Estado de Minas ALERTA

Fio dental pode conter produto tóxico

Descoberta faz parte de um estudo recém publicado


postado em 14/01/2019 08:39 / atualizado em 14/01/2019 08:52

(foto: Oral-B/Divulgação)
(foto: Oral-B/Divulgação)

Apesar de ser recomendado por dentistas por ajudar na manutenção da saúde bucal, o uso de fita (floss) dental de uma das marcas mais vendidas no mundo pode contribuir para níveis elevados de produtos tóxicos no organismo, o que levaria a problemas sérios, especialmente em mulheres, incluindo câncer nos rins, colesterol alto e baixo peso do recém nascido. A informação faz parte de um estudo organizado pela ONG americana Silent Spring Institute.

Na pesquisa, os cientistas mediram a presença de 11 diferentes substâncias per e polifluoroalquílicas (PFAS), principalmente ácido perfluorooctanóico (PFOA) e ácido perfluoro-octanossulfônico (PFOS), que são produtos químicos à prova de água e gordura, em amostras de sangue de 178 mulheres de meia-idade.

As descobertas, que foram publicadas no dia 8 de janeiro deste ano no periódico científico Journal of Exposure Science e no Environmental Epidemiology (JESEE), mostram que as mulheres que usam Oral-B Glide – foram avaliadas 18 fitas dentais – tendem a ter níveis mais altos de um tipo de PFAS chamado PFHxS (ácido perfluorohexanossulfônico) em comparação com aquelas que não fazem uso do produto.

"Esse é o primeiro estudo a mostrar que o uso de fio dental contendo PFAS está associado a uma maior carga corporal desses produtos químicos tóxicos. A boa notícia é que, com base em nossas descobertas, os consumidores podem escolher as fitas que não contêm PFAS", comenta a pesquisadora Katie Boronow, da Silent Spring Institute, no artigo recém publicado.

O estudo também avalisou a presença de flúor – um marcador de PFAS – nas fitas e todas tiveram resultado positivo para esse elemento químico. De acordo com os pesquisadores, as novas descobertas são consistentes com relatos anteriores de que o produto da Oral-B é fabricado usando compostos do tipo Teflon (nome comercial do politetrafluoretileno).

Além disso, a pesquisa descobriu ainda que as mulheres que frequentemente comiam alimentos preparados ou acondicionados em recipientes de papelão revestidos, como comidas congeladas ou de serviços de delivery (entrega), também apresentaram níveis elevados de produtos químicos PFAS no sangue.

"No geral, o estudo reforça a evidência de que os produtos de consumo são uma importante fonte de exposição ao PFAS. Restringir esses produtos químicos dos produtos deve ser uma prioridade para reduzir os níveis no corpo das pessoas", alerta Boronow.

Outros comportamentos que foram associados a níveis mais altos de per e polifluoroalquílicas incluíam ter carpete ou móveis resistentes a manchas em casa e morar em cidade cujo suprimento de água potável está contaminado com PFAS.

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