médio do consumidor e manteve o faturamento:
A Animalle Mundo Pet superou a queda no ticket médio do consumidor e manteve o faturamento: "Alimentação e petiscos representam 45% das vendas. Em seguida vem medicamentos, especialmente vermífugos e antipulgas e anticarrapatos", diz a proprietária Daniela Guimarães Loures (foto: Divulgação)
Tidos como serviços essenciais, os estabelecimentos pets não tiveram suas atividades paradas com o lockdown, o que trouxe vantagem ao setor, que também foi beneficiado com o aumento das vendas online. Inaugurada em 2012, a Animalle Mundo Pet, que ocupa um prédio de oito andares na Avenida do Contorno, conta com mais de 20 mil itens em produtos para a bicharada, o que além de gatos e cachorros também inclui roedores e pássaros. Além dos tradicionais banho e tosa, a loja também disponibiliza day care (creche) para cães em parceria com a empresa Mi+Au Care. 
Conhecida pelas tradicionais feiras de adoção e eventos como o Blocão Pet de carnaval e Pet Identidade, para emissão de documento de RG não oficial, superou a queda no ticket médio gasto por cada compra e manteve o faturamento. "Alimentação e petiscos representam 45% das vendas. Em seguida vêm medicamentos, especialmente vermífugos, antipulgas e anticarrapatos", diz a proprietária Daniela Guimarães Loures. A expectativa, diz ela, é que o mercado se normalize e os preços, de maneira geral, sofram uma queda, aumentando o poder de compra do consumidor. A empresária também comemora a inauguração do e-commerce de varejo (voltado para clientes) e atacado (exclusivo para pet shops).

Empresas menores também chegaram e mostraram a que vieram. O Pimp My Pet, inaugurado em 2013, no bairro Funcionários, tem passado por significativas mudanças e expansão. Foi preciso se reinventar para superar a crise. "Transformei o meu modelo de negócio, coloquei taxi dog gratuito para nossos clientes, investi em marketing, comunicação. Saí literalmente da minha zona de conforto", conta a empresária Nathália Junqueira Minzon Fernandes. A estratégia deu tão certo que ela teve a clientela aumentada em 50%. Além de banho, tosa e hospedagem, o espaço passou a disponibilizar atendimento veterinário e escola para groomers (tosadores).

Na contramão da crise, as grandes redes de lojas se destacaram. O Instituto Pet Brasil apontou que o segmento cresceu 13,5% em 2020 no comparativo a 2019, com um movimento 6,8% maior do que o projetado durante o primeiro semestre. Inaugurada em 2002, em São Paulo, a rede Petz cresceu 46,6% em 2020, faturando 1,7 bilhão de reais. Em 2019 o grupo comemorou a marca de 100 lojas no Brasil e o lançamento do Pet-Commerce. Ao longo do primeiro trimestre de 2021, cinco novas lojas foram inauguradas, encerrando o período com 138 unidades em 16 estados, cinco delas em Belo Horizonte.

Pioneira em BH, a Dog's Shop deve inaugurar, em breve, seu e-commerce:
Pioneira em BH, a Dog's Shop deve inaugurar, em breve, seu e-commerce: "Com a pandemia ações complementares como a criação de novas plataformas de venda nos ajudou a estabilizar o faturamento e até aumentá-lo", diz a sócia-proprietária Paula Ferraz (na foto, com o sócio Matheus Ferraz) (foto: Divulgação)
Outra gigante do mercado, a rede de lojas Cobasi, com 119 unidades espalhadas por dez estados brasileiros, apontou crescimento de 60% na busca por produtos para pets em dezembro de 2020 em relação a novembro do mesmo ano. A parceria com o iFood, feita no último mês de outubro, alavancou as vendas da rede. Inaugurada em 1985, é pioneira no conceito de megastores para animais de estimação. Em maio de 2021 inaugurou sua terceira loja na capital mineira, localizada na avenida Nossa Senhora do Carmo. Com 1.100 metros quadrados e mais de 20 mil itens para pets, casa, piscina e jardinagem, chega para aquecer a concorrência no setor.

Em 2021, a expectativa é que o mercado pet siga em expansão. Um dos motivos seria o fato de várias pessoas terem optado pela adoção de um bichinho de estimação por causa do isolamento social, aumentando a busca por produtos e serviços especializados. No setor financeiro, o banco digital Nubank contabilizou um aumento de 73,1% no número de clientes que tiveram gastos com o segmento pet em 2020, comparado com 2019. Por outro lado, a crise financeira e perda do poder aquisitivo das famílias sentida ainda mais em 2021, estabilizou o número de adoções e aumentou o abandono de animais.

Números do mercado pet*

  • 139 milhões é o número aproximado de animais de estimação nos lares brasileiros

  • 35,4 bilhões foi o faturamento do setor em 2019

  • 47,4% dos bichos ficam na região Sudeste

  • 87% é quanto o mercado cresceu no Brasil nos últimos cinco anos

*Fontes: IBGE, Instituto Pet Brasil

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