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Estado de Minas GASTRONOMIA

Chocolaterias de BH apostam na criatividade para conquistar clientes

Aproveitando a fome dos consumidores por delícias, estabelecimentos da capital criam produtos que fazem sucesso entre crianças e adultos o ano inteiro


postado em 26/03/2024 18:57 / atualizado em 27/03/2024 10:38

(foto: Fany Bombons/Divulgação)
(foto: Fany Bombons/Divulgação)
Ovo e coelho. É difícil entender por que esses dois elementos tão distintos se transformaram em símbolos da Páscoa já que, para os cristãos, a data representa a Ressurreição de Cristo. Apesar de não terem, biologicamente, nenhuma relação, os dois trazem o conceito de nascimento e fertilidade, ou seja, da renovação da vida. Existem diversas versões sobre como eles entraram em cena nessa história milenar. O coelho foi escolhido por ser um animal incrivelmente fértil, que se reproduz rapidamente e com ninhadas grandes, que podem chegar até doze filhotes. Símbolo de prosperidade em diversas culturas, na Europa é também uma marca das comemorações pelo fim do inverno e chegada da primavera (que no Hemisfério Norte coincide com a chegada da Páscoa). É exatamente nessa época, que os coelhos selvagens saem de suas tocas e se espalham pelas florestas.

Já o ovo vem, à princípio, da tradição judaica. A Páscoa é celebrada na mesma época do Pessach, que festeja a libertação do povo judeu da escravidão no Egito. Durante o Pessach (passagem, em hebraico), os judeus têm o ovo como elemento importantíssimo durante a ceia, chamado de Sêder. Nessa tradição, o ovo ganha protagonismo por endurecer quando é cozido, ao contrário de outros alimentos. Assim, representa a força do povo, que se torna mais forte diante de cada sofrimento a que é submetido.

É também importante lembrar que praticamente todas as culturas da Antiguidade usavam os ovos como símbolo de fertilidade, nascimento ou mesmo renascimento. Os gregos colocavam ovos sobre as tumbas, os povos da etnia Maori, na Oceania, enterravam seus mortos com um imenso ovo do moa (ave de mais de 3 metros de altura e já extinta) nas mãos. Na Alemanha, até o século XIX, as certidões de nascimento em alguns lugares eram ovos decorados com o nome da criança e a data, e na Itália, as mesas de Páscoa são decoradas com ovos coloridos. O chocolate apareceu no século XVIII, quando alguns confeiteiros franceses resolveram esvaziar os ovos e rechear suas cascas com chocolate. Cem anos depois, os ovos passaram a ser feitos de chocolate e recheados de bombons. E acabou virando um símbolo da Páscoa no mundo inteiro, até mesmo para aquelas pessoas que não têm preceitos religiosos.

Sendo assim, a Páscoa, além de ser um momento de reflexão sobre renascimento e esperança, se tornou a sexta data comemorativa mais relevante para o comércio. Para se ter uma ideia, é esperado este ano um faturamento total de R$ 3,44 bilhões em vendas, o que representa um crescimento de 4,5% em comparação a 2023. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) e diz a respeito de itens tradicionalmente consumidos no período como bacalhau, vinho e chocolate. Só em Minas Gerais, a expectativa é que as vendas girem em torno de R$ 352,57 milhões, sendo a segunda maior do país, ficando atrás apenas de São Paulo, com R$ 948,08 milhões.

Em Belo Horizonte, vários estabelecimentos usam o coelhinho e os ovos para encherem a manhã do domingo de Páscoa de doçura. Há desde o tradicional ovo de chocolate ao leite até maçã caramelizada em forma de toca. Nessa lista você encontra seis opções deliciosas de presente que vão agradar tanto as crianças quanto os adultos. E não se preocupe se quiser provar as maravilhas em outros meses. Quem disse que chocolate é bom só na Páscoa?

