Confira os vencedores da categoria lanches e guloseimas

No ano passado, quando estreou no Prêmio Gerdau de Gastronomia, a chef confeiteira Elisa Dayrell disse que não tinha planos de expansão de seu negócio, um sucesso na área hospitalar da cidade. O que um prêmio, o tempo e a vida não podem mudar? Tudo! Elisa se prepara para abrir, em breve, a segunda unidade da Espetacular, nos moldes da primeira loja, que ficava no Funcionários e era menor que a do Santa Efigênia. Ela não esconde a enorme expectativa, misto de alegria e sonho realizado, que vive agora: “Estou bem consciente, me deu vontade de estar em outros lugares e estamos em um outro momento”, diz.

Esse novo passo é reflexo de um crescimento de 40% em relação ao ano passado, graças também a um novo negócio que surpreendeu a confeiteira por seu desempenho: a revenda de seus produtos a outros empreendimentos, como restaurantes – alguns com sua assinatura e outros, sem. Com a nova loja, a Espetacular passará a produzir 100% a mais que em 2024 e a comprar mais chocolate, creme de leite e farinha de amêndoas, os três produtos que são os carros-chefes de seus doces. 

Por falar em doces, o endereço que é um pedaço da França em BH é o paraíso dos macarons, bombons, tarteletes, trufas, bolos de pote, tortas... Só os famosos Entremets (tortas especiais, de estação) surgem em oito opções e são feitos todos os dias. O que mais sai, segundo Elisa, é o Trois Chocolats. O de Vanilla é feito com baunilha, creme de avelã e caramelo salgado. Outra delícia que enche os olhos, o Frasier leva creme de baunilha, morangos e merengues. O Opèra são camadas intercaladas com biscuit de amêndoas, creme de café e ganache de chocolate. 

Estas e outras maravilhas da confeitaria também estão presentes no brunch, servido aos sábados e feriados, que ainda inclui bebidas, pães, ovos, frutas, em um menu que muda a cada mês. Mudar para melhor, aliás, faz parte desta história espetacular de apenas três anos. Uma doce história. 

R. Grão-Pará, 629, Santa Efigênia, (31) 2535-0790 / 98888-0790. Seg.: 11h/19h; ter. e qua.: 10h/19h; qui. e sex. 10h/20h; sáb. 9h/18h @espetacular_doceria.

 

 

Os mais de 50 anos de trajetória renderam à Boca do Forno um legado que vai muito além das 15 unidades espalhadas por Belo Horizonte e dos icônicos salgados, doces e tortas. É quase impossível pensar na lanchonete sem imaginar uma bela fatia de Floresta Negra ou vir à mente a suculenta coxinha de frango. “O que nos move é a vontade de levar um pouco dos nossos valores e da nossa experiência familiar para outras famílias mineiras”, resume uma das sócias, Patrícia Berni. Não é por menos que a Boca do Forno segue uma empresa familiar regida por muitas mãos.

Fundada em 1974, no bairro Gutierrez, pelo casal Helvécio e Marilena Nunes, a proposta inicial era oferecer lanches do dia a dia, mas de qualidade primorosa. Meio século depois, a essência artesanal permanece intacta, “mesmo diante dos desafios atuais, como a escassez de mão de obra qualificada.” Nas vitrines da lanchonete, enchem os olhos as 30 opções de tortas doces e salgadas, além de dezenas de variedades de doces e salgados. “Mantemos viva a essência que nos trouxe até aqui, mas seguimos atentos às transformações, seja na atualização de produtos, na renovação de ideias ou na forma de conduzir o negócio”, evidencia Patrícia.

Entre os campeões de venda estão a torta Floresta Negra, a coxinha de frango e o bombom de morango, clássico da casa muito antes do hype atual. “Acreditamos que um dos nossos maiores diferenciais é a capacidade de honrar o clássico sem perder de vista o novo”, sinaliza. Por falar em novidade, Patrícia conta que a marca planeja a reforma de algumas unidades para acolher melhor os clientes e reforça o compromisso de manter os projetos sociais e iniciativas de inclusão, como um espaço desenvolvido especialmente para crianças autistas e neurodivergentes. “Mesmo com a expansão, seguimos próximos de quem nos escolhe, mantendo o cuidado e a atenção aos detalhes. Buscamos agir com equilíbrio e clareza de propósito. Mais do que produzir alimentos, queremos ser uma marca que acolhe, inspira e contribui para um futuro melhor”, arremata Patrícia.

