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Estado de Minas RELIGIOSIDADE

A Arca da Aliança está mesmo na Etiópia?

Professor britânico revela a verdade sobre essa lenda


postado em 07/01/2019 08:30 / atualizado em 07/01/2019 11:21

(foto: Paramount Pictures/Reprodução)
(foto: Paramount Pictures/Reprodução)

A igreja Nossa Senhora de Sião, na cidade de Aksum, na Etiópia, seria, de acordo com uma lenda bastante difundida no mundo, especialmente entre judeus e cristãos, o abrigo de um dos maiores símbolos da Bíblia: a Arca da Aliança. O objeto, segundo os textos bíblicos, é uma espécie de baú de ouro adornado com dois anjos, e que seria responsável por guardar as "tábuas dos Dez Mandamentos" recebidas pelo profeta Moisés – elas seriam feitas de pedra e, nelas, supostamente, Deus, por meio de seus poderes, esculpiu o conjunto de regras primordiais que constam no Velho Testamento.

O objeto já foi retratado no cinema, como no filme Os Caçadores da Arca Perdida (1981), em que o arqueólogo Indiana Jones, vivido pelo ator Harrison Ford, precisa impedir que os nazistas adquiram o poder supostamente oculto no interior do baú sagrado.

A Arca da Aliança é um dos maiores mistérios da humanidade, uma vez que nunca foram encontrados indícios de sua existência, tampouco sua verdadeira localização. Isso fez surgirem diversas especulações, incluindo a que dá conta de que a igreja etíope abrigaria o baú sagrado. Será que há alguma veracidade nessa lenda?

De acordo com o portal americano Live Science, especializado em notícias científicas, existe, de fato, uma arca dentro da igreja Nossa Senhora de Sião. Guardada "a sete chaves", a sala onde se encontra o objeto não pode ser visitada. Somente algumas pessoas, que seriam as guardiãs do baú, têm acesso.

Com tanto mistério, poderia até se tratar, de fato, da Arca da Aliança citada pelo livro sagrado dos cristãos e dos judeus, mas, ainda segundo o Live Science, o que se encontra no interior da igreja etíope é apenas uma réplica do lendário e suposto receptáculo da tábua dos Dez Mandamentos.

A lenda

A história envolvendo a arca e a igreja Nossa Senhora de Sião data dos anos 1400, final da Idade Média. A lenda dá conta de que a Arca da Aliança foi levada para a Etiópia há mais de três mil anos, após um homem chamado Menelik, que seria filho da rainha de Sabá e do rei Salomão, tê-la  roubado de Israel.

O Live Science destaca que a "farsa" foi desvendada no período da Segunda Guerra Mundial. Tudor Partiff, professor da Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, contou ao site que conheceu o oficial do exército britânico chamado Edward Ullendorff, que teria visto a arca dentro da igreja etíope durante a invasão do país africano pela Inglaterra, no início dos anos 1940.

O militar revelou ao acadêmico que os guardiões da arca tentaram impedi-lo de acessar o objeto sagrado, mas ele utilizou seus homens para intimidá-los e, deste modo, conseguir entrar na câmara proibida. "Ullendorff me disse que a arca da igreja não era muito diferente de outras que ele já havia visto. Não era um objeto antigo, como se tivesse sido construído há mais de dois mil anos, e passava a impressão de ter sido fabricada no período da Idade Média", revela Tudor Partiff ao Live Science.

Ainda segundo o professor britânico, o oficial do exército não quis expor que se tratava de uma réplica "para não ferir os sentimentos dos etíopes". Entretanto, a história acabou vindo à tona em 1992, quando o jornal americano Los Angeles Times publicou uma entrevista com Ullendorff. Na ocasião, ele abordou sua visita à falsa Arca da Aliança da igreja Nossa Senhora de Sião.

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