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Estado de Minas BEM-ESTAR

Brasileiras ainda fazem pouca mamografia

Exame é essencial para o diagnóstico precoce do câncer de mama


postado em 30/01/2019 15:48 / atualizado em 30/01/2019 16:13

(foto: Siemens Mammography/Divulgação)
(foto: Siemens Mammography/Divulgação)

Segundo um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, das 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido feitas em 2017 no país, apenas 2,7 milhões foram de fato realizadas, o que corresponde a apenas 24,1%. Esse índice está bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para a mastologista Carolina Valadares, do hospital Cetus Oncologia, essa situação deveria ser analisada com mais atenção pelo poder público, visto que o exame é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama, tumor mais comum e que mais mata mulheres no Brasil. "A mamografia é um exame de imagem que permite a visualização de lesões na mama antes delas manifestarem sintomas. Se a paciente, por exemplo, se depara com uma alteração [na mama] menor que um centímetro, as taxas de cura, em caso de câncer, podem chegar à 90%. Isso sem falar que quanto mais precoce for o diagnóstico de câncer, menos agressivo tende a ser o tratamento, com cirurgias menores, muitas vezes sem necessidade da mastectomia [retirada da mama] ou até mesmo da quimioterapia", comenta a especialista.

A médica afirma que a mamografia anual deve ser inserida na rotina de check-ups das mulheres a partir dos 40 anos. Essa, inclusive, é a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e do Colégio Brasileiro de Radiologia. "Os protocolos do SUS e do Ministério da Saúde preconizam a mamografia bienal, a cada dois anos, a partir dos 50 anos", diz a mastologista.

Para aquelas que ainda não chegaram aos 40, o exame é recomendado apenas em casos específicos, como em mulheres com histórico familiar de tumor ou naquelas com sintomas mamários, como nódulos palpáveis, alteração de mamilo e aréola ou descarga papilar (saída de secreção de forma espontânea pelo mamilo). Desse modo há a necessidade de rastreamento precoce.

A especialista ressalta ainda que, além de detectar nódulos, a mamografia pode também identificar outras alterações, como assimetrias e microcalcificações. Estas últimas podem corresponder a um sinal precoce de câncer de mama. "A realização de mamografia de forma sistemática em uma população, reduz a mortalidade pelo câncer de mama em aproximadamente 30%", pontua Carolina Valadares.

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