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Estado de Minas BEM-ESTAR

Projeto compartilha na web informações sobre os 365 primeiros dias do bebê

Grupo de profissionais de enfermagem da Universidade Federal do Triângulo Mineiro usa redes sociais para divulgar informações corretas, e algumas descobertas recentemente sobre os dias iniciais de vida


postado em 12/07/2021 00:30 / atualizado em 12/07/2021 00:42

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O projeto conta com uma oficina de Shantala: a técnica foi difundida no mundo pelo obstetra francês Frédérick Leboyer, que viu uma mulher com este nome acalmando um bebê usando uma rotina de massagens passada de geração em geração(foto: Freepik)
O projeto conta com uma oficina de Shantala: a técnica foi difundida no mundo pelo obstetra francês Frédérick Leboyer, que viu uma mulher com este nome acalmando um bebê usando uma rotina de massagens passada de geração em geração (foto: Freepik)
Futuros pais aguardam ansiosos pelo momento do nascimento. Depois de uma longa espera (para muitos, os nove meses parecem não ter fim), finalmente chegou a hora de conhecer a nova vida que veio sendo preparada ao longo de tanto tempo. Este é, porém, apenas o começo de uma jornada repleta de desafios. Pais e mães, de primeira viagem ou não, contam diversas histórias sobre as dificuldades enfrentadas nos primeiros meses com o bebê e os perrengues com noites sem dormir, cólicas, banhos, sustos, amamentação, chupeta... Mas o primeiro ano das crianças não precisa ser, necessariamente, tão estressante para a família. Como forma de levar instruções, técnicas, dicas e apontar pontos cruciais para a saúde do bebê até os pais - em plena pandemia - professoras do departamento de enfermagem da Universidade Federal do Triângulo Mineiro criaram o 365 Dias do Bebê, um perfil no Instagram com postagens e vídeo-aulas relacionadas ao primeiro ano dos pequenos.

Esta não é a primeira vez que a equipe usa as redes para levar informações confiáveis ao público. "O 365 dias veio da expertise que ganhamos com outro projeto de extensão, feito no ano passado, chamado Descomplicando a Covid-19", conta Divanice Contim, professora da UFTM e uma das coordenadoras da iniciativa. Ao longo de seis meses e 103 postagens, um grupo composto por alunos, professores e pesquisadores da universidade pública usou as redes sociais para tentar combater a desinformação que circula por aí. As informações eram repassadas ao público por meio de postagens acompanhadas de breves textos, buscando esclarecer o que era fato, pesquisa ou mentira em um período tão conturbado. O projeto teve o seu fim, conforme o programado, em novembro de 2020. Porém, de certa forma, ganhou um irmão mais novo no ano seguinte. "Claro que o foco é a pandemia, mas também precisamos promover a saúde", diz a professora Divanice. "Saúde é como uma poupança: é preciso tomar cuidado desde cedo para ter mais alternativas lá na frente."

As mentes por trás do @365diasdobebê: as professoras Divanice Contim, Mariana Torreglosa e Jesislei Rocha e as doutorandas Maria Paula Custódio e Nylze Guillarducii (a partir do alto e da esq. para a dir.)(foto: Arquivo pessoal)
As mentes por trás do @365diasdobebê: as professoras Divanice Contim, Mariana Torreglosa e Jesislei Rocha e as doutorandas Maria Paula Custódio e Nylze Guillarducii (a partir do alto e da esq. para a dir.) (foto: Arquivo pessoal)
Assim, começou o processo de criação do 365 Dias do Bebê, coordenado, além de Divanice, pelas também professoras Mariana Torreglosa e Jesislei Rocha. Ao longo de um ano de atividade, o perfil irá disponibilizar informações, dicas e tutorias relacionados ao primeiro ano de vida. Pode parecer até um período curto se comparado à média de vida do brasileiro (aproximadamente 76 anos), mas o que não falta é assunto. "Os primeiros minutos do bebê podem fazer uma diferença enorme", diz Divanice. "É a chamada hora dourada. Se for possível, ele deve ser colocado em contato com a pele da mãe durante os primeiros 60 minutos. Exames físicos, pesagem, medição podem ser feitos depois." De acordo com a pesquisadora, que trabalhou a vida inteira estudando a saúde de crianças, a pequena hora de carinho pode facilitar no processo de amamentação.

Ao todo, 20 pessoas, entre alunas da graduação e pesquisadoras fazem parte do projeto. A divisão do trabalho se dá de forma parecida com o modelo experimentado no Descomplicando a Covid-19: parte da equipe fica responsável pela elaboração dos textos, usando como base fontes confiáveis de estudos, como revistas consolidadas e sociedades médicas. Em seguida, o material é revisado por outro um integrante do grupo, para comprovar a qualidade do estudo utilizado. Tudo isso feito com muito cuidado e carinho, já que a maternidade é uma luta na qual todo mundo opina. "Os cuidados tomados pela mãe podem ser contestados pelos avós, tias, primas do bebê, citando certos costumes que podem ser prejudiciais." Muitas dessas dicas são conhecidas por grande parte da população, como usar moedas, sola de sapato, borra de café ou fumo para secar o coto, o que pode levar a uma infecção. E não é só a tal sabedoria popular que pode levar a erros. "Na internet, há uma porção de receitas de chás e comidas para bebês, sem embasamento algum. Filhos não são um experimento", diz Divanice.

Além das postagens, há também vídeo-aulas, feitas por meio de lives com especialistas em cada tema. "Eles são definidos mensalmente pela nossa equipe e anunciados no perfil", conta a professora. Até o fechamento desta edição, duas aulas estavam disponíveis. A primeira, ministrada pela pediatra Rafaela Dutra, trata da exterogestação, um termo usado para denominar uma série de técnicas que podem ser usadas para tentar simular o ambiente uterino, ajudando a acalmar o bebê. Atos simples como deixar o quarto escuro e colocar um "ruído branco", como são chamados os barulhos com frequências sempre iguais, a exemplo da chuva, pode melhorar a qualidade de vida da família. Já a segunda live se trata de uma oficina de Shantala, uma técnica milenar indiana de massagem em bebês, que pode aliviar e prevenir crises de cólicas. "A fonte maior de todo o cuidado é o amor", conta a professora Divanice. "Claro, nutrir de amor uma criança também é amamentar corretamente, cuidar da higiene e dar atenção, para ajudar no desenvolvimento do bebê."

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