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Estado de Minas GASTRONOMIA

Sucesso de público, Mercado Novo expande operações para terceiro andar

Espaço vai em busca de clientes que preferem um pouco mais de tranquilidade. Gastronomia diversificada dá o tom à praça de alimentação com mais de 200 lugares


postado em 25/04/2022 10:12 / atualizado em 25/04/2022 10:12

Vegetariana, a empreendedora da área da beleza Natália Cruz frequenta o novo andar do Mercado Novo pelo menos uma vez a cada 15 dias:
Vegetariana, a empreendedora da área da beleza Natália Cruz frequenta o novo andar do Mercado Novo pelo menos uma vez a cada 15 dias: "Chego mais cedo e como sentada, com todo conforto. Aqui não me faltam opções e uma melhor que a outra" (foto: Paulo Márcio/Encontro)
Um burburinho, um fervo, um buchicho. Se é isso que você imagina quando pensa no Mercado Novo, saiba que por lá também tem um oásis de tranquilidade. Mentira. Tranquilidade talvez seja uma palavra muito forte, mas é bem mais sossegado que o segundo andar, onde a turma dos descolados toma conta dos corredores dia sim e outro também. É o terceiro piso, que desde o final do ano passado vem ocupando seu espaço no complexo, localizado no Centro. A área, onde um dia funcionou o projeto Mercado das Borboletas, estava completamente abandonada. Diante da superlotação do segundo andar, no entanto, reformar e ocupar esse espaço foi uma solução óbvia. "É uma lógica diferente do que já existia no Mercado. Aqui em cima temos mais uma pegada de abrigar arte, moda, beleza e bem-estar", explica Luiz Castro, curador do projeto de expansão. Já na parte de gastronomia, diz Luiz, a ideia principal é ter uma área de alimentação com opções reduzidas, mas com conforto para quem não curte o modelo "comer e beber em pé" ou mesmo que deseje fazer uma pequena comemoração.

Com nomes de designers de peso como Ronaldo Fraga e Rogério Lima, as galerias de arte, lojas de roupa e até uma academia de boxe dividem espaço com uma praça de alimentação que conta com 204 lugares, divididos entre mesas e balcões. Com o pé direito alto e iluminação natural, o terceiro andar possui um espaço amplo e ventilado. E é exatamente isso que tem atraído gente como a empreendedora da área da beleza Natália Cruz, que passa por ali pelo menos a cada 15 dias. "Chego mais cedo e como sentada, com todo conforto", diz ela, que é vegetariana. "Aqui não me faltam opções e uma melhor que a outra."

O síndico do Mercado, Antônio Gabriel de Castro, entre o neto Luiz Castro e filho Gabriel:
O síndico do Mercado, Antônio Gabriel de Castro, entre o neto Luiz Castro e filho Gabriel: "Tenho muito orgulho de ver esse lugar crescer tanto. Não esperava chegar a esse ponto" (foto: Paulo Márcio/Encontro)
"É um espanto", escreve isso aí, pede o síndico do Mercado, Antônio Gabriel de Castro, de 92 anos. "Qualquer tipo de comida que se queira é possível encontrar no Mercado", comemora ele, enquanto pede um chope artesanal e um churrasco ao estilo texano servido pelo Coal Bar-b-que Market. "Tenho muito orgulho de ver esse lugar crescer tanto. Não esperava chegar a esse ponto", completa. Seu Gabriel, como é conhecido, está lá desde os anos 1970. Ele é sócio-proprietário da Rege S/C, maior imobiliária do Mercado, dona de quase 70% das lojas. Hoje, ele divide o comando do negócio com o filho, o superintendente Gabriel, e com o neto Luiz Castro, o curador da expansão. "Das 300 lojas, 40% já estão ocupadas. Sendo que 95% estão alugadas, apenas passando por reforma", explica Luiz.

A parte gastronômica, no entanto, já está definida. A ideia é que fique apenas com os sete negócios já assentados. Para chegar a esses estabelecimentos, a regra de curadoria foi a mesma usada desde o renascimento do segundo andar, em 2019: cada negócio tem uma proposta bem específica e precisa ser diferente da do vizinho. E é o que acontece na prática, agradando tanto a Natália, vegetariana, quanto seu Gabriel, um carnívoro assumido.


(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Sushi vegano? Tem sim! O lugar já se tornou um dos mais badalados do terceiro andar. O restaurante é uma criação do casal Luiz Gustavo Neves Costa e Ana Clara Souza de Oliveira. Apaixonados pela culinária japonesa, eles encontravam poucas opções no mercado para vegetarianos e veganos. Começaram então a fazer algumas experiências na cozinha de casa e deu certo. No início da pandemia, alguns amigos passaram a fazer encomendas e o negócio deslanchou. Do delivery para a unidade física foi um pulo. E hoje, a casa bomba. A qualidade dos rolinhos é realmente impressionante e o cream cheese de castanha de caju, uma joia gastronômica. As peças são preparadas em um balcão bem à vista dos clientes. Entre os Gunkan, são imperdíveis os de cenoura com alho-poró, cream cheese de castanha de caju e castanha de caju triturada; e o de couve com geleia de pimentão vermelho. O combinado com 16 peças com 4 variedades sai por 48 reais. Entre os temakis, o tartar de shimeji com cebola crispy custa 26 reais.

