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Estado de Minas LEGISLAÇÃO

Reduzir movimentação de dinheiro pode acabar com a propina?

Isso é o que prevê um projeto tramitando na Câmara


postado em 14/03/2019 16:50 / atualizado em 14/03/2019 16:59

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Existe uma proposta tramitando na Câmara dos Deputados que pretende "reduzir" as chances de propina no Brasil. O Projeto de Lei (PL) 75, de 2019, proíbe o uso de dinheiro em espécie em transações com valor acima de R$ 10 mil. O descumprimento da norma acarretará apreensão e eventual confisco. O valor poderá ser alterado por decisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Conforme o texto, se provada a licitude da origem e da destinação dos recursos movimentados em descumprimento à regra, os envolvidos estarão sujeitos a multa de 20% do montante utilizado. O total arrecadado será destinado ao Coaf, conforme regulamentação posterior.

A proposta é de autoria do deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), que afirma na justificativa que "em operações do Ministério Público [MP] e da Polícia Federal [PF] identificou-se que o repasse de valores em espécie é uma das principais maneiras de lavar dinheiro e circular propinas".

Segundo o PL 75/19, o limite será aplicável em reais ou o equivalente em moeda estrangeira, para residentes ou não residentes que não atuem como empresários ou comerciantes. O texto reduz para R$ 5 mil em caso de boletos e faturas, exigindo a identificação do pagador e do beneficiário.

O trânsito de recursos, conforme a proposta, será limitado a R$ 100 mil, desde que comprovada a origem e a destinação dos recursos. A posse de dinheiro em espécie será limitada a R$ 300 mil. Esses montantes valerão também para o equivalente em moeda estrangeira.

Bancos e instituições financeiras não serão abrangidas pela norma. Caberá ao Coaf a aplicação das penas de confisco e de multa, cujos recursos serão destinados à prevenção e ao combate da lavagem de dinheiro. A autarquia também poderá revisar os valores estabelecidos na norma.

Rodrigo Agostinho destaca ainda que a proposta faz parte de 70 medidas de combate à corrupção produzidas a partir da consulta, conduzida pela Transparência Internacional e pelas escolas de Direito da Fundação Getúlio Vargas, a mais de 200 organizações e especialistas.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa do Consumidor; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se for aprovado sem ressalvas, poderá seguir diretamente para análise do Senado.

(com Agência Câmara Notícias)

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