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Estado de Minas BEM-ESTAR

Mineiras desenvolvem cosméticos com pegada natural e mais saudável

O conceito é o do "slow beauty" - beleza sem pressa, em tradução livre -, um movimento que prega a utilização de produtos naturais e a busca da sustentabilidade


postado em 15/09/2021 00:48 / atualizado em 15/09/2021 00:52

As empreendedoras Patrícia Leite (à esq.) e Cristiane Malacco fundaram a Botane:
As empreendedoras Patrícia Leite (à esq.) e Cristiane Malacco fundaram a Botane: "À medida que as pessoas começam a ter consciência e conhecer a cosmética natural, cresce a aceitação e fidelização à marca", diz Cristiane (foto: Divulgação)
Focadas no bem-estar e ao mesmo tempo de olho nos passos para um mundo mais sustentável e saudável, marcas mineiras investem em cosméticos naturais, produzidos sem produtos químicos e "amigos do meio ambiente", sem a realização de testes em animais. O modelo deslanchou no último ano e está estimulando empreendedores de menor porte. Muitos usam óleos essenciais, agregando os cheiros da aromaterapia ao momento de harmonia consigo mesmo. O mercado da beleza é, sim, competitivo, gigante e agressivo, mas as novas marcas, criadas por pequenos empreendedores, com modelo de produção em escala reduzida, têm encontrado um nicho de mercado promissor. O conceito é o do "slow beauty" (algo como beleza sem pressa, em tradução livre), um movimento que tem entre seus conceitos a utilização de produtos naturais e a busca da sustentabilidade.

A maquiadora Clarisse Padilha criou a Calma:
A maquiadora Clarisse Padilha criou a Calma: "Desenvolvi o que chamo de make coringa. Um só produto pode ser usado como batom, sombra e blush, por exemplo. São multifuncionais" (foto: Arquivo pessoal)
Algumas dessas empresas nasceram em plena pandemia ou um pouco antes e deslancharam no período com as vendas online impulsionadas pelas redes sociais, tutoriais e por clientes que apoiam o modelo de produção ou que simplesmente ficaram conhecendo os produtos e gostaram da qualidade. Os itens vão desde linhas de higiene pessoal, cuidados com a pele e maquiagens. Uma das empresas que nasceu em Belo Horizonte no início da pandemia foi a Calma, criada pela maquiadora Clarisse Padilha. Depois de estudar cosmetologia, ela criou a marca, desenvolvendo produtos para os cabelos e para a pele, além de maquiagens, muitos sem o uso de embalagens. As palavras-chave da marca são sustentabilidade, produtos veganos e biodegradáveis, com ativos naturais "buscando realçar a beleza natural de cada um". Entre os itens desenvolvidos estão os xampus e condicionadores sólidos, que eliminam as embalagens, iluminadores e uma linha de séruns e hidratantes para a pele. "Desenvolvi o que chamo de make coringa. Um só produto pode ser usado como batom, sombra e blush, por exemplo. São multifuncionais", explica. Para Clarisse, a marca reflete seus valores de consumo consciente e o retorno tem sido tão positivo que ela viu o negócio crescer rápido nesse último ano. Além da loja no bairro de Lourdes o e-commerce se tornou forte aliado.

A tradutora Carolina Diniz é consumidora das marcas locais e vê na compra a possibilidade apoiar pequenos negócios:
A tradutora Carolina Diniz é consumidora das marcas locais e vê na compra a possibilidade apoiar pequenos negócios: "Outra coisa que me agradou muito foi poder usar vários produtos em um só, o que facilita o dia" (foto: Arquivo pessoal)
Também na linha dos sem corantes, veganos e sustentáveis, com a proposta de uma cosmética natural, a Pour Moi inova ao apostar na individualidade. "Cada ser humano é único", diz a fundadora da marca a farmacêutica Marina Tomáz. Há três anos e meio ela inaugurou a loja que funciona também no bairro de Lourdes, com a proposta de criar cosméticos personalizados para o rosto, para os cabelos, para o corpo, além de protetores solares. A marca agora se prepara para lançar também maquiagens. O diferencial é que os produtos são feitos "sob medida" e a cliente pode passar por uma avaliação para detectar o tipo e necessidades da pele. A composição de cada cosmético pode ser elaborada com a ajuda de farmacêuticos da loja ou pelo dermatologista. Existe ainda a possibilidade de acompanhar a montagem dos cremes ou séruns, por exemplo, escolhendo, além da composição dos ativos que tratam a pele, os aromas. "Montamos os produtos de acordo com o tipo de pele de cada um, observando como cada pessoa reage a fatores como o clima e o estresse", explica Marina. No espaço da loja física há também ambiente para realização de massagens. Ela diz que pesquisou vários modelos de negócios antes de montar o seu e se inspirou na personalização, uma tendência que observou na Europa e nos Estados Unidos.

