"Frustração é a palavra que define", diz Lucas. Ele conta que tinha organizado a vida para esse objetivo e passou por muitos momentos de frustração e esperança, seguida de nova frustração (referentes aos momentos mais tranquilos ao fim de cada onda, acompanhados de novos fechamentos de fronteiras). Contudo, afirma que a vontade de concretizar seu sonho trouxe a resiliência necessária. "Sempre com a esperança de que isso iria acabar e eu eventualmente conseguiria ir, enquanto tudo mais estava preparado para a minha ida", diz. Com a abertura das fronteiras, Lucas começou o ano com um novo plano: contratou o curso de inglês e está em processo de obtenção de visto. Já requisitou a licença no trabalho e pretende viajar em maio. "Estou bem confiante, porque nesta nova onda que o mundo está vivendo, as fronteiras não se fecharam", diz. "Se acontecer alguma coisa de diferente, aí a gente se readapta."



Lucas ressalta que o mais importante, em sua experiência, tem sido não ficar parado e tentar, como possível, se mover em direção ao objetivo. E ter esperança de que vai ser possível atingi-lo. Ragone lembra que o filósofo Mário Sergio Cortella diferencia o ato de esperar do de esperançar. "O primeiro se trata de uma postura passiva, aguardando que algo ocorra ou que alguém tome uma iniciativa. Esperançar, por outro lado, é correr atrás, arregaçar as mangas da mente, do coração e do fazer, sempre abertos a novos caminhos e perspectivas."