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Estado de Minas DIAGNÓSTICO

Novo teste para zika fica pronto em 20 minutos

Ele foi elaborado pela Fiocruz de Pernambuco


postado em 15/04/2019 09:03 / atualizado em 15/04/2019 09:06

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, desenvolveram um método simples e 40 vezes mais barato que o tradicional para identificação do zika vírus. Com ele, é possível identificar a doença em apenas em 20 minutos. A expectativa é que chegue aos postos de saúde antes do final do ano, beneficiando, principalmente, os municípios do interior do país, que dependem de laboratórios de fora para obterem o resultado do teste para zika – chega a demorar até 15 dias.

"Tendo em vista que a técnica atual é extremamente cara e o Brasil tem poucos laboratórios de referência que podem realizar o diagnóstico de zika, uma cidade pequena, no interior do estado, acaba prejudicada. A amostra precisa sair do interior, ir para a capital, para ser processada, enfim, se pensarmos nesses municípios, o resultado pode demorar 15 dias", comenta o pesquisador Jefferson Ribeiro, da Fiocruz, citado pela Agência Brasil.

Outra vantagem do novo teste, conforme o especialista, é que pode ser feito por qualquer pessoa nos posto de saúde, não exige treinamento complexo. Com um kit rápido, basta coletar amostras de saliva ou urina, misturar com reagentes fornecidos em um pequeno tubo plástico e depois aquecer em banho maria. Vinte minutos depois, se a cor da mistura se tornar amarela, está confirmado o diagnóstico de zika vírus; se ficar laranja, o resultado é negativo. Hoje, o teste PCR (reação em da polimerase), com reagentes importados, é feito com material genético retirado das amostras, o que demora mais.

O novo diagnóstico elaborado pela Fiocruz Pernambuco é também mais preciso, ou seja, tem uma taxa de erro menor, acusando a doença mesmo em casos que não foram detectados pela PCR.

A expectativa dos pesquisadores é de que o kit seja desenvolvido nacionalmente, com a participação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fiocruz no Rio de Janeiro, e possa ser disponibilizado até o fim do ano. Testes semelhantes já são usados para o vírus da dengue e bactérias. "Essa é a nossa pretensão, para facilitar a disponibilidade para o Sistema Único de Saúde", afirma Jefferson Ribeiro.

A doença

O número de casos de zika, que pode causar microcefalia em bebês, vem diminuindo nos últimos anos. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, o país resgistrou 8.680 diagnósticos em 2018 (em 2017 foram 17.593), com maior incidência no norte e centro-oeste. A doença está relacionada à falta de urbanização e de saneamento básico e costuma aumentar nas estações chuvosas devido à proliferação do mosquito Aedes aegypti, seu principal vetor.

A zika também é transmitida durante a relação sexual desprotegida e de mãe para filho, na gestação. Provoca complicações neurológicas como a microcefalia e a Síndrome de Guillain Barré. Começa com manchas vermelhas pelo corpo, olho vermelho, febre baixa e dores pelos corpos e nas juntas, geralmente, sem complicações.

(com Agência Brasil)

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