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Estado de Minas CRÔNICA

Bluey, por Paula Pimenta

"O desenho é tão bom que muitas vezes me pego pedindo para a Mabel: 'vamos ver só mais um episódio?', em vez do contrário..."


postado em 20/04/2022 23:54

(foto: BBC Studios Distribution Ltd/Divulgação)
(foto: BBC Studios Distribution Ltd/Divulgação)
No começo da minha infância, o desenho que eu mais gostava era a Família Barbapapa. Ele passava na TV Globinho, apresentado pela Paula Saldanha, e eu era tão apaixonada que uma das lembranças mais antigas que tenho é no quintal do nosso antigo apartamento, quando peguei uma semente e a plantei, achando que ia nascer um barbapapa - eles nascem assim no desenho. Eu amava tanto que tinha (na verdade, ainda tenho) os disquinhos e sabia (ainda sei) cantar as músicas de cor.

Fiz questão de apresentar para a minha filhinha e logo se tornou um dos desenhos favoritos dela também. Assim também aconteceu com outros. Assistimos juntas a todos os clássicos da Disney, Muppets, Vila Sésamo, Luluzinha... E para minha surpresa, notei que ela gosta mais desses antigos do que os preferidos da geração dela, como Peppa Pig e Patrulha Canina.

Claro que fico feliz com isso, sempre pensei que os cartoons da minha infância tinham muito mais qualidade... Pelo menos era o que eu achava. Até que Bluey surgiu em nossa vida. Ou melhor, na nossa televisão. Eu realmente não sei de onde veio, acho que pode ter sido um daqueles mecanismos que vão apresentando títulos que acham que vamos gostar após assistirmos algo. Acontece que quando a Mabel começou a ver avidamente aquele desenho de cachorrinhos azuis australianos e também começou a dar risada e repetir as falas, parei tudo para assistir com ela. E acabei sendo também conquistada.

A base é simples. Uma família de cachorros: pai, mãe e duas irmãs: Bluey, de 6 anos, e Bingo, de 4, passando por situações do cotidiano. O fato de serem cachorros é apenas um detalhe, porque na verdade o desenho ilustra famílias reais, situações que todos os pais passam com as crianças, até esquecemos que não são humanos. Eu adoro me identificar com os personagens quando assisto a um filme ou leio um livro. Porém nunca imaginaria que isso pudesse acontecer ao assistir um desenho infantil. Um desenho infantil de uma família de cachorros!

Alguns episódios ganharam verdadeiramente meu coração, como o chamado "Acampamento", quando a Bluey faz um amigo francês que se torna inseparável, mas ele tem de ir embora quando as férias terminam. Pela primeira vez ela sente uma perda e então a mãe explica: "Algumas vezes pessoas especiais entram em nossa vida, ficam um pouco, mas então tem de partir..."

Outro que amo, e que até me fez chorar, é o da "Competição de bebês", quando a mãe das meninas conta para elas como foi quando a Bluey nasceu, que ela sempre parecia estar atrás dos bebês das amigas, mas ao final ela percebe que aquilo não era uma competição e que estava se saindo muito bem como mãe.

Como podem ver, Bluey realmente me tocou e eu recomendo para todos que têm crianças em casa. Os episódios são curtos e cada um deles é tão cheio de humor e sensibilidade, que realmente se torna um momento de conexão entre pais e filhos. Aqui costumamos conversar sobre o desenho em momentos aleatórios do dia, ao recordarmos alguma cena. Volta e meia digo: "Lembra do que a Bluey descobriu naquele episódio...". Porque a verdade é que acabamos aprendendo junto com ela - como o pai da Bluey sempre diz - "valiosas lições de vida".

O desenho é tão bom que muitas vezes me pego pedindo para a Mabel: "vamos ver só mais um episódio?", em vez do contrário... É, acho que Bluey deixou de ser apenas o desenho preferido da Mabel. Passou a ser o meu também! 

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