Ambar 

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
Am - amêndoas. Bar - barra. Daí vem o nome da chocolateria, que é uma das mais sofisticadas do Brasil. Comandada pelas sócias Helena Avelar e Renata Penido, a empresa é bean to bar, ou seja, produz o próprio chocolate desde o grão. "Nossa missão é desenvolver uma corrente de consciência do consumo de chocolate que passa tanto pela responsabilidade ambiental, social e de identidade brasileira", resume Helena, que costuma dizer que os chocolates da Ambar têm rosto, já que elas fazem questão de acompanhar toda a cadeia de produção, desde a origem, o que significa estar perto dos produtores. Assim como outros produtos, a Páscoa da Ambar traz chocolates que mais parecem joia. Um dos clássicos da marca, que nasceu em 2019, é o Shine, ovo pintado a mão feito com chocolate de pistache, recheado com caramelo puxa com pedaços de pistache e finalizado com duja crocante de pistache (R$ 320, 350 g). E se você está em dúvida do que é chocolate de pistache, vamos lá: é um chocolate branco com adição de pasta de pistache. E que é duja? Creme de pistache, adicionada de farofa de amêndoas e pistache. A grande aposta desse ano é o ovo de cacau 42% com cumaru e recheio de caramelado crocante de castanha de caju (R$ 126, 230 g). Para a criançada, o Caça Ovinhos (R$ 89), saco com 15 ovinhos de chocolate 55% dark milk recheados de marshmallow, vem acompanhado de uma cartela com patas de coelho e pistas para o caça ovos.

Amoz 

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
A Amoz é a única a fabricar maçãs carameladas, as famosas caramel apple, em Belo Horizonte. E, claro, que a especialidade da casa não poderia ficar de fora da Páscoa. "É um produto muito diferente da maçã do amor. É feito com maçã verde e uma cobertura que lembra as tradicionais balinhas de caramelo", explica o proprietário João Paulo Ferreira dos Santos. Entre os nove produtos que a cafeteria desenvolveu para a Páscoa, está a maçã, que aparece em duas versões: brigadeiro ao leite e coberta por chocolate ao leite; e brigadeiro branco coberto com chocolate branco (R$ 33, cada). Para os que se renderam ao ingrediente da vez, o pistache, a Amoz tem três opções: ovo de cookie com brigadeiro de pistache (R$ 79); casca de chocolate branco com recheio de pistache (R$ 98); e casca de chocolate 70% com recheio de brigadeiro de pistache (R$ 98). O Franui, aquele docinho de framboesa com chocolate que viralizou no Tiktok, também entrou em clima de Páscoa e recheia o ovo feito com chocolate 40%, geleia de framboesa e chocolate branco (R$ 98).

Fofíssimo 

(foto: Weber Padua/Divulgação)
(foto: Weber Padua/Divulgação)
Para um café da manhã de domingo, nada como um bom bolo com café. E é exatamente pensando nisso, que a Fofíssimo desenvolveu produtos que unem o lúdico da Páscoa às receitas clássicas. Um exemplo é o bolo de cenoura com brigadeiro, que aparecem em duas versões: naked cake com orelhinha de coelho (R$ 149,00 com 10 fatias) e em formato de ovo com casca de chocolate ao leite para comer de colher (R$ 119,90, 400 g). Para deixar mais divertido e crocante, ambos são finalizados com dragês coloridos. Ah! E que mineiro resiste a um bom bolo de fubá? Na Fofíssimo, ele também virou ovo: casca de chocolate branco, camadas intercaladas de bolo de fubá e brigadeiro de milho verde com leve toque de canela (R$ 119,90, 400g). Outra novidade é o chocolate quente de coelhinho com recheio de ganache. Ao acrescentar o leite, o coelhinho se transforma em uma bebida cremosa. Uma lembrança para lá de original (R$ 65,90 com 3 unidades). Todos os bolinhos da loja podem ser personalizados com frases, nomes, desenhos - desde que o cliente peça com certa antecedência.

