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Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2021 | José Salvador Silva

Após abertura de capital, a crescente consolidação da rede Mater Dei como um dos maiores grupos hospitalares do Brasil credencia a sucessão da empresa como um exemplo a ser seguido


postado em 24/01/2022 23:03

Ao ser perguntado se já se considera um homem realizado, José Salvador Silva, fundador da Rede Mater Dei, é categórico:
Ao ser perguntado se já se considera um homem realizado, José Salvador Silva, fundador da Rede Mater Dei, é categórico: "Tem sempre alguma coisa a mais, não para ser conquistada, mas sim, por ser feita. Não nascemos à toa" (foto: Dudua's Profeta/Encontro)
Perfil:

  • José Salvador Silva, 90 anos
  • Santana de Pirapama (MG)
  • Casado, 4 filhos, 10 netos e 10 bisnetos
  • Formado em medicina pela UFMG. Fundador e presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde

"Tem uma passagem da Bíblia que diz: ‘parirás com dor‘. Eu nunca gostei dessa frase", conta o médico ginecologista e obstetra José Salvador Silva, de 90 anos. "Comecei a pesquisar dentro e fora do Brasil uma maneira de aliviar a dor do parto. E consegui." Sua clínica explodiu, "cresceu demais" e se tornou um case de sucesso. Essa foi apenas uma das conquistas do fundador da Rede Mater Dei de Saúde e precursor na utilização da chamada analgesia de parto. Antes de se aposentar, ao completar 40 anos de profissão, em 1996, realizou mais de 20 mil partos. "Nosso diferencial sempre foi o cuidado e respeito com nossas clientes, atendidas de forma personalizada e humanizada", diz ele. Com bom humor e memória de dar inveja a qualquer jovem, dr. Salvador discorre sobre os perrengues que enfrentou na vida para chegar aonde está - e as lições que guarda como aprendizado.

Para ele, na vida, é preciso sonhar. Quando criança, sonhava em ser médico. Ao se tornar médico, sonhava em construir um hospital. Na adolescência, sonhava em encontrar uma mulher especial para compartilhar a vida. E foi na faculdade de medicina, vinda da distante Feira de Santana, na Bahia, que o seu grande amor surgiu. Sessenta e seis anos depois, ele e a mulher, Norma, também médica ginecologista, seguem unidos pela família e pela profissão, com quatro filhos (três deles médicos), 10 netos e 10 bisnetos. Os netos, todos nascidos pelas mãos dos avós. "Já nasceram gritando Galoooo", brinca ele, torcedor fanático do Atlético.

Criada em 1980, a Rede Mater Dei conta atualmente com três unidades, duas em BH (Santo Agostinho e Contorno) e uma em Betim. No primeiro trimestre deste ano inaugura na Bahia o Mater Dei Salvador. O talento para a medicina e para os negócios foi herdado pelos filhos do casal. Sob a direção do primogênito Henrique, em 2021 a rede abriu capital e levantou 1,4 bilhão de reais na B3, a bolsa de valores brasileira. De lá para cá comprou, entre outros, o hospital Santa Genoveva, de Uberlândia; o Hospital Premium, de Goiânia (GO); e o Grupo Porto Dias, do Pará; além de investir na A3Data, empresa especializada em dados e inteligência artificial. O legado de dr. Salvador é de garra e persistência. "Nada veio de graça. Sempre fui um lutador".

Até a fundação do Mater Dei, em 1980, o médico conta que por várias vezes fracassou. Fracassou quando tentou transformar o Hospital Vera Cruz em maternidade, quando investiu no extinto Hospital Samaritano e, por fim, quando o Hospital Santa Mônica, atual Hospital Belo Horizonte, foi à falência. "É preciso ter humildade para aprender com os próprios erros. Foi assim que cresci", diz. Depois de alguns dissabores, o nome Mater Dei - Mãe de Deus, em latim - foi escolhido a dedo. Quando criança, o menino José e seus sete irmãos uniam-se à mãe, às 6 horas da tarde, para ouvir a Ave Maria na rádio Itatiaia. "Era a última palavra dita. Nunca mais me esqueci."

Medo da morte? Nenhum. Se diz preparado. "Eu tenho medo é de ficar cego e não poder mais ler", revela. Leitor contumaz, não há dia em que não dedique pelo menos uma hora ao hobby. Outro hábito é a caminhada, praticada diariamente ao lado da mulher. Ao ser perguntado se já se considera um homem realizado, é categórico: "Tem sempre alguma coisa a mais, não para ser conquistada, mas sim, por ser feita. Não nascemos à toa".

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