Um dos temperos mais usados no Brasil, o alecrim já era bem conhecido dos antigs gregos, que afirmavam que a erva "conforta o cérebro, aguça a compreensão, restaura a memória perdida e desperta a mente". Até o cheiro dele já teria efeitos benéficos para o organismo – apesar não de não ser comprovado ainda. Como mostra o nutrólogo e escritor americano Michael Greger, em artigo publicado no poral Care 2 na últiam sexta, dia 22 de março, estudos que mediram as ondas cerebrais de voluntários foram capazes de correlacionar mudanças de humor e desempenho, associadas aos níveis do hormônio do estresse (cortisol), a cheiros agradáveis como o do alecrim.
"Ervas aromáticas têm compostos voláteis que, teoricamente, poderiam entrar na corrente sanguínea por meio das mucosas do nariz ou dos pulmões e, em seguida, potencialmente cruzar o cérebro e causar efeitos diretos", afirma o especialista. Ele cita um estudo de 2012 que foi o primeiro a colocar em teste os supostos efeitos dos cheiros das ervas.
Pesquisadores pediram que os participantes do teste fizessem cálculos dentro de um cômodo repelto de aroma de alecrim. "Os participantes tiveram aumento no desempenho, mas, pela primeira vez, os cientistas mostraram que a melhora se correlacionava com a quantidade de um composto de alecrim que entrava na corrente sanguínea apenas por estar na sala em que o cheiro estava sendo exalado", conta Michael Greger no artigo.
Isso mostra que além de serem absorvidos, os compostos naturais de plantas aromáticas podem ter um efeito direto sobre as mudanças na função cerebral.
Mas e os benefícios do consumo de alecrim para a cognição? "Não existiam estudos clínicos sobre o desempenho cognitivo após a ingestão de alecrim, até agora". Como mostra o nutrólogo, pesquisadores realizaram um experimento com idosos de 75 anos, em média. Parte deles recebeu duas xícaras de suco de tomate com meia colher de chá de alecrim em pó; outrso beberam o líquido com uma colher de chá da erva; enquanto outra parte consumiu com duas colheres de chá e uma de sopa de alecrim em pó; e o grupo de teste recebeu apenas placebo.
"A velocidade da memória é um dos fatores que medem a função cognitiva no envelhecimento. Os cientistas descobriram que a menor dose gerou um efeito benéfico, acelerando a velocidade de processamento dos participantes. Porém, a dose mais alta prejudicou a velocidade de processamento, talvez porque a meia colher de chá melhorou o estado de alerta, enquanto a 'superdose' causou o efeito inverso", diz Greger.
O médico lembra que os benefícios das ervas aromáticas podem ser adquiridos pelo uso em receitas saudáveis, sem necessidade de consumo em forma de suplemento.