Fany Bombons

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
Chocolate, chocolate e chocolate. Segundo o proprietário Ari Balabram, filho da fundadora Fany Balabram, a especialidade da marca, que existe há mais de quatro décadas, é o chocolate. "Começamos fazendo bombons e trufas. Hoje, o que mais vendemos é a nossa torta de chocolate. E a nossa inspiração para a Páscoa não poderia ser outra a não ser chocolate", resume Ari. As três lojas - Sion, Pátio Savassi e Ponteio - nessa época ficam cobertas de ovos coloridos, coelhinhos e cestas. São vários produtos criados especialmente para a data. Entre os ovos mais pedidos está, claro, o recheado com a famosa torta de chocolate da Fany, que aparecem em três tamanhos: P (R$ 110, 250 g); M (R$ 185, 350 g); e G (R$ 282, 500 g). Outros que fazem sucesso entre a clientela são os trufados, que aparecem na versão ao leite e amêndoas (R$ 450, o quilo). As coquilhas, casquinhas de chocolate em formato de ovo recheadas também são vendidas no quilo (R$ 450) e aparecem nos sabores torta de chocolate; torta de chocolate branco; torta crocante; e mousse de chocolate meio amargo.

Kalapa 

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
Essa é para quem é vegano ou intolerante. A Kalapa, criada em 2017, produz o próprio chocolate desde o grão com certificação orgânica e dispensa o uso de leite animal. Uma de suas características também é usar ingredientes nativos brasileiros. "Nosso foco é a sensorialidade. Criamos combinações inusitadas e texturas extremamente cremosas, trazendo novas e diferentes sensações para a mente", diz a fundadora Luiza Santiago. A coleção de Páscoa representa as palavras da dona. Batizada como Terra Fértil, é inspirada em solos nutritivos e tecnologias e instrumentos próprios da agricultura, como Serra Pilheira e Arado. O primeiro, inclusive, é uma das grandes apostas da marca: chocolate cremoso 61% cacau lambuzado com creme de castanhas baru e caju e nibs de cupuaçu (R$ 110). "É um ovo que nunca pode faltar e tenho que fazer todos os anos. Alguns clientes, inclusive, compram várias unidades e congelam para ir comendo nos meses seguintes", diz Luiza. O chocolate preparado com mandioca também virou uma das marcas registradas da Kalapa. O ovo Micélio é feito com chocolate branco de mandioca com flor de sal, gergelim preto, cogumelo defumado, nuances de flor de clitória e de limão (R$ 139).

Sweet Ana 

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
Nem só de chocolate se faz uma Páscoa. A SweetAna é especializada em biscoitos artesanais e trouxe para a sua Páscoa elementos que lembram um dia feliz e ensolarado, com muitas borboletas e flores. Ao todo são cinco biscoitos decorados a mão que podem ser montados em kits. Um dos produtos mais interessantes é o de pintura que contém um biscoito grane e as tintas comestíveis para a criança decorar e depois se deliciar com sua obra de arte (R$ 38). Outra boa opção e que ainda vai garantir um charme a mais à mesa são as orelhinhas de coelho para serem encaixadas nas xícaras (R$ 12). Já se você quer dar um presente clássico e sem erro, a proprietária Neide Magalhães dá a dica. "Aposte nos biscoitos amanteigados, que sempre fazem sucesso", diz. Eles aparecem em formato de coelho, cenoura e ovo e nos sabores limão siciliano e Ovo Maltine. Podem vir em duas opções de embalagens, latinha (R$ 46, com 150 g) ou saquinho (R$ 22, 100 g). "Não uso nenhum tipo de essência, apenas produtos naturais como raspas e suco de limão, laranja e tangerina, flores de lavanda e farinhas de castanha de caju e amêndoas", explica Neide, que não tem loja física. No mercado há 8 anos, os biscoitos podem ser encomendados pelo @sweetana_by_neidemagalhaes.

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