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Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2021 | Rodrigo Pacheco

Eleito presidente do Senado em seu primeiro mandato na Casa, ele trocou o DEM pelo PSD e foi lançado pré-candidato à cadeira mais importante do país nas eleições de 2022


postado em 25/01/2022 00:40

O senador Rodrigo Pacheco aposta na conciliação para voar cada vez mais alto:
O senador Rodrigo Pacheco aposta na conciliação para voar cada vez mais alto: "Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum" (foto: Cláudio Cunha/Encontro/Arquivo)
Perfil:

  • Rodrigo Pacheco, 45 anos
  • Porto Velho (RO)
  • Formado em direito pela PUC Minas. Eleito deputado federal pelo MDB, em 2014; foi presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados. Disputou a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2016, terminando em terceiro lugar. Em 2018, foi eleito senador pelo Democratas. Este ano, foi escolhido para presidir o Senado. Trocou o DEM pelo PSD. É pré-candidato à Presidência da República

Há tempos a calmaria não dá as caras em Brasília. Os bastidores da política na capital federal nunca estiveram tão quentes. E a tendência é que a temperatura se eleve a patamar vulcânico no próximo ano, graças às eleições presidenciais. É neste contexto que o senador Rodrigo Pacheco se destaca. Ele vem atraindo holofotes pela voz destoante em meio à gritaria e aos nervos à flor da pele. Nascido em Porto Velho (RO), mas radicado em Minas Gerais, Pacheco, aos 45 anos, traz as insígnias da sobriedade, da polidez e do diálogo, tendo como maior inspiração um célebre mineiro, o ex-presidente Juscelino Kubitscheck (1902 -1976).

"Hoje, estamos todos cansados e descrentes. Estamos cansados de viver em meio a tanta incerteza, a tanta incompreensão e intolerância. Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum", disse Rodrigo, durante cerimônia de filiação a seu novo partido, o PSD, em outubro deste ano. E tudo indica que é pelo PSD, sua terceira legenda na curta carreira política, que o advogado irá disputar a função pública mais importante do país, a de presidente da república. Pelo menos é o que sonha o cacique da sigla, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. "O Brasil já não aguenta mais esse clima de ódio, falta de respeito, falta de transparência", disse, após a filiação do colega. "É preciso apresentar uma alternativa, e a melhor delas é o Rodrigo."

O nome de Rodrigo Pacheco entre os presidenciáveis não chega a surpreender. Quem observa seus passos e a maneira polida e habilidosa como lida nos bastidores ou sob os holofotes do Congresso sabe que o senador quer alçar voos mais altos. Foi pelo MDB que Rodrigo se lançou na política ao ser eleito deputado federal em 2014. Seu primeiro mandato no Congresso ficou marcado pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. Dois anos depois, tentou a prefeitura de Belo Horizonte. De figura ainda desconhecida na capital mineira e entre os últimos nas pesquisas iniciais, terminou a disputa em terceiro lugar. Em 2018, venceria a corrida para o senado, já pelo Democratas.

Em 2021, ano ainda marcado pela pandemia da Covid-19 e pelo início da movimentação de peças no xadrez das eleições do próximo ano, Pacheco se destacou de novo, sendo escolhido para presidir o Senado por dois anos. Ele recebeu 57 votos a favor (de um total de 81 senadores). "Venho fugindo desse debate muito extremado que tomou conta da política brasileira", diz Rodrigo, sobre um dos possíveis motivos para sua ascensão meteórica. Cotado para disputar o pleito mais importante do país, ele convoca a memória de JK para acompanhá-lo na empreitada. "Na minha opinião, foi o maior político da história brasileira. E, orgulhosamente, um mineiro. JK pautou-se pela ética, pela decência e pela ideia de desenvolvimento do Brasil", disse a Encontro há poucos meses de se posicionar como um dos candidatos à presidência. É história, mas não custa recordar: JK era membro do mesmo partido de Rodrigo Pacheco quando comandou o país entre 1950 e 1955. O senador aposta em muito mais que coincidências para trilhar o mesmo destino.

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