Desenvolver um produto de qualidade a um bom custo-benefício motivou a empreendedora Luciana Saraiva (dir.) a iniciar, em 2017, a Cosmetria, especializada em produtos para o tratamento capilar: vendas em Dubai e nos Estados Unidos(foto: Arquivo pessoal)
Desenvolver um produto de qualidade a um bom custo-benefício motivou a empreendedora Luciana Saraiva (dir.) a iniciar, em 2017, a Cosmetria, especializada em produtos para o tratamento capilar: vendas em Dubai e nos Estados Unidos (foto: Arquivo pessoal)
Nas pegadas da sustentabilidade também está a Botane um sonho das empreendedoras Patrícia Leite e Cristiane Malacco. Inaugurada em 2017, a marca aposta também nos produtos veganos e sustentáveis. A linha de shampoos, desodorantes, cuidados da pele, são desenvolvidos com óleos essenciais, sem  sintéticos. "Não usamos petrolatos, parabenos ou alumínio", explica Cristiane. Há ainda tônicos faciais, sabonete, máscaras de argilas e séruns. Todos os produtos são testados para não provocar alergias. As sócias contam que o crescimento surpreendeu. "À medida que as pessoas começam a ter consciência e conhecer a cosmética natural, cresce a aceitação e fidelização à marca". As expectativas são de expansão.

Carolina Diniz é tradutora, intérprete e professora de espanhol. Sua rotina é bastante corrida. Ela conta que conheceu uma das linhas de cosméticos mineiras no ano passado e se tornou cliente por ter gostado do resultado. Carolina aprovou a possibilidade de poder escolher os ativos que mais se adequam à sua pele e montar séruns exclusivos e personalizados que são entregues com o nome do cliente no rótulo. "Outra coisa que me agradou muito foi poder usar vários produtos em um só, o que facilita o dia." Outro ponto de vista da nova consumidora do setor é que ela se sentiu bem também em apoiar o comércio local. "São mulheres empreendedoras e muito talentosas, que se mantiveram firmes no mercado mesmo durante a pandemia. Gosto de prestigiar os negócios locais", diz Carolina.

A farmacêutica Marina Tomáz abriu a Pour Moi:
A farmacêutica Marina Tomáz abriu a Pour Moi: "Montamos os produtos de acordo com o tipo de pele de cada um, observando como cada pessoa reage a fatores como o clima e o estresse" (foto: Arquivo pessoal)
O desafio e a oportunidade de desenvolver um produto de qualidade a um bom custo-benefício motivaram a empreendedora Luciana Saraiva a iniciar, em 2017, a Cosmetria, especializada em produtos para o tratamento capilar. Em meio à pandemia a fábrica chegou a dobrar de tamanho, com a produção crescendo 250%. Os rótulos foram desenvolvidos em português e inglês para que os produtos pudessem ser exportados para os Estados Unidos, onde são aprovados pelo FDA (agência americana que controla alimentos e remédios) e também possuem licenças europeias. "A pandemia atrasou nossos planos de exportação e então investimos no mercado interno. Agora estamos lançando a marca em Dubai e nos Estados Unidos (de onde Luciana conversou com Encontro)", comemora.  Os produtos são voltados para o tratamento capilar no dia a dia e também para o uso antes e depois de químicas, não possuem óleos minerais, parabenos ou silicone. "São prebióticos e ativos naturais." Toda a embalagem é biodegradável feita de amido de milho. "A linha completa leva em sua composição Florais de Bach. Acreditamos no bem-estar proporcionado pelos florais", explica.  Alguns itens da Cosmetria são multifuncionais, incluindo vários produtos em um só. Há linhas para todas as faixas etárias, inclusive crianças. "Nosso maior desafio era desenvolver um produto de boa qualidade, mas que ao mesmo tempo fosse acessível." Para Luciana, o mercado é muito promissor, uma vez que as pessoas estão mais atentas à saúde e ligadas a questões que envolvem a proteção ao meio ambiente.

A administradora e empreendedora do agronegócio Gabriela Bueno virou fã ao conhecer os cosméticos veganos:
A administradora e empreendedora do agronegócio Gabriela Bueno virou fã ao conhecer os cosméticos veganos: "Além de não agredir o meio ambiente, os produtos têm qualidade e um cheirinho muito bom que nos ajuda a sentirmos bem" (foto: Arquivo pessoal)
Gabriela Bueno é uma das consumidoras que ajuda o mercado dos pequenos a crescer. Administradora e empreendedora do agronegócio, Gabi, como é chamada pelos amigos, sempre teve a preocupação de fazer sua parte para colaborar com o meio ambiente. Gosta do estilo de vida mais natural, utilizou fraldas de algodão na filha mais nova, além de participar de projetos de reciclagem e correto acondicionamento do lixo, só para dar alguns exemplos. Quando conheceu os cosméticos veganos, com ativos naturais e óleos essenciais, virou fã. "Além de mim, minhas duas filhas e meu marido também passaram a usar os xampus e condicionadores em barra com ótimos resultados", elogia ela, que também já experimentou maquiagens e seruns para cuidados com a pele. Ela elogia a praticidade para viagens, já que pode os produtos multifuncionais economizam espaço na mala. "Além de não agredir o meio ambiente, os produtos têm qualidade e um cheirinho muito bom que nos ajuda a sentirmos bem."

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