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Estado de Minas BEM-ESTAR

Pesquisa associa excesso de sal a alergia de pele

Sódio pode ser um gatilho da dermatite atópica


postado em 28/02/2019 08:50 / atualizado em 28/02/2019 09:17

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

O sal pode levar à formação de células Th2 do sistema imunológico, que são associadas a condições alérgicas, como a dermatite atópica. Essa descoberta foi feita por cientistas da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, que também detectaram concentrações elevadas de cloreto de sódio na pele de pacientes com alergias alimentares.

As células T desempenham papel importante na resposta do sistema imunológico a alguma "agressão" contra o organismo. Embora sejam um aspecto vital da resistência do corpo a infecções, se não controladas, também podem passar a atacar partes do corpo que estão em contato com substâncias alergênicas.

Quando isso ocorre, as células Th2 podem causar condições inflamatórias da pele, como a dermatite atópica. Isso envolve um aumento da produção das proteínas interleucina 4 e 13. Mas cientistas ainda não sabem o que desencadeia esse "ataque autoimune".

No estudo, a pesquisadora Christina Zielinski, professora da Universidade Técnica de Munique, demonstrou que o sódio pode induzir uma reação nas células T humanas que faz com que elas produzam grandes quantidades das proteínas associadas à alergia. Na presença do sal, até mesmo alguns tipos de células T consideradas benignas acabam se transformando em Th2 e desencadeando a reação alérgica.

Reversão

As alterações são revertidas quando há uma redução nos níveis de sódio no organismo. "Consequentemente, os sinais iônicos desempenham um papel na geração e no controle das células Th2", comenta Christina Zielinski, citada pelo jornal Correio Braziliense. Os resultados do estudo foram publicados na edição desta semana da revista científica Science Translational Medicine.

De acordo com a pesquisadora, o interesse inicial da pesquisa foi entender os mecanismos que causam a dermatite atópica. Para tanto, foram investigadas se as regiões da pele afetadas por essa alergia, caracterizada por secura, rachaduras, vermelhidão e coceira, exibiam níveis elevados de sódio. A análise revelou que as quantidades de sal nas lesões dos pacientes vítimas da doença eram até 30 vezes mais altas do que nas áreas saudáveis da derme.

"Os níveis mais altos de sódio na pele afetada combinam nitidamente com outra característica da dermatite atópica. Sabe-se, há algum tempo, que os pacientes com essa condição apresentam níveis elevados da bactéria Staphylococcus aureus na pele. Trata-se de micro-organismos que prosperam sob condições salinas, diferentemente das bactérias comensais, que são prejudicadas pelo sal", esclarece Christina Zielinski.

Apesar de encontrar a relação entre o sal presente na pele e a dermatite atópica, a cientista afirma que ainda não é possível mostrar como essas grandes quantidades de sódio chegam à derme. "Por essa razão, também não temos certeza se uma dieta com pouco ou muito sal pode influenciar nessa ou em outras condições alérgicas", comenta.

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