Café Magrí (@cafemagri)

(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Uma das coisas que Marília Balzani, sócia do Café Magrí, mais ouvia até pouco tempo era: tentei ir lá, mas a fila de espera estava muito grande. No antigo endereço da cafeteria, em Lourdes, a ocupação máxima era de 14 pessoas, agora, no Mercado Novo, ela tem 200 lugares a seu dispor. "Como só nós funcionamos aos sábados e domingos pela manhã, temos toda a praça de alimentação para a gente. E lota", comemora Marília. Outro plano antigo que foi colocado em ação é o "Brunch todo dia, toda hora", ou seja, a qualquer momento é possível pedir a mistura de café da manhã e almoço. O mais pedido é o Dalí (R$ 24), que leva ovos mexidos com torradas de pão de fermentação natural e fonduta de queijo D’Alagoa. Pelo mesmo valor, dá para experimentar o Frida, uma versão amineirada do croque madame: sanduíche de pão miga recheado com requeijão de raspa, coberto por bechamel, ovo caipira frito e temperinho de páprica e sumac. Com a mudança de endereço, o chef Rafael Brito optou por não fazer grandes alterações no cardápio em um primeiro momento. Muito pelo contrário. Depois de uma enquete pelas redes socais, eles elegeram os clássicos do Magrí, que estão todos lá, listados no menu.

Coal Bar-b-que Market (@coalbbq)

(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
A casa, especializada em churrasco americano, que é destino certo para os fãs de carne no Jardim Canadá, abriu em dezembro uma nova unidade no terceiro andar do Mercado Novo. O mote da marca é difundir a cultura do churrasco texano e oferecer cortes usuais nos Estados Unidos. O estabelecimento usa a técnica do churrasco defumado, com as peças assadas por um longo período em baixa temperatura. "O público do Mercado é diferente e muito fiel", diz o sócio Rodrigo Victor Leite. Ele afirma que as porções de batata são as queridinhas e aparecem em três versões: fritas, cheddar e bacon artesanal (R$ 25); fritas, maionese de limão e brisket desfiado - peito bovino defumado por 15 horas (R$ 31); e fritas, maionese de limão e pulled pork - sobrepaleta suína defumada por 15 horas (R$ 28). O sanduíche em estilo smash (achatado na chapa) também é hors concours. Por 25 reais, ele é preparado em pão de brioche, pulled pork, creme de queijo da Canastra, picles, cebola roxa e BBQ de goiabada.

Comidaria Guerra (@comidariaguerra)

(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Com o cardápio vegetariano - e algumas opções veganas --, a casa é comandada pela chef Marcela Guerra. "Fomos um dos primeiros a abrir no terceiro andar", diz ela, que antes trabalhava apenas com delivery. Com a cozinha totalmente aberta e um grande balcão, a ideia é que os clientes possam participar da preparação dos pratos, como se estivessem na casa de amigos. Os tostados acabaram caindo no gosto da freguesia e viraram as estrelas do cardápio. Entre os mais pedidos estão Cogumelon, creme de limão siciliano, pimenta preta e antepasto de cogumelos; Uaizetona, tapenade de azeitona e mel fermentado com alho; e Jeitim de cheesecake, mousse de cream cheese, geleia de frutas vermelhas e manjericão fresco (R$ 8, cada um). O sabor dos bolos caseiros varia diariamente e a fatia sai por 6 reais. Com mais sustância, uma boa opção é a Mandiró, tortinha cremosa de mandioca com alho-poró (R$ 28).


(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Como o nome mesmo indica, o ingrediente obrigatório em todos os pratos do estabelecimento é o arroz. Quem comanda a cozinha é Leandro Henrique e o cardápio é assinado pelo chef Yves Saliba. No menu, são sete opções. Entre as opções de entradas, os rolinhos de folha de arroz com alho-poró, bacon caramelizado e molho agridoce (R$ 25) é o mais pedido. Já na categoria principais, o Arroz de Pescador (R$ 40), com lula, mexilhões e camarões divide a preferência da clientela com o Arroz caldoso de costela (R$ 30), com creme de abóbora e farofa de coco. Há ainda a boa e velha Galinhada (R$ 30). Como acaba de ser inaugurada, a loja ainda não está completamente montada. Por ali, os visitantes poderão futuramente comprar produtos feitos com arroz como papel, hidratante e até sabonete. Outra proposta é vender os grãos a granel.

Para beber

(foto: Paulo Márcio/Encontro)
(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Cerveja pra quem é de cerveja e drinque para quem é de drinque. Para beber, a praça de alimentação conta com a Do Terceiro Chopperia (@doterceiro), com opções da cervejaria mineira CapaPreta em dois tamanhos, 300 e 500 mls. Os valores variam de 8 a 25 reais. A partir de abril, a casa vai receber todos os meses uma cervejaria convidada. Do outro lado do corredor, está a Margô Drinkeria. Por ali, o movimento não para. Para se ter uma ideia, aos sábados e domingos são vendidos mais de 1.500 coquetéis por dia, sendo 200 de Floriano - gin, mexerica e espuma de mexerica (R$ 28). São cinco mixologistas e bartenders, entre eles Danielle Cristina Nunes, trabalhando simultaneamente e sem parar para atender o público sedento por bons coquetéis. Alguns dos clássicos disponíveis são o Mojito (R$ 28) e o Negroni (R$ 24).

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