R.  André Cavalcanti, 571, Gutierrez. (31) 3334-6377.Seg. a dom.: 8h30/21h. Mais 14 endereços. @bocadoforno

 

 

“Mi garba” é uma expressão toscana que significa “eu gosto.” A escolha do nome para a gelateria eleita a melhor de Belo Horizonte pela Encontro Gastrô 2025 tem a ver com o que o fundador Luca Lenzi, nascido em Firenze, na Itália, gostaria que seus clientes sentissem a cada colherada: “prazer, afeto e identificação.” “É um nome simples, sonoro, cheio de afeto, e, claro, com raízes na minha história”, alegra-se Luca. 

Com mais de dez anos de mercado e oito unidades em Belo Horizonte, a Mi Garba! mantém viva sua “alma italiana”, que dialoga cotidianamente com o paladar de quem é daqui. “O que mais me orgulha é ver como a Mi Garba! conquistou o coração dos mineiros. A marca cresceu com consistência, sem nunca abrir mão da excelência artesanal. Muitos dos nossos clientes acompanham essa história desde o início, e isso criou um vínculo genuíno”, celebra Luca.

São mais de 150 sabores elaborados ao longo de uma década, que vão para os freezers conforme a sazonalidade e o frescor dos ingredientes. Na produção dos gelatos, não entram aditivos industrializados nem gordura hidrogenada. A cremosidade vem dos próprios ingredientes, e o açúcar é usado na medida exata para dar dulçor, mas sem exageros. 

A produção é diária e artesanal, feita em uma minifábrica dentro de cada unidade com equipamentos importados da Itália. “Prezar pela qualidade é um compromisso inegociável. Desde a escolha dos ingredientes até a finalização, tudo é feito com foco na pureza do sabor, na textura perfeita e na experiência sensorial”, relata.

Entre os favoritos de Luca estão o Absurdo (camadas de chocolate belga, creme e caramelo), o 8 Volte Pistacchio (oito versões do fruto em camadas), e o Antonio, que combina iogurte, creme de pistache e sorbet de maracujá. A casquinha artesanal espetada no topo do gelato no momento em que vai para as mãos do cliente completa a experiência. “Misturamos a técnica italiana com ingredientes locais, e isso nos permite oferecer algo verdadeiramente único”, afirma. Além dos gelatos, a vitrine também exibe semifreddo, picolés, brownies e até um cafezinho mineiro coado na hora.

R. Marília de Dirceu, 161, Lourdes. (31) 2516-7056. Dom. a qua.: 11h30/21h; qui. a sáb.: 11h30/22h. @migarbagelateria. Mais 7 endereços.

 

Eddie Fine Burgers - Tradição que se reinventa a todo instante

 

No Eddie Fine Burgers, tradição e ineditismo andam de mãos dadas. O estabelecimento chegou ao mercado em 2002 como uma novidade ao vender sanduíches feitos em processo artesanal. Pães, molhos, hambúrgueres, sorvetes… Tudo produzido do zero. Mais de 20 anos depois, o espaço tornou-se um clássico da cidade. Até hoje, aliás, o lanche mais pedido é o Eddie, feito com pão salpicado de gergelim, hambúrguer com blend da casa, cheddar, bacon, cebola caramelizada no molho barbecue e alface-americana. “Clássico é clássico”, comenta a proprietária-fundadora Renata Andrade.

Isso não significa, porém, que a casa tenha perdido seu caráter inovador. “A qualidade dos produtos que entregamos e a capacidade de criar e desenvolver são algumas das características que nos permitem permanecer no mercado há tanto tempo”, avalia Renata. Todos os meses, a unidade da rua da Bahia, batizada de Casa Amarela, propõe um menu diferente que inclui hambúrguer novo, tira-gosto, drinque e um estilo de cerveja. “A inspiração varia conforme a época do ano. No verão, apostamos em pratos mais frescos. Já no inverno, priorizamos receitas mais condimentadas e robustas”, explica.

A ideia, no fim das contas, é experimentar. Já passou por lá, por exemplo, uma releitura de cheeseburger, feita com pão de fermentação natural tostado na chapa, queijo gruyère e cebola roxa confit. “Estamos sempre tentando algo novo. Às vezes vai agradar, outras, não, porque depende muito do gosto de cada cliente. Mas nunca ficamos parados”, avalia Renata. Além disso, a cada quatro meses, todas as cinco unidades colocam no cardápio um sanduíche original, como o Chilli Dog (cachorro-quente feito com cheddar, chilli de feijão picante, farofa de tortilla e sour cream). “Temos vocação de lanchonete, mas a ideia é sempre criar opções novas”, conta Renata.

Ela ainda quer que, no próximo ano, a Casa Amarela, construída em 1920, torne-se um ponto cultural, para reunir exposições e shows. Também está nos planos dela ampliar o funcionamento do Eddie Lado B, que atualmente abre às quartas e sextas, para atender de terça a sábado, com um cardápio de pizzas, pães, bolos e folhados. Tudo artesanal, como manda a tradição.

R. da Bahia, 2.652, Lourdes. (31) 3282-4606. Seg. a dom.: 12h/22h. Mais 4 endereços. @eddiefineburgers

 

A Boníssima nunca quis ser “apenas” uma padaria. A produção de pães, bolos, biscoitos e afins é a sua vocação, sem dúvidas. Mas em sua gênese está também ser empório, supermercado e delicatessen. “Isso é um dos nossos maiores diferenciais”, garante Natália Carneiro, que divide o comando da padaria vencedora da Encontro Gastrô com o irmão Kadu, responsável pela panificação, e com as primas Luiza e Carol.

A história da casa começa na década de 1960, quando o avô dos quatro, conhecido como Inhô, abriu uma padaria no bairro Santa Inês. Décadas depois, já com experiência consolidada no setor, os filhos Eduardo e Caio, junto aos genros Pedro e Batista, inauguraram, em 2001, a primeira unidade da Boníssima, na Raja Gabaglia. A ideia, considerada inovadora para a época, era integrar diferentes serviços em um só lugar. “Desde o início, sempre tivemos como objetivo unir bom gosto, variedade e sofisticação, em um espaço onde as pessoas se sentem acolhidas e bem servidas. Essa dedicação ao longo dos anos nos trouxe reconhecimento e uma clientela fiel”, salienta Natália.

Hoje, o cardápio e as prateleiras da padaria reúnem gastronomia japonesa, tábuas de frios, cestas de café da manhã, pratos prontos, sobremesas e uma curadoria de produtos de empório. A padaria também trabalha com presentes personalizados, platters e doces elaborados. Os pães especiais são os grandes queridinhos. “A culinária japonesa tem ótima saída, especialmente nos finais de semana. Além disso, nossa parte de confeitaria é muito procurada para presentear ou para momentos especiais”, acrescenta Natália.

Qualidade dos ingredientes, cuidado no preparo e frescor dos produtos estão no centro da filosofia da marca. “Queremos que cada item entregue ao cliente tenha sabor, apresentação e um toque especial de afeto”, afirma. O relacionamento com o público é outro pilar. “Nós nos preocupamos em oferecer uma experiência completa, desde o atendimento até o pós-venda. Também temos um programa de fidelidade que valoriza quem está sempre conosco”, completa.

 

Al. Oscar Niemeyer, 1355, Vila da Serra, Nova Lima. (31) 98896-8819. Seg. a dom.: 6h/22h. Mais 3 endereços. @bonissimaviladaserra.

 

 

Polvilho de qualidade, doses generosas de queijo e ovos selecionados. Essa é a base da receita do melhor pão de queijo de Belo Horizonte, eleito pela Encontro Gastrô 2025. A iguaria, praticamente uma unanimidade entre os mineiros, é obra do supermercado Verdemar. O segredo do sabor está na combinação dos queijos escolhidos, garantem os sócios Alexandre Poni e Halisson Moreira. “Utilizamos queijos de altíssima qualidade, incluindo o tradicional Minas curado, que imprime aquele sabor intenso e levemente amanteigado, típico da receita mineira original”, comenta Alexandre.

Em algumas variações, também são utilizados blends exclusivos de queijos, desenvolvidos internamente pela equipe. “Isso proporciona um equilíbrio perfeito entre sabor e cremosidade”, ressalta Halisson. Para completar, os sócios afirmam que o uso de altas quantidades da iguaria na mistura é um dos grandes diferenciais do produto e uma das razões pelas quais é reconhecido e premiado.

Para alcançar o padrão entre as delícias, o Verdemar investe em um processo controlado e rigoroso, que combina o uso de receitas tradicionais a técnicas modernas. A ideia é não perder o “toque artesanal”, aquele com gostinho de feito em casa. “O desenvolvimento de produtos autorais no Verdemar é um processo multidisciplinar, que envolve pesquisa de tendências, testes sensoriais e, principalmente, respeito às tradições culinárias. Nossa equipe de gastronomia e desenvolvimento de produto trabalha com paixão”, assegura Alexandre.

Por lá, o pão de queijo aparece em versões para todos os gostos. Tem o clássico, o sanduíche (com 11 opções de recheios) e até o mini, chamado de Pipoquinha, que caiu nas graças da clientela. “O formato lembra pipoca, perfeito para acompanhar filmes e séries”, indica Alexandre. Seja qual for o tipo escolhido, a receita é sempre a mesma. Quem prova o assado na loja encontra a mesma qualidade na versão congelada. “O processo de congelamento preserva textura, aroma e sabor. Isso assegura uma experiência do pão de queijo recém-saído do forno”, enfatiza